... E É AGRADECIDO!!!
Boas Pessoal,
Antes de tudo quero pedir desculpa pela extensão deste post e só o lerá quem quiser, mas eu acho que se deveria ler, principalmente o Jão Alves e o Manuel Cajuda, só para falar de ingratos com atitudes mais recentes.
Trata-se de uma entrevista dada por DAVIDE na edição deste mês da revista Futebolista, que infelizmente não tem edição on-line, daí a deste post pelo que reitero o meu pedido de desculpas:
«Apostei imenso em vir para a Naval, sobretudo para jogar»
Pouco utilizado em Braga na época passada, Davide decidiu rumar à Naval 1º de Maio, onde foi recebido como um herói e tido como o grande reforço do equipa para a actual temporada. O presidente teceu-lhe rasgados elogios e foi quem mais força fez para a sua transferência, e apesar das coisas não estarem a correr de feição à equipa, o jogador tem confirmado os crê ditos em si depositados, e sobretudo, voltou a ter oportunidade de jogar com regularidade.
1. O que o fez abandonar o Braga, que terminou em quarto lugar na temporada passada e que este ano iria disputar a Taça UEFA?
Primeiro, foi fruto de um apelo e de conversas que tive com o presidente da Naval, que mostrou sempre muita vontade em que eu jogasse aqui, e isso fez na realidade com que eu rejeitasse outros convites.
E depois, foi a hipótese que eu vi de ir para uma equipa onde poderia jogar com mais regularidade.
2. Ainda assim, as diferenças nesta altura do Sp. Braga em relação á Naval são muitas. Não considera que foi de alguma forma um passo atrás na carreira?
É lógico que são duas realidades completamente diferentes, mas eu apostei imenso em vir para a Naval, sobretudo para vir jogar visto que na última época joguei pouco. Principalmente desde a saída do prof. Jesualdo, em que deixei de ser aposta naquela casa. Por isso decidi apostar em ir para uma equipa onde pudesse jogar, para poder demonstrar o meu valor.
3. E até ao momento, está satisfeito com a opção que fez?
Estou muito contente com o tempo que tenho passado aqui no clube e foi realmente uma escolha acertada. O presidente fez muita questão que eu viesse para aqui e na realidade ainda bem que optei pela Naval. Está a ser de facto um amor correspondido.
4. Em relação à equipa as coisas não estão a correr pelo melhor. Que razões aponta para este começo atribulado?
Tivemos um começo de campeonato com saídas algo complicadas como com o Belenenses e o Benfica, mas apesar dos resultados não terem sido os melhores, mostrámos que podemos vir a fazer um campeonato engraçado.
5. Ainda assim, o Davide tem sido sempre um dos melhores. Está apostado em fazer uma grande temporada? Quais são os seus objectivos e expectativas aqui na Figueira?
Estou apostado em ajudar a Naval e em jogar futebol. Foi isso que me fez vir para aqui, porque não estava a ser muito utilizado, e estou determinado em corresponder ao que o presidente espera de mim, mostrar o meu futebol e a minha qualidade. Felizmente as coisas têm-me corrido bem, apesar de que estava com um pouco de receio, não em termos de qualidade, mas mais em termos físicos, derivado precisamente de ter jogado pouco tempo no último ano. Pensei que isso se viesse a sentir, que não aguentasse o ritmo de jogo tão bem, mas como eu nunca baixei os braços em Braga, mesmo quando não estava a ser chamado, e quem me conhece sabe que fiz sempre tudo para estar bem, que trabalhei sempre para poder jogar, as coisas têm-me corrido de feição. Vou continuar a trabalhar como sempre fiz por onde passei ao longo da carreira para ajudar a equipa, e o resto depois verá por acréscimo.
