Falta na direção alguém que perceba de futebol e que entre com uma ideia a curto/médio prazo:
- Vamos construir um plantel para jogar com estas ideias de jogo. Esta vai ser a nossa identidade. O treinador que vier tem de estar comprometido com ela e com competência para a por em prática.
- Vamos implementar essa filosofia, essa identidade, nas camadas jovens. Os nossos miúdos vão saber o que é jogar à Braga, o que lhes vai permitir crescer mais rapidamente e transitar com maior facilidade entre escalões.
- Entre os iniciados, os sub-23, a equipa B e a equipa sénior esta é a nossa ideia de jogo. Logicamente todas as formações terão as suas nuances consoante as caracteristicas de cada jogador, mas vamos preparar os miúdos para isto e vamos construir um plantel orientado para isto.
- O treinador até pode sair a meio da época ou no final da mesma, mas não vamos estar sujeitos a revoluções no plantel e a desequilíbrios no mesmo consoante o homem que estiver ao leme da equipa.
- Quem vier tem uma estrutura montada, desde a base até aos seniores. Não tem de se preocupar em montar uma equipa à sua imagem ou adaptar as suas ideias. O trabalho de casa foi feito, ao longo dos anos, e basta manter a casa arrumada. Mesmo a promoção interna de treinadores será facilitada porque as ideias técnico-tácticas são as mesmas.
É pedir muito? Talvez, mas andar a mudar os projectos, as ideias, os jogadores e os treinadores todos os anos e sempre sem seguir uma filosofia base é deixar o nosso sucesso ao acaso de rasgos de sorte e/ou genialidade. Não fosse o Amorim ter sido um tiro na mouche e esta época poderia ter sido desastrosa, como já foram outras recentemente.
O Braga tem tido grandes talentos individuais mas temos andado há quantas épocas a passar do 8 ao 80, às vezes até no mesmo ano?
Temos apostado em velhas glorias para treinar os miúdos, como por exemplo Wender, Artur Jorge, Custódio e mais recentemente o Moisés.
Mas todos chegaram sem provas dadas e apenas o Artur Jorge mostrou resultados.
Sou a favor de integrar jogadores históricos, mas não necessariamente como treinadores, essa é uma função demasiada importante para cunhas ou apostas de risco. Há espaço para eles noutras funções em que provavelmente seriam mais úteis, ou onde pudessem crescer como técnicos. Privilegie-se a competência e o currículo.