Estádio cheio, filas intermináveis de trânsito por causa da Selecção, cachecóis e cânticos cheios de entusiasmo e dez a vinte euros por entrada… tudo para ver as estrelas. Cristiano Ronaldo e seus pares vieram a Braga e colocaram a nossa cidade, por um dia, no centro da actividade futebolística deste país. Trinta mil pessoas foram ao estádio Axa para ver a Albânia ser goleada, pois bem vistas as diferenças de potencial e de ordenados dos artistas, era esse o desfecho natural que se antevia para a partida.
Chegada a hora do jogo, verificou-se que o público bracarense cumpriu a sua parte e passou no teste com distinção. Ao contrário do que alguns pensam, Braga não é “província” e mesmo num jogo frente a uma selecção muito modesta, encheu o estádio.
No entanto, houve quem não quisesse participar na festa, nomeadamente, vários daqueles que são pagos para isso - os jogadores. A primeira parte do jogo foi algo que me fez pensar que os jogos do Braga, com menos de metade daquela assistência são muito mais bem disputados e agradáveis. Mesmo nas piores exibições do S. C. Braga desta época vemos mais empenho e melhor futebol do que aquilo que nos foi oferecido por aquelas estrelas que vimos anteontem.
Eu nunca concordei com determinadas atitudes de Scolari, nomeadamente no famoso caso Vítor Baía. Mas sempre fui, como deixei aqui registado, adepto do seleccionador brasileiro. A mudança para a “era Queirós” não está a correr bem. No entanto, não posso atribuir a esse factor o actual descalabro da selecção nacional. O que vi na passada quarta feira foi uma selecção de estrelas a viver à sombra do estatuto, sem brio, sem querer, sem profissionalismo. Eles ganham milhões! Eles não podem, como fizeram alguns, vir agora condenar o público por causa dos assobios nem que seja pela simples razão que nós pagamos para ver futebol e eles recebem para jogar. Nós cumprimos a nossa parte e eles não cumpriram a deles! Tão simples como isso.
Admito que houve erros de Carlos Queirós. Parece-me nítido que Quaresma tem qualidade de sobra para jogar de início e Nuno Gomes deveria ter entrado muito mais cedo. Admito que alinhar com Moutinho foi um erro. Esses foram os erros, ou melhor, as opções falhadas do seleccionador. Mas o paupérrimo espectáculo oferecido, principalmente na primeira parte teve uma razão clara e objectiva: foram muito poucos os que colocaram em campo tudo o que sabem e podem. A maioria dos jogadores portugueses deixaram a impressão que estão mais preocupados com os seus clubes e vieram à selecção “fazer o frete”.
Frequentemente admite-se como “desculpa” o facto de serem pagos pelos clubes. É uma falsa questão. Por um lado, recebem prémios de jogo e outros benefícios; por outro lado, a maioria destes “craques” deve muita da sua projecção mundial à participação na selecção. É obrigação profissional deles porem em campo tudo o que sabem. Ninguém lhes pede patriotismo, como noutros tempos; quero lá saber se sabem cantar o hino ou se jogam com amor à camisola. Só lhes pedimos uma coisa: que joguem à bola, que se deixem de desculpas e de vedetismos. 
Por mim, tenho a certeza que no próximo domingo teremos um jogo bem mais interessante para a nossa gente: o S. C. de Braga vai jogar em Chaves para a Taça de Portugal. Os flavienses apostam na Taça para continuarem o seu esforço no sentido do regresso à ribalta do futebol português, onde merecem estar. O Braga tem de assumir que esta competição é uma das suas prioridades maiores. Pode até vir a ser um mau jogo. Mas pior do que o de quarta-feira passada não será certamente.

Mais uma vez Cardoso ao mais alto nível.

A época Scolari já passou e se não ganhamos nada e foi um cinzentão, também nunca tínhamos feito melhor.
Mas Queirós não tem vida fácil, o tempo para ele foi escasso, porque os nossos pontas de lança são medianos, os nossos avançados são todos algo imaturos do ponto de vista emocional (possível razão de um não disfarçado vedetismo e "escasso jogo de equipa") e só temos um Deco.


Saudações braguistas.

É claro que houve vedetismo por parte de muitos dos nossos jogadores, entraram em campo a pensar que mais minuto menos minuto iam marcar golo à fraca selecção da Albânia. Mas aliado a isto, há uma grande falta de colectivismo ainda mais acentuada com a ausência do nosso organizador de jogo.
Os erros do treinador não foram só nas tardias substituições, foi também no 11 titular. Entrar em campo com um meio campo daqueles, contra a poderosa  Albânia, não lembra a ninguém. Naquele meio campo devia estar o Danny, que tem feito bons jogos pelo seu clube a jogar a 10, e não ser encostado a uma lateral.

Também não compreendo a razão dos jornalistas estarem sempre a trazer para a ribalta o ex-seleccionador (basta ver a capa do jornal Abola ) parece que estavam à espera do fracasso da selecção, para poderem assim, criticarem o actual seleccionador e enaltecerem o anterior. Mas desta comunicação social já nada me espanta... Podem e devem apontar os erros ao actual mas não desta forma.