Já devem ter passado perto de trinta anos anos. Era eu um miúdo. Um tarde qualquer de domingo. Na bancada superior, o saudoso tribunal do Primeiro de Maio, com o meu pai (como agora com o meu filho) assistia com fé e sofrimento a mais um jogo do nosso Braga. À nossa frente um senhor dos seus sessenta anos, irritado com o mau desempenho do árbitro, atira num assomo de fúria o rádio na direcção do árbitro. O pobre aparelho desfez-se em cacos sobre a relva. Mas não foram necessários seguranças nem polícias para repor a ordem: a esposa do infeliz, numa fúria de mulher do norte, desfere uma série de vigorosas bordoadas de guarda-chuva nas costas do zeloso braguista, para gáudio dos presentes.
É também destes episódios trágico-cómicos que vive a festa do futebol. Somos latinos, gente de barba rija e palavrão fácil.
Há dias, na correctíssima e exemplar Dinamarca um adepto invadiu o campo e agrediu o árbitro durante um jogo da sua selecção frente à Suécia. Que isto aconteça num qualquer país latino, é normal. Mas no reino da Dinamarca é, de facto, de estranhar. Quando vi as imagens fiquei estupefacto: o dinamarquês exaltado entra em campo esbaforido, abanando desordenadamente os braços como se tivesse um enxame de abelhas à frente do nariz e quando se abeira do homem do apito acerta-lhe com o antebraço esquerdo no pescoço (!) e, com o braço direito, o melhor que consegue é acertar num jogador dinamarquês que o tentava acalmar. Só no final percebi o motivo de tanta falta de jeito para a “coisa”: o herói dinamarquês tinha bebido vinte cervejas! Vista e revista a cena, continuo a não perceber porque é que se colocam hipóteses como atribuir a derrota à Dinamarca por tão divertida cena! Estes incidentes dão sal ao futebol; isto deve ser motivo para umas boas gargalhadas e não para nos assaltarem com teorias puritanas!
Há dias terminou a Clericus Cup, uma espécie de campeonato do mundo para padres e seminaristas de todo o mundo. A equipa do Redemptoris Mater venceu na final a Universidade Pontifícia de Latrão por 1-0. O jogo disputou-se bem perto da Catedral de S. Pedro, no Vaticano. O que achei mais curioso na notícia que li na Internet foi o facto de se ter instalado um verdadeiro pandemónio no final do jogo porque o golo da vitória resultou de um penalti muito duvidoso. O próprio treinador dos religiosos de Latrão se insurgiu contra o mistério do pretenso penalti fantasma! Afinal, meus amigos, nem no Vaticano o futebol escapa a uma boa polémicazinha!
Como dizia o Perestrelo, é disto que o meu povo gosta. Aliás, parece-me que este espírito latino está em expansão. Veja-se, por exemplo, como o futebol inglês se tem tornado muito mais divertido com as polémicas em que o nosso José Mourinho se envolve! Lá por terras de Sua Majestade estavam a fazer falta umas boas guerras de palavras, bem à portuguesa!
O futebol é feito de diversão, e não só de teorias, de esquemas tácticos, de debates e análises carrancudas. É festa e regabofe!
É também destes episódios trágico-cómicos que vive a festa do futebol. Somos latinos, gente de barba rija e palavrão fácil.
Há dias, na correctíssima e exemplar Dinamarca um adepto invadiu o campo e agrediu o árbitro durante um jogo da sua selecção frente à Suécia. Que isto aconteça num qualquer país latino, é normal. Mas no reino da Dinamarca é, de facto, de estranhar. Quando vi as imagens fiquei estupefacto: o dinamarquês exaltado entra em campo esbaforido, abanando desordenadamente os braços como se tivesse um enxame de abelhas à frente do nariz e quando se abeira do homem do apito acerta-lhe com o antebraço esquerdo no pescoço (!) e, com o braço direito, o melhor que consegue é acertar num jogador dinamarquês que o tentava acalmar. Só no final percebi o motivo de tanta falta de jeito para a “coisa”: o herói dinamarquês tinha bebido vinte cervejas! Vista e revista a cena, continuo a não perceber porque é que se colocam hipóteses como atribuir a derrota à Dinamarca por tão divertida cena! Estes incidentes dão sal ao futebol; isto deve ser motivo para umas boas gargalhadas e não para nos assaltarem com teorias puritanas!
Há dias terminou a Clericus Cup, uma espécie de campeonato do mundo para padres e seminaristas de todo o mundo. A equipa do Redemptoris Mater venceu na final a Universidade Pontifícia de Latrão por 1-0. O jogo disputou-se bem perto da Catedral de S. Pedro, no Vaticano. O que achei mais curioso na notícia que li na Internet foi o facto de se ter instalado um verdadeiro pandemónio no final do jogo porque o golo da vitória resultou de um penalti muito duvidoso. O próprio treinador dos religiosos de Latrão se insurgiu contra o mistério do pretenso penalti fantasma! Afinal, meus amigos, nem no Vaticano o futebol escapa a uma boa polémicazinha!
Como dizia o Perestrelo, é disto que o meu povo gosta. Aliás, parece-me que este espírito latino está em expansão. Veja-se, por exemplo, como o futebol inglês se tem tornado muito mais divertido com as polémicas em que o nosso José Mourinho se envolve! Lá por terras de Sua Majestade estavam a fazer falta umas boas guerras de palavras, bem à portuguesa!
O futebol é feito de diversão, e não só de teorias, de esquemas tácticos, de debates e análises carrancudas. É festa e regabofe!