O presidente do guimarães disse que as receitas baixaram 53%... nos outros não me parece que o problema seja muito diferente.
As despesas com sorte ainda aumentaram, ou se diminuíram deve ter sido residualmente. Já estou a ver o filme de muitos clubes nos próximos tempos.
Receitas futuras hipotecadas, publicidade em mínimos, adeptos em mínimos. Estranhamente ninguém parece muito preocupado.
Está tudo a contar com a bazuca
A bazuca vai 1/3 para a TAP, o outro terço para Lisboa, e o resto deve ir para os bancos, só se sair daqui para os clubes... não seria a primeira vez, que o diga o Sporting.
Os próximos anos serão negros, por exemplo o Guimarães antecipou 2ou 3 anos de receitas de TV, nestes 3 anos vão viver de quê, sabendo que isso representa provavelmente mais de 50% da receita dessas épocas?
Sendo que pediram 20 milhões e estamos em crise há 1 ano... é só fazer contas. É tudo muito estranho e duvido que na grande maioria dos clubes seja muito diferente.
Posso estar a pensar uma barbaridade mas quando vejo e leio estas coisas vem-me sempre a cabeça o negócio do Paulinho e o quanto isso pode ajudar-nos nesta fase (se os lagartos pagarem claro). Estou a pensar mal?
Abriu oficialmente a época da caça. A caça ao voto e ao dinheiro que aí vem.
Pelo que li do planeamento, o dinheira da "bazuca" não está destinado a nenhum desses fins. Aliás, face às regras da concorrência europeia a TAP nem sequer pode ser considerada neste pacote de ajuda. Porém, se entretanto as coisas dão uma volta e se se enterram mais uns milhões numa companhia sem fundo ou num banco falido, não ficaria surpreendido. Sobre uma parte ficar em Lisboa ou nos grandes centros, basta prestar atenção às notícias que estão a surgir. Nova cidade em Almada, Nova linha do metro do Porto e nova travessia sobre o Douro, uma nova rede de transportes entre Braga e Guimarães. Enfim, todos se estão a tentar posicionar. Aqui em Braga também há movimentações. A Associação Comercial de Braga vai passar a ser a Associação Empresarial de Braga para abarcar os setores da indústria e da construção. Diz que quer ser a voz de todos os empresários da região e colmatar a lacuna provocada pelo fim da Associação Industrial do Minho. Ora esta Associação foi declarada insolvente e tem mais de uma centena de arguidos por desvio de milhões de euros de fundos europeus.
Sobre fundos europeus, a história é cíclica e quanto a estas jogadas que acontecem um pouco por todo o país, cada um que tire as suas conclusões.
Sobre os fundos para apoiar o desporto.
O desporto, sobretudo o futebol tenta passar idea de parente pobre. Vive acima das suas possibilidades com as suas tranferências milionárias, comissões exorbitantes e contratos televisivos chorudos, aqui e no estrangeiro, e pede esmola ao Estado e à Europa. É certo que sofreu um grande revés com a pandemia mas não foi a causa de todos os males financeiros. As más gestões, a hipoteca de receitas futuras e a contabilidade criativa já vinham do passado. Entendo que as ajudas devem ser em consonância com as perdas registadas e impostas pela quarentena, bilheteira e quotização. Mais que isso será sempre uma linha de crédito que se transformará em dívida.
Serão, de facto, anos negros para o desporto em Portugal. O modelo de financiamento do SCB assenta, em grande medida, em transferências de jogadores. Quero acreditar que o que temos conseguido fazer permitem alguma segurança financeira ao clube.
Todavia é preciso ver o quadro mais alargado, como um todo. Debater o que fazer e como aplicar os 65 milhões de euros aos clubes de futebol é um erro. E já vimos os presidentes dos clubes, sobretudo os ditos grandes a tomarem posições sobre a matéria. É um clássico quando cheira a dinheiro e a apoios.
Todas as modalidades precisam de ser apoiadas. É triste ver resumido o desporto ao futebol da 1ªLiga. E os clubes de formação/distritais que nem sequer conseguiram competir? E as modalidades amadoras? E os atletas olímpicos? Quem conhece a realidade das modalidades e do desporto amador sabe que o cenário é de miséria, já nem sequer consegue ser de penumbra. Sem receitas, sem competição, sem apoios, é desolador. E não estamos a falar de milhões de euros de ajudas.
Eu quero que o dinheiro destinado ao desporto seja para TODO o desporto.
Não compreendo como uma equipa perde mais de metade das receitas só porque não tem adeptos no estádio. O VSC, à imagem de outros clubes, tem claramente um problema de gestão, que não vem de agora. Deve o Estado resolver um problema que não criou e que já existia? Afinal para onde foi o dinheiro das transferências?
Para gerir é preciso ter responsabilidade e ser responsabilizado.
Este fundo de apoio não será a salvação dos clubes, estou ciente disso. Quem já estava endividado e com a corda na garganta pode respirar um pouco mas vai acabar sufocado. Quem vive de acordo com as suas possibilidade e soube apertar o cinto na altura certa vai ter agora alguma folga finalceira mas também não se tornará de repente rico.
A grande incógnita aqui é saber como e quando se vai retomar a normalidade e se os clubes aprenderam as mais diversas lições que a pandemia ensinou.
A quem se destina este dinheiro e que quantias? Qual o critério de atribuição?
Assistiremos ao futebol pela televisão até meados de maio, segundo apontou o governo. Uma época inteira sem adeptos nos estádios!
E não menos importante e que me preocupa porque mexe com a minha paixão mas também o meu bolso, como estarão os clube a preparar-se para receber os parcos adeptos que continuarão a ir aos estádios?