Já todos perceberam que jogamos para o título. Estamos a fazê-lo num ambiente totalmente adverso e em que só podemos contar com as nossas próprias forças.
A posição assumida por ric é pertinente. Entendo que é possível encontrar bons argumentos, como aliás ele o faz, para a defender. Do mesmo modo, os que defendem a posição contrária não deixam de ter razão nas muitas “razões” que apresentam.
Concordo com os últimos.
Percorrendo os posts que são colocados, neste e noutros tópicos, é evidente que todos os braguistas têm uma noção clara daquilo que é o futebol nacional e da forma como os mais variados interesses nele se movem: comunicação social, jornalistas individualmente considerados, empresários, organismos associativos como a Liga e a FPF, árbitros e arbitragens, dirigentes, comentadores, eu sei lá, um mundo intrincado através do qual é necessário saber navegar para que não naufraguemos.
Levo muitos anos a acompanhar o Braga e sei que é necessário manter a cabeça fria no meio deste caldeirão de ambições pessoais, vantagens financeiras, promoção mediática e, “vagamente”, estou a ser irónico, interesses desportivos.
O nosso treinador tem sido um exemplo de como se deve dirigir uma equipa no contexto em que se move o Braga e tem dado provas de que é um líder exemplar. Contra insultos vergonhosos e contra assobiadelas miseráveis. Claro que também erra e nem sempre concordei, ou concordo, com as suas opções.
O nosso Presidente tem tido a habilidade de saber gerir correctamente as várias vertentes do jogo em proveito do nosso Clube. Não significa isso que não cometa erros, mas o balanço é tão positivo, em termos desportivos e financeiros, que só podemos esperar o melhor da sua gestão.
Os nossos jogadores têm sido um exemplo de determinação, espírito de sacrifício, dedicação ao clube, espírito de equipa e vontade de vencer que tudo devemos fazer para os proteger. Está criada, de forma altamente positiva, a imagem do “jogador à Braga”. Quem para cá vem já sabe como é, salvo uma ou outra excepção.
Temos que os proteger de nós próprios e dos outros:
- Todos os jogos são difíceis. Veja-se Benfica e Porto nesta jornada. No Sábado aos 6/7 minutos o Rúben Amorim estava arrumado com uma entrada selvagem que o árbitro fez que não viu. Depois foi o Mossoró. O jogo estava complicado. Tínhamos falhado muitos golos. Junto a mim, embora houvesse mais gente a apoiar, lá se ouvia um ou outro parvalhão a insultar tudo e todos. Temos inimigos entre nós e é necessário combatê-los;
- A imprensa e os outros clubes, maiores e mais pequenos, admito que haja excepções, estão todos contra o Braga.
Os nosso jogadores lêem jornais, vêem televisão e ouvem rádio. Sentem o ostracismo a que são voltados. Uma ou outra frase simpática e o resto é Benfica, Porto e Sporting.
Tudo o que de bom e de positivo fazemos é subalternizado ou menorizado. Dão-nos uns rebuçados de vez em quando.
Tudo o que acontece de negativo ganha foros de escândalo e de “tratantice”.
Veja-se o jogo com o Leiria. As entradas selvagens sobre os nossos jogadores nem são referidas. Mas o lance do fora de jogo é por todos referenciado como um escândalo.
Para os nossos jogadores, que tudo têm dado em campo ao longo de tantas jornadas, ser tratado assim deve ser altamente penalizador.
Assumir a candidatura ao título nesta fase ainda é prematuro. Assim pensam a equipa técnica e a direcção.
Confiemos no seu juízo pois terão razões para isso.
Penso que fazê-lo iria dar espaço à imprensa e aos seus agentes para que a nossa equipa, assim como os nossos jogadores, lhes servissem de tiro ao alvo. E não temos vozes públicas para, diariamente, responder a esse tiroteio.
Mostremos ambição, muita ambição para cada jogo. Caiamos sobre os nossos adversários com todo o fogo possível.
Quem tiver possibilidades para ir a todos os jogos que não falhe.
Dispensemos os que só aparecem na hora das vitórias e das celebrações.
…E não falhemos tantas oportunidades de golo.