Creio (espero) que hoje quem dirige o clube está (esteja) pelo menos mais perto de perceber que o caminho é por aí. Não sei se é o caminho mais curto. Não será certamente o caminho mais fácil. É um caminho de persistência, de paciência. É o que garante que algo maior que o sucesso permanece quando a bola bate no poste e não entra. E que permite que os sonhos se renovem. Para podermos sonhar em conjunto precisamos de uma identidade. E essa constrói-se e solidifica-se aos poucos até atingir um estádio em que ela própria se auto-alimenta, quase independentemente do êxito desportivo - e, no entanto, o êxito está assim sempre mais próximo.
Pedro,
Penso exactamente o oposto.
(...)
Isso não está a acontecer....
Disco,
Do que conheço das tuas opiniões, que aqui leio, parece-me que do que realmente discordas em relação às minhas palavras é da frase que destaquei. Do que devem ser os objectivos primordiais do clube, creio que estamos de acordo, em termos gerais - é fácil perceber a minha opinião em relação ao trabalho dos actuais responsáveis do clube quanto aos aspectos que como dizes e bem fazem realmente a grandeza de um clube - a sua identidade que só se pode encontrar nas suas gentes. Que não fiquem dúvidas, é claramente negativa...
Não sei contabilizar a paixão por um clube mas admito que tenhas (alguma) razão - talvez não haja tanta diferença assim relativamente à adesão ao clube relativamente a épocas não muito distantes... embora se sinta alguma diferença relativamente aos mais jovens. Mas é claramente insuficiente. E, concordo contigo, perdeu-se muito tempo. Tivemos oportunidade (histórica?) de ter uma acção continuada no sentido de cimentar a paixão pelo clube.
Mas não adianta chorar pelas opções erradas do passado. Importa não insistir nos erros, aprender com as asneiras que se fizeram, corrigir a trajectória e não continuar a dar tiros nos pés, apagando o que de bom se vai fazendo. Pede-se um trabalho de paciência. Não se trata de fazer ao não tudo de uma vez. Trata-se de não soçobrar aos primeiros revezes, como num outro tópico sublinhou o Manuel Pereira. Não esmorecer se os resultados imediatos não forem o que todos desejamos. Insistir, voltar a insistir, como por várias vezes repeti, "ir buscar as pessoas a casa". E saber falar às pessoas...
Creio que a entrada desta nova direcção (embora com a mesma liderança) trouxe alguns indícios de mudança. Juízo precipitado? Talvez. Mas tenho esperança de que assim não seja. É pouco tempo para se perceber se há uma acção coerente e continuada, concordo. Partilho das tuas dúvidas em relação à sensibilidade de António Salvador relativamente a este trabalho. Mas espero que haja agora em seu redor gente que seja sensível à necessidade desta acção e que o saiba persuadir da sua importância. Não podemos perder mais tempo...
Seria importante por isso que António Salvador se concentrasse naquilo em que é de facto uma mais-valia e concedesse alguma autonomia nalgumas áreas para as quais estará menos talhado: a relação com os adeptos e o marketing (não gosto desta palavra quando estamos a falar de paixão por um clube), a relação directa e diária com a equipa técnica e plantel, por exemplo. Isto não significa ausência. Significa que a sua presença se pode fazer sentir de outro modo...
Mas também me parece que a actuação do clube nos últimos tempos encontra eco em grande parte da sua massa associativa. Basta ler algumas mensagens que por aqui se escrevem (alguma mesmo em resposta a este tópico), para o perceber. Hostilizar os bracarenses (ou uma larga fatia deles) vai contra a identidade do clube. E se nós, adeptos, maioritariamente não o percebemos, como queremos que quem lidera o clube actue de forma diferente?
Repito, partilho das tuas preocupações e da tua análise do passado recente. Mas tenho esperança. Ingénua? Se calhar. Será uma síndrome que afecta em particular o adepto de futebol: "nascer de novo" semana a semana, renovar constantemente os sonhos. Como não ter esperança de que as pessoas mudem?
Abraço!!!