Dores de crescimento
JORGE FONSECA
Que estranha equação determina que o Braga vença na Europa e, a nível nacional, ocupe o topo… da segunda metade da tabela? As questões para explicar a fórmula, longe de serem unânimes, ajudam a perceber o que se está a passar num plantel construído para ser dos melhores, mas que, em termos de rendibilidade, só se tem feito sentir nas competições europeias. Partindo do óbvio, a questão da maior visibilidade que jogar na Taça UEFA dá, em detrimento da Liga Sagres, Taça de Portugal Millennium ou Carlsberg Cup, é inquestionável, mas afirmar que os jogadores só se têm esforçado nos jogos fora das fronteiras territoriais portuguesas pode ser abusivo e lesivo do seu profissionalismo. O Braga tem feito bons jogos na Liga Sagres - nem tanto nas outras duas competições internas -, e as vitórias, num ou noutro caso, fugiram-lhe por entre os dedos, daí que a aplicação dos atletas não se tenha feito notar menos nos jogos internos, ainda que as queixas dos adeptos relativamente ao rendimento da equipa, em alguns casos, sejam justificadas. Ressalta então, daqui, outra questão, a das prioridades. Saber se o Braga está ou não mais empenhado na disputa da Taça UEFA do que a nível interno? A explicação aqui também não é categórica e esbarra na insatisfação de todos quantos compõem o plantel na hora dos resultados menos conseguidos, sendo que por esta altura nada está perdido na Liga Sagres, jogadas que estão apenas sete jornadas, com o Braga ainda a tempo de incomodar os líderes. Sobra a questão das condições, do staff que rodeia a equipa e da forma de este trabalhar, conseguindo ser um suporte à altura das necessidades de um plantel construído para chegar mais além, parecendo evidente que a equipa não possui nem suporte anímico nem físico para combater tantos fogos ao mesmo tempo. O Braga está a crescer devagar, mas precisa de cimentar alguns degraus para se equivaler aos melhores, e António Salvador e a SAD vão ter de continuar a aposta no futuro, sendo mais pacientes quanto aos títulos que tanto desejam.
Competições nacionais
Taça de Portugal
III Eliminatória
Chaves 0-1 Braga
IV Eliminatória
Nacional 1-0 Braga
Carlsberg Cup
1ª jornada 2ª fase
Braga 4-0 Leixões
3ª jornada 2ª fase
Rio Ave 1-0 Braga
Liga Sagres
1ª jornada
Paços de Ferreira 0-2 Braga
2ª jornada
Braga 0-1 Sporting
3ª jornada
Leixões 2-0 Braga
4ª jornada
Braga 1-1 Naval
5ª jornada
Guimarães 0-0 Braga
6ª jornada
Braga 5-0 E.Amadora
7º jornada
Académica 1-1 Braga
Total
Jogos 11
Vitórias 4
Empates 3
Derrotas 4
Marcados 14
Sofridos 7
Competições internacionais
Taça Intertoto
3ª eliminatória
Sivasspor 0-2 Braga
Braga 3-0 Sivasspor
Taça UEFA
2ª Pré-eliminatória
Braga 1-0 Zrinski
Zrinski 0-2 Braga
Qualificação para a fase de grupos
Braga 4-0 Artmedia
Artmedia 0-2 Braga
Fase de grupos - 1ª jornada
Braga 3-0 Portsmouth
2ª jornada
AC Milan 1-0 Braga
Total
Jogos 18
Vitórias 7
Empates 0
Derrotas 1
Marcados 17
Sofridos 1
Rodriguez em dúvida
O central peruano Rodriguez deverá falhar o próximo jogo dos minhotos, domingo à noite, com o Setúbal. Vítima de uma luxação no ombro esquerdo, o jogador está entregue aos cuidados do departamento médico e, ao que tudo indica, fora de jogo.
Que explicação encontra para a diferença de rendimento da equipa na UEFA e nas competições nacionais?
FERNANDO OLIVEIRA, ex-presidente do Braga
"Falta suporte aos jogadores"
Entendo o êxito na UEFA pela visibilidade que dá aos atletas, o que não quer dizer que não haja vontade de vencer as provas nacionais. A um Braga em quatro frentes, faltou-lhe suporte a vários níveis para se aguentar. É humanamente impossível estar bem em todas as frentes. Depois do esforço em Milão, tive a consciência de que perderíamos diante do Nacional.
TONI, Ex-treinador do Braga
"Equipa sem estaleca mental"
Uma explicação plausível, não há. O desempenho da equipa na UEFA tem sido óptimo e, nas competições nacionais, irregular. Jogar num palco europeu dá maior rigor e determinação, e o Braga dispõe de um plantel rico em qualidade, logo tem de haver motivação. Sinceramente não iria por aí, mas pelo facto de a equipa, nesta fase, não ter estaleca mental para tantas frentes.
ZÉ NUNO AZAVEDO, ex-jogador do Braga
"Uma questão de prioridades"
Uma explicação possível deve-se às prioridades ou escolhas momentâneas. Provavelmente, a prioridade UEFA sobrepôs-se às competições internas. O Braga preferiu apostar nos jogos da UEFA, e é possível que tenham sentido debilidades anímicas e físicas nos restantes jogos. Talvez as equipas portuguesas, por comparação com as estrangeiras, conheçam melhor o adversário.
