Filho de Vandinho..
É filho de Vandinho e sensação em Barcelos: Meotti, um goleador em potência
O nome não indica, à primeira vista, qualquer tipo de parentesco com um dos nomes mais clássicos do futebol nacional, mas os dotes dentro das quatro linhas rapidamente desmantelam a árvore genealógica. Carlos Meotti, filho de Vandinho, célebre figura do SC Braga na primeira década do milénio, começa a dar que falar na vizinha Cidade dos Arcebispos, Barcelos. Na terra do Galo, encontrou o espaço ideal para a transição entre o futsal trazido na bagagem do Brasil e o futebol de 11, onde ambiciona triunfar. Uma «pérola» que bateu à porta da formação do Gil Vicente em 2020, à qual Rui Pereira, treinador dos juniores dos minhotos, não teve dúvidas em subi-lo. Do futsal para o futebol: o trabalhinho necessário «Vinha de uma situação de inscrição em que lhe faltavam papéis, em iniciado e na altura da covid [n.d.r 2020/21], só treinava, basicamente. No ano em que o lancei, tinha conseguido resolver a situação e podia jogar. O relatório e as informações que tinha, eram de um jogador com potencial e, portanto, fizemos por chamá-lo», contextualizou o treinador. Meotti foi a grande figura dos sub-19 do Gil Vicente @Gil Vicente Apenas o primeiro passo no processo de crescimento encorajado pelo jovem treinador e restante equipa técnica: «Jogava futsal no Brasil, nunca tinha jogado de forma oficial [futebol]. Via-se ali muita qualidade, mas pouca disciplina tática e, mesmo quanto ao ritmo de jogo, não aguentava os treinos. Foi feito um trabalhinho e, graças à qualidade dele, conseguiu ganhar espaço na equipa.» Trabalhinho esse confirmado pelas palavras de Meotti que, em conversa com o zerozero, responsabiliza o seu técnico, por parte do seu crescimento: «O mister aperta muito comigo e agradeço a paciência que teve para me tornar mais forte. Pede que colabore no processo defensivo, algo fundamental no futebol de hoje e que tome boas decisões perto da baliza. Penso que tenho conseguido fazer o que me pede. Os golos e assistências que fiz têm muito dele.» q O mister aperta muito comigo e agradeço a paciência que teve para me tornar mais forte. Os golos e assistências que fiz têm muito dele. Carlos Meotti «O meu ponto forte é a finalização e a capacidade de decidir bem, seja com remate ou com assistência, no último terço. Gosto de estar perto da baliza e decidir os jogos a favor da minha equipa», assumiu Meotti que, nem posição tinha, quando chegou a Barcelos. Outro «problema» que Rui Pereira tratou de explicar... «Foi preciso um defesa esquerdo, ele fez e gostou e nós também gostamos dele, já que dava boa saída. Defensivamente, tinha de melhorar e, esses bocadinhos que jogou a lateral, também o ajudou a perceber o processo defensivo. Acabou por fazer uma época entre extremo e lateral esquerdo. Foi um ano de crescimento soberbo», enalteceu. «Este ano, as coisas surgiram naturalmente. Avançou um bocadinho no terreno derivado à sua qualidade e aos golos que fazia nos treinos.» O «exemplo» de uma vida e a garantia: «Só o Gil acreditou em mim» Golos esses que não tardaram a surgir nos desafios a doer. Para a história ficam os 21 remates certeiros, que ajudaram de forma decisiva ao 2º lugar garantido pela equipa gilista na fase de manutenção do Nacional de juniores. Uma temporada de sucesso, que tem motivado Meotti para os objetivos vindouros. «O Gil deu-me a oportunidade e eu agradeço muito aos clubes. Podia ter seguido outro caminho, mas só o Gil acreditou em mim. Agora, que a época está quase a começar, chegou a hora de retribuir esse carinho, espero, com o primeiro golo com a camisola da equipa principal. Só me resta trabalhar para o conseguir», admitiu. Exibições positivas e golos valeram-lhe a chamada aos sub-18 lusos @Gil Vicente No radar dos sub-23 do clube - somou dez jogos em 2022/23 -, o avançado gilista chamou a atenção dos responsáveis da seleção portuguesa, tendo mesmo sido chamado para o escalão de sub-18 da equipa das Quinas. Um trajeto a ser cimentado e que, segundo o próprio, teve a influência do «maior exemplo de vida», o pai. «Veio como desconhecido para Portugal e chegou ao topo, como vice-campeão nacional e finalista de uma competição europeia. Ao meu pai, devo o significado da palavra trabalho. Sei que há muitos jovens que não têm um exemplo como eu em casa. Graças a Deus, tenho a sorte de saber que tudo na viva tem de ser conquistado, ninguém nos dá nada. Só nos resta o trabalho», confessou, em jeito de conclusão. Com talento no sangue e humildade na mente, resta saber se filho de peixe sabe... voar de Galo ao peito!
Texto retirado do zerozero.pt
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