Jorge Paixão lida com balneário dividido no Zawisza
Treze estrangeiros no meio de 11 polacos. É com um plantel dividido e pouco coeso que Jorge Paixão, treinador português, tem trabalhado na Polónia com o Zawisza Bydgosczc.
A história começou por parecer saída de um conto de fadas: a época passada, a primeira no regresso ao principal escalão do país, terminou com a conquista da Taça da Polónia, enquanto a atual começou com a vitória na Supertaça. Mas agora a equipa atravessa uma série de seis derrotas em todas as provas.
«É tudo muito estranho», refere Jorge Paixão em conversa com A BOLA. «Até começámos relativamente bem. Só que quando passou a ser a doer, com quatro jogos em dez dias, começámos a pagar o preço», explica o treinador português, de 48 anos.
«Somos o clube com mais estrangeiros na liga», diz Jorge Paixão, para começar a enumerar a série de problemas com que se depara no 14.º classificado da Ekstraklasa. «O plantel não foi fechado na altura certa e têm chegado jogadores novos todas as semanas. O setor defensivo tem sentido muitos problemas [sofreu 17 golos na atual sequência negativa]. E depois há problemas de adaptação dos novos jogadores», conta.
A mescla de nacionalidades tem sido a principal responsável pela ausência de química no grupo, o que, naturalmente, dificulta a execução das ideias do treinador em campo. «Falta a noção de equipa, a relação entre os jogadores. Na liga temos um mínimo de polacos a utilizar, pelo que os temos de misturar com os estrangeiros, mas fora de campo é difícil juntá-los. Nas refeições, ficam sempre separados», lamenta o treinador.
«Portugueses têm dificuldades»
No meio de tão complicada situação, como anda a legião portuguesa no Zawisza? Bernardo Vasconcelos, Alvarinho, Joshua Silva, Mica Silva e André Micael não são exceção à instabilidade que se sente no plantel.
«Os portugueses estão com grandes dificuldades. Os jogadores polacos pensam que eles e os restantes estrangeiros só vêm para lhes tirar o lugar», constata o treinador, que lamenta a resistência aos métodos que trouxe de Portugal e da sua experiência à frente de SC Braga, Farense, Mafra, Estrela da Amadora e não só. No estrangeiro já passou por Angola, no Recreativo da Caála, enquanto no Catar orientou o Al-Mesaimeer.
«Não fazemos trabalho de ginásio, só dentro de campo, por exemplo. Há muita resistência aos novos métodos, mesmo que eles tenham trazido um treinador de fora, português. A nossa metodologia de treino é reconhecida como sendo de elite no futebol», sublinha Jorge Paixão.
O Zawisza não é um grande clube na Polónia, como o Légia de Varsóvia, o Lech Poznan ou o Slask. A qualidade no plantel «não é muita», como refere o treinador, mas sempre que aparece um grande jogador natural do país, ruma a um campeonato mais competitivo, como o da vizinha Alemanha.
Na sexta-feira, a equipa orientada por Jorge Paixão irá enfrentar o PIast Gliwice, fora, uma equipa que está no 15.º posto. Um jogo possivelmente decisivo na luta pela permanência, antes de uma pausa no campeonato.
A BOLA
1932
Re: POR ONDE ANDAM ANTIGOS JOGADORES DO BRAGA
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Até achava o Viícius um bom central.