In O Jogo
JORGE FONSECA
Que estranha equação determina que o Braga vença na Europa e, a nível nacional, ocupe o topo… da segunda metade da tabela? As questões para explicar a fórmula, longe de serem unânimes, ajudam a perceber o que se está a passar num plantel construído para ser dos melhores, mas que, em termos de rendibilidade, só se tem feito sentir nas competições europeias. Partindo do óbvio, a questão da maior visibilidade que jogar na Taça UEFA dá, em detrimento da Liga Sagres, Taça de Portugal Millennium ou Carlsberg Cup, é inquestionável, mas afirmar que os jogadores só se têm esforçado nos jogos fora das fronteiras territoriais portuguesas pode ser abusivo e lesivo do seu profissionalismo. O Braga tem feito bons jogos na Liga Sagres - nem tanto nas outras duas competições internas -, e as vitórias, num ou noutro caso, fugiram-lhe por entre os dedos, daí que a aplicação dos atletas não se tenha feito notar menos nos jogos internos, ainda que as queixas dos adeptos relativamente ao rendimento da equipa, em alguns casos, sejam justificadas. Ressalta então, daqui, outra questão, a das prioridades. Saber se o Braga está ou não mais empenhado na disputa da Taça UEFA do que a nível interno? A explicação aqui também não é categórica e esbarra na insatisfação de todos quantos compõem o plantel na hora dos resultados menos conseguidos, sendo que por esta altura nada está perdido na Liga Sagres, jogadas que estão apenas sete jornadas, com o Braga ainda a tempo de incomodar os líderes. Sobra a questão das condições, do staff que rodeia a equipa e da forma de este trabalhar, conseguindo ser um suporte à altura das necessidades de um plantel construído para chegar mais além, parecendo evidente que a equipa não possui nem suporte anímico nem físico para combater tantos fogos ao mesmo tempo. O Braga está a crescer devagar, mas precisa de cimentar alguns degraus para se equivaler aos melhores, e António Salvador e a SAD vão ter de continuar a aposta no futuro, sendo mais pacientes quanto aos títulos que tanto desejam.
Competições nacionais
Taça de Portugal
III Eliminatória
Chaves 0-1 Braga
IV Eliminatória
Nacional 1-0 Braga
Carlsberg Cup
1ª jornada 2ª fase
Braga 4-0 Leixões
3ª jornada 2ª fase
Rio Ave 1-0 Braga
Liga Sagres
1ª jornada
Paços de Ferreira 0-2 Braga
2ª jornada
Braga 0-1 Sporting
3ª jornada
Leixões 2-0 Braga
4ª jornada
Braga 1-1 Naval
5ª jornada
Guimarães 0-0 Braga
6ª jornada
Braga 5-0 E.Amadora
7º jornada
Académica 1-1 Braga
Total
Jogos 11
Vitórias 4
Empates 3
Derrotas 4
Marcados 14
Sofridos 7
Competições internacionais
Taça Intertoto
3ª eliminatória
Sivasspor 0-2 Braga
Braga 3-0 Sivasspor
Taça UEFA
2ª Pré-eliminatória
Braga 1-0 Zrinski
Zrinski 0-2 Braga
Qualificação para a fase de grupos
Braga 4-0 Artmedia
Artmedia 0-2 Braga
Fase de grupos - 1ª jornada
Braga 3-0 Portsmouth
2ª jornada
AC Milan 1-0 Braga
Total
Jogos 18
Vitórias 7
Empates 0
Derrotas 1
Marcados 17
Sofridos 1
Rodriguez em dúvida
O central peruano Rodriguez deverá falhar o próximo jogo dos minhotos, domingo à noite, com o Setúbal. Vítima de uma luxação no ombro esquerdo, o jogador está entregue aos cuidados do departamento médico e, ao que tudo indica, fora de jogo.
Que explicação encontra para a diferença de rendimento da equipa na UEFA e nas competições nacionais?
FERNANDO OLIVEIRA, ex-presidente do Braga
"Falta suporte aos jogadores"
Entendo o êxito na UEFA pela visibilidade que dá aos atletas, o que não quer dizer que não haja vontade de vencer as provas nacionais. A um Braga em quatro frentes, faltou-lhe suporte a vários níveis para se aguentar. É humanamente impossível estar bem em todas as frentes. Depois do esforço em Milão, tive a consciência de que perderíamos diante do Nacional.
TONI, Ex-treinador do Braga
"Equipa sem estaleca mental"
Uma explicação plausível, não há. O desempenho da equipa na UEFA tem sido óptimo e, nas competições nacionais, irregular. Jogar num palco europeu dá maior rigor e determinação, e o Braga dispõe de um plantel rico em qualidade, logo tem de haver motivação. Sinceramente não iria por aí, mas pelo facto de a equipa, nesta fase, não ter estaleca mental para tantas frentes.
ZÉ NUNO AZAVEDO, ex-jogador do Braga
"Uma questão de prioridades"
Uma explicação possível deve-se às prioridades ou escolhas momentâneas. Provavelmente, a prioridade UEFA sobrepôs-se às competições internas. O Braga preferiu apostar nos jogos da UEFA, e é possível que tenham sentido debilidades anímicas e físicas nos restantes jogos. Talvez as equipas portuguesas, por comparação com as estrangeiras, conheçam melhor o adversário.
In O Jogo