Continuamos à volta do mesmo e a divergência mantém-se.
A grande diferença é aqui: tu dizes "o que não quer dizer que são melhores profissionais... ou tem mais qualidades que os do IPCA/ISAVE... simplesmente vieram de uma "academia de formação" com mais prestigio...".
É nisto que eu discordo: reconheço que quem sai de uma boa universidade ou de um bom clube não é necessariamente melhor profissional, porque a certa altura pode baldar-se, ou tornar-se bêbado ou outra coisa qualquer - mas em princípio será bom profissional, senão não tinha sequer chegado à boa universidade ou ao bom clube. Mas até concedo nisso. O que não concordo, de todo, é com a questão da qualidade: salvaguardando honrosas excepções (e antes que venhas com dois ou três que te dão razão mas que são absolutamente excepcionais), quando saem da universidade (ou do clube), um licenciado de uma boa universidade (ou o jogador de um bom clube) tem mais qualidade adquirida; não é só uma questão de prestígio, é mesmo a qualidade que advém de melhores professores / treinadores, melhores técnicas e metodologias, melhores instalações e equipamentos, melhores hábitos de trabalho. Admito que haja escolas / clubes com menor nome e prestígio que trabalham tão bem e têm profissionais técnicos tão bons ou melhores que nas escolas / clubes de topo, mas isso será sempre excepcional. Sou profissional liberal há 25 anos. Já vi muitos recém licenciados de universidades boas e de outras não tão boas - garanto-te que a diferença é abismal. Inclusive já fui professor numa universidade privada; não tens noção... Comparar esses alunos com os do meu curso é simplesmente impossível... Atenção que nesta privada de que estou a falar as instalações são óptimas (bem melhores que as da minha velhinha universidade) e os professores eram muito bons (a começar por mim, claro ehehehehe) mas a qualidade dos alunos era ridícula... Se fossem bons não tinham ido para ali... E dos profissionais que dali saem, alguns (poucos) conseguem evoluir e singrar no mundo do trabalho, outros só precisam do "dr." para ganharem importância na empresa do papá e estão-se nas tinas se aprenderam ou não o que quer que seja, e a grande maioria está a trabalhar em empregos não especializados, que nada têm a ver com a licenciatura que tiraram.
Resumindo, um bom clube ou uma boa escola não dão só "pedigree": dão qualidade e profissionalismo. Haverá sempre excepções, mas um jogador que na formação nunca passou do Águias da Graça muito dificilmente será melhor que qualquer jogador da formação do Braga - senão tinha sido captado para a formação do Braga; assim como um aluno do ISAVE dificilmente será tão bom como um aluno da UM - senão tinha conseguido entrar na UM.
Podes-me arranjar mil exemplos a contrariar o que eu digo (pois toda a gente que não há regra sem excepção); mas eu arranjo um milhão a dar-me razão!
Mas, claro, é uma questão de perspectiva e de noção da realidade, e cada um tem a sua.
(desculpem o off-topic, que isto não tem nada a ver com mercado de futebol, mas a discussão até é interessante, mesmo não sendo este o local mais indicado para a ter)
Tirei o meu curso de engenharia civil a 15 anos atras em Viana.
Hoje tenho uma empresa de construção com cerca de 200 funcionários que opera no sector nacional e mas sobretudo no sector internacional.
Tenho uma outra empresa de imobiliário onde invisti anualmente cerca de 8 milhões nos ultimos 3 anos, em predios em Braga, Famalicão e Vila verde.
Nunca pedi um centimo a algum banco nem aos papás (que sempre foram simples funcionarios).
Tudo isto com menos de 40 anos.
Como vês não tinha pedigree e atingi um patamar que nem eu sonharia ou 99% dos licenciados com pedigree.
Para resumir, a muita qualidade em divisões inferiores, muitos apenas precisam de uma oportunidade.