Jaime, jogador brasileiro que já actuou no S. C. de Braga falhou uma grande penalidade decisiva no passado fim-de-semana. Como é óbvio, muitos adeptos do seu clube exprimiram a sua indignação pelo insucesso e insultaram o jogador. Este decidiu por isso pedir a rescisão do contrato com o clube.
Jaime é um jogador “especial”. É um “artista” do futebol, um atleta de grande qualidade técnica que, não tenho dúvidas, teria tido uma excelente carreira no campeonato brasileiro, onde a técnica é predominante e onde a velocidade menos elevada do jogo lhe permitiria exibir todos os dotes. Mas o futebol português é diferente: aqui exige-se “raça”, capacidade de luta, resistência e velocidade. Nestes aspectos, Jaime não é craque. Seja como for, é um profissional que mereceu a confiança do seu técnico e defendia as cores do seu clube. Portanto devia ser respeitado como tal.
Este acontecimento leva-me a reflectir sobre o papel dos adeptos no futebol. Até que ponto nós, os adeptos, nos podemos escudar sempre no argumento de que somos nós que pagamos e por isso temos o direito de exigir, reclamar e protestar? Parece-me pouco crível que um jogador melhore o seu desempenho pelo facto de ser assobiado. Portanto, o que ganhamos nós com os apupos? Ou melhor, alguém beneficia disso? Parece-me que não.
É claro que o futebol, como já escrevi muitas vezes, é do domínio das emoções. Mas as emoções têm de ser controladas. Não faz sentido nenhum que essas emoções actuem contra os interesses do clube que os adeptos apoiam. É por isso que quando procuramos explicações para o sucesso do futebol inglês ou espanhol, talvez nos devamos concentrar um pouco na maneira como vemos o jogo. Os últimos classificados do campeonato inglês, mesmo perdendo a maioria dos jogos e exibindo um futebol tão fraco como vimos no Bolton frente ao Sporting, têm no seu estádio mais de quinze mil adeptos fiéis. Isto em Portugal é impensável porque muitos de nós somos adeptos das vitórias. Quando o clube perde assobiamos, gritamos e não aparecemos no jogo seguinte.
Tal como em muitos outros aspectos da vida portuguesa é preciso mudar mentalidades; eu sei que é difícil. A mentalidade de um povo é quase imutável. Mas é preciso lutar por essa mudança, incrementando o interesse pelo futebol como festa e não como batalha entre cores ou emblemas.
Por outro lado, a atitude de Jaime, que louvo pela coragem e sinceridade, leva-me a pensar noutro aspecto: o senhor que fez o papel de árbitro no jogo Sporting – Braga não teria mais razões do que o Jaime para mudar de camisola? O erro de Jaime pode ter tirado um ponto ao Leixões. Mas o senhor Paixão não terá contribuído de forma decisiva para que o Braga perdesse pontos? Eu, na minha profissão sou avaliado; se fizer asneira, sofro as consequências, como qualquer profissional enquadrado nas leis. E um árbitro, quando erra, é penalizado? Não! Fica uma semana a descansar. Podem argumentar com as classificações dos árbitros mas não é preciso gastar mais que uma linha deste texto para deixar claro o que valem essas avaliações e como são feitas. Podem argumentar que não são profissionais. Mas se assim é, mais fácil se torna que asneiras destas levem os seus autores a dedicar-se às respectivas profissões para as quais, presume-se, estarão mais bem preparados.
Jaime fez os possíveis por marcar uma grande penalidade de forma espectacular. O guarda-redes adversário impediu-o, fazendo o seu papel de profissional. Bruno Paixão viu uma falta que ninguém viu e anulou um golo ao Braga, que poderia ter dado outro rumo ao jogo. Colocadas as coisas nestes termos simples, qual dos dois foi mais incompetente? Eu não tenho dúvidas: o segundo!
Jaime é um jogador “especial”. É um “artista” do futebol, um atleta de grande qualidade técnica que, não tenho dúvidas, teria tido uma excelente carreira no campeonato brasileiro, onde a técnica é predominante e onde a velocidade menos elevada do jogo lhe permitiria exibir todos os dotes. Mas o futebol português é diferente: aqui exige-se “raça”, capacidade de luta, resistência e velocidade. Nestes aspectos, Jaime não é craque. Seja como for, é um profissional que mereceu a confiança do seu técnico e defendia as cores do seu clube. Portanto devia ser respeitado como tal.
Este acontecimento leva-me a reflectir sobre o papel dos adeptos no futebol. Até que ponto nós, os adeptos, nos podemos escudar sempre no argumento de que somos nós que pagamos e por isso temos o direito de exigir, reclamar e protestar? Parece-me pouco crível que um jogador melhore o seu desempenho pelo facto de ser assobiado. Portanto, o que ganhamos nós com os apupos? Ou melhor, alguém beneficia disso? Parece-me que não.
É claro que o futebol, como já escrevi muitas vezes, é do domínio das emoções. Mas as emoções têm de ser controladas. Não faz sentido nenhum que essas emoções actuem contra os interesses do clube que os adeptos apoiam. É por isso que quando procuramos explicações para o sucesso do futebol inglês ou espanhol, talvez nos devamos concentrar um pouco na maneira como vemos o jogo. Os últimos classificados do campeonato inglês, mesmo perdendo a maioria dos jogos e exibindo um futebol tão fraco como vimos no Bolton frente ao Sporting, têm no seu estádio mais de quinze mil adeptos fiéis. Isto em Portugal é impensável porque muitos de nós somos adeptos das vitórias. Quando o clube perde assobiamos, gritamos e não aparecemos no jogo seguinte.
Tal como em muitos outros aspectos da vida portuguesa é preciso mudar mentalidades; eu sei que é difícil. A mentalidade de um povo é quase imutável. Mas é preciso lutar por essa mudança, incrementando o interesse pelo futebol como festa e não como batalha entre cores ou emblemas.
Por outro lado, a atitude de Jaime, que louvo pela coragem e sinceridade, leva-me a pensar noutro aspecto: o senhor que fez o papel de árbitro no jogo Sporting – Braga não teria mais razões do que o Jaime para mudar de camisola? O erro de Jaime pode ter tirado um ponto ao Leixões. Mas o senhor Paixão não terá contribuído de forma decisiva para que o Braga perdesse pontos? Eu, na minha profissão sou avaliado; se fizer asneira, sofro as consequências, como qualquer profissional enquadrado nas leis. E um árbitro, quando erra, é penalizado? Não! Fica uma semana a descansar. Podem argumentar com as classificações dos árbitros mas não é preciso gastar mais que uma linha deste texto para deixar claro o que valem essas avaliações e como são feitas. Podem argumentar que não são profissionais. Mas se assim é, mais fácil se torna que asneiras destas levem os seus autores a dedicar-se às respectivas profissões para as quais, presume-se, estarão mais bem preparados.
Jaime fez os possíveis por marcar uma grande penalidade de forma espectacular. O guarda-redes adversário impediu-o, fazendo o seu papel de profissional. Bruno Paixão viu uma falta que ninguém viu e anulou um golo ao Braga, que poderia ter dado outro rumo ao jogo. Colocadas as coisas nestes termos simples, qual dos dois foi mais incompetente? Eu não tenho dúvidas: o segundo!