6. Até onde pode ir esta equipa. A manutenção continua a ser a principal meta?
É complicado dizer isso nesta altura. A equipa foi montada praticamente toda de novo, com muitas entradas e saídas de jogadores, e o início de campeonato é sempre algo complicado. Agora, penso que dada a qualidade que este plantel tem, podemos fazer um campeonato tranquilo. A manutenção continua a ser a principal meta, mas esperamos alcançá-la sem grandes sobressaltos. Vamos pensar jogo a jogo, que foi o que eu aprendi em Braga no tempo em que lá estive, pensar em ir ganhando os jogos, que objectivos vão aparecendo com naturalidade.
Braga no coração
Apesar de a nível pessoal as coisas não lhe terem corrido de feição em Braga, o médio não guarda mágoas desses dois anos, só tem elogios. «Guardo óptimas recordações. Adorei a cidade, adorei aquela gente, adorei os adeptos que são fabulosos, tivemos sempre um grupo excelente, grandes equipas e ficou claramente no meu coração». E nem mesmo para o treinador que pouco contava com ele, Jorge Costa, as palavras são depreciativas. «Antes pelo contrário. Tenho uma óptima relação com o Jorge, e para além do treinador, ficou a amizade, e vejo um grande futuro para ele». A experiência na cidade dos Arcebispos valeu-lhe também a crença de que o Sp. Braga já é o 4º grande: «por toda a estrutura do clube, os adeptos que leva atrás de si e os resultados. Ficou dois anos na quarta posição, fez uma boa campanha na Taça UEFA, tem vindo a crescer de uma forma sustentada e só isso, que não e pouco, mostra bem a grandeza do clube. Só falta mesmo um título. Será a cereja no topo do bolo»
Selecção no horizonte
Davide já foi internacional ao nível dos escalões sub-18, 18, 20 e 21. Para que o ciclo fique completo, só falta mesmo a chamada aos A’s. Contudo, o ‘navalista’ não esconde que nesta altura tem «perfeita noção que é muito complicado. Ainda fiz poucos jogos e apesar de me terem corrido bem, é cedo para poder ‘reclamar’ um lugar. Só mantendo este nível de regularidade é que me permitirá sonhar com algo mais, até pela qualidade do grupo que já existe». Questionado sobre se o facto de estar num clube com menor projecção não limitará essas hipóteses, o médio não se mostra preocupado. «Não é fácil lá conseguir entrar, mas penso sinceramente que olhando para o que se tem passado num passado recente, isso não influencia. O seleccionador já demonstrou que está atento a todos os jogadores e que qualquer um pode ser chamado se apresentar qualidade».
A um toque
• Davide estreou-se na 1ª Divisão na época 2003/04, pela mão de João Alves, hoje treinador de juniores do Benfica.
• Na sua temporada de estreia realizou 28 jogos, 17 dos quais como titulares. Apontou um golo, frente ao Benfica no então novo estádio da Luz.
• Os seus maiores sonhos são «representar um grande e chegar a selecção A».
• Já em termos de títulos revela que seria ganhar o campeonato nacional. «É o sonho de qualquer um».
• O seu ídolo é Rui Costa. «Sempre foi um jogador que admirei muito, a sua maneira de jogar, a sua personalidade, como geriu a carreira dele e foi um prazer tê-lo defrontado este ano, apesar de termos perdido. Ainda joga muito…»
• Quando toca a eleger os melhores jogadores a nível nacional aponta os nomes de Rui Costa, Quaresma e Cristiano Ronaldo (os dois últimos com quem jogou nas selecções, nomeadamente no torneio de Toulon, prova que conquistaram), enquanto a nível internacional as referências são Kaká e Messi.
• No defeso 2004/05 o seu nome foi ventilado para reforçar o Benfica, o Espanhol de Barcelona e o FC Porto, mas acabaria por permanecer na Amadora.
• Apesar de já ter jogado varias vezes a extremo (sobretudo no Sp. Braga), é na posição de médio ofensivo que se sente melhor. «Creio que é mesmo onde rendo mais».
• Davide foi a 11ª contratação do clube figueirense para esta temporada.
• Para quem só o conhece dos relvados, fique a saber que Davide afirma ser «muito tranquilo, muito caseiro, e muito ligado à família».
In revista Futebolista nº. 26 de Outubro 2007