www.record.pt Carvalhal e as 'pérolas' que deixou em Inglaterra: As lagostas, o meio frango e o 'rock and roll'
Treinador português brilhou forte dentro e fora dos relvados britânicos Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, tem uma ligação forte ao futebol de Inglaterra, fruto das experiências ao serviço de Sheffield Wednesday e Swansea. De resto, o técnico lançou uma mensagem de ânimo à formação de Sheffield, que tem atualmente a permanência no segundo escalão inglês em risco, ocupando a 23.ª e penúltima posição da tabela.
"É tempo de estarmos juntos! Isto não é sobre o presidente, treinador, jogadores ou adeptos... é sobre o Sheffield Wednesday! Que parem as críticas, sejam positivos e estejam juntos. 'Acordem o monstro'... esta temporada temos de ficar no Championship. Boa sorte, Darren Moore", escreveu nas redes sociais.
A passagem de Carvalhal por Inglaterra ficou-lhe no coração mas os ingleses também guardam excelentes memórias do português. Fora os resultados desportivos e a forma sempre positiva como encarou dirigentes, treinadores, jogadores e jornalistas, o treinador teve frases que se tornaram icónicas e que hoje recuperamos.
Julho de 2015. Chegada ao Sheffield Wednesday: "É a concretização de um sonho de criança. Não sabia se viria a ter essa possibilidade mas sempre desejei chegar à pátria do futebol e estou a viver uma experiência fantástica."
Maio 2016. Duelo com Hull no playoff de subida à Premier League: "No meu país, cresci a ver na televisão a preto e branco a final de Wembley. Agora é um sonho ir lá jogar. Não vamos a Wembley para tirar fotografias."
Junho 2017. Entrevista ao Record: "Não tive dificuldade nenhuma em conduzir do outro lado; às vezes faz confusão entrar em ruas sem carros, por causa do sentido contrário. Já tive um ou outro susto. Quanto à comida, há um restaurante português na cidade e um chef português a trabalhar no centro, que julgo ser antigo jogador de andebol. Reunimos de manhã, tomamos o pequeno-almoço, almoçamos e lanchamos no clube; à noite já não me apetece ir a restaurantes, porque falta peixe fresco ou bacalhau. A dificuldade faz-nos criar competências e por isso aprendi a cozinhar este ano. E já consigo fazer umas coisas. Como estão na moda os chefs, um dia destes ainda nasce aqui um dos bons."
Dezembro 2017. Conferência de imprensa: "Não é um milagre quando as coisas estão nas mãos dos homens. Está nas nossas mãos alcançar essa objetivo e não precisamos de ajuda divina. Precisamos sim de um forte compromisso e prometo que vamos tentar tudo para mudar as coisas."
Janeiro 2018. Chegada ao Swansea: "Temos dinheiro para sardinhas, mas eu quero lagosta. Vou fazer de tudo para trazermos os melhores jogadores possíveis, vou tentar lagostas e robalos, mas se não for possível, então teremos de comprar sardinhas. Às vezes as sardinhas podem ganhar jogos..."
Carlos Carvalhal
Janeiro 2018. Vitória contra Liverpool: "Fiz uma analogia junto dos meus jogadores para este encontro. O Liverpool é uma equipa de topo, eles são a Fórmula 1, mas se colocarmos um carro de Fórmula 1 no trânsito de Londres às 16h, ele não vai andar muito depressa."
Janeiro 2018. Interesse em Aboubakar: "O barco está no mar, mas os peixes ainda não morderam o isco. Quando o barco está no mar, depende se há alguma tempestade, se os peixes estão a dormir ou não e se querem ou não vir para o barco. Estamos no processo, mas não sei o que vai acontecer. Não estou no barco! Estou na praia, por isso não consigo ver os peixes... Vamos tentar trazer os jogadores com a maior qualidade possível. Não quero falar de quantos, mas o mais importante é trazer jogadores de qualidade, que possam ajudar os que já temos."
Fevereiro 2018. Mahrez fez birra por não o deixarem sair do Leicester, adversario do Swansea: "Tenho uma casa e não sei o que os meus vizinhos fazem. Tomo conta da minha família e dos meus cães. Digo-lhes olá e aceno-lhes, mas não passa disso. Não é um problema meu."
Fevereiro 2018. Foi questionado sobre que tipo de 'peixe' seriam os reforços do clube: "São jogadores! Não são peixes..."
Fevereiro 2018. Reforço André Ayew juntou-se ao irmão Jordan no plantel: "Tens de lhe perguntar... Se eu tivesse a oportunidade de jogar com a minha irmã, não poderia estar mais motivado. Ficaria feliz por colocar alguém que conheço bem, mas ela não joga muito bem..."
Fevereiro 2018. como motivar Tammy Abraham: "Olhem para o exemplo do Cristiano Ronaldo. Ele vem de uma família e de uma terra pobre, mas com os princípios que teve no Sporting, com o apoio do clube e da família... Vemos o Ronaldo agora com 32 anos, mas aos 21 ou 22 nunca ouviram falar que ele se envolveu numa briga numa discoteca, ou em problemas. Isto é díficil quando se ganha muito dinheiro com 20, 21 ou 22 anos, e se é rico."
Fevereiro 2018. Vitória do Swansea: "Quando chegámos, estávamos fundo no oceano. Estava muito escuro. Haviam apenas algumas pedras e peixes nenhuns - não conseguíamos ver nada. Ganhámos alguns jogos importantes frente ao Liverpool e Arsenal, mas foi apenas na semana passada que metemos o nariz fora de água para apanhar ar fresco. Foi a primeira vez que cheirámos o ar, mas neste momento começámos a nadar e já conseguimos ver a costa. Sabemos a direção em que queremos nadar porque já vemos a costa, mas ainda temos muito que nadar até chegarmos lá. Hoje 'metemos toda a carne no assador'."
Fevereiro 2018. Mais um empate (o terceiro) na Taça de Ingletarra: "Vamos ter mais uma 'repetição'. É um bocado como a Academia de Polícia, houve a primeira, depois a segunda e terceira..."
Fevereiro 2018. Conferência de imprensa: "Levamos um frango, que eu como todo e tu nada. Estatisticamente ambos comemos meio frango. O melhor é concentrarmo-nos em ganhar pontos em todos os jogos e não em estatísticas."
Fevereiro 2018. Swansea apurou-se para os 'quartos' da Taça de Inglaterra: "Depois de marcarmos os dois golos, fechámos a casa, fechámos as portas, fechámos as janelas."
Março 2018. Vitória diante do West Ham por 4-1: "Isto é futebol 'rock and roll'. Há momentos em que temos de dançar a música dos nossos adversários; contra o Liverpool, o Arsenal e o Tottenham tivemos que dançar a música deles, mas hoje escolhemos a nossa música. E houve 'rock and roll' neste estádio!"
Março 2018. Empate com Huddersfield: "O Huddersfield 'tocou' ópera - trocaram a bola de um lado para o outro e nós tivemos de ouvir a sua música durante longo tempo, mas o mais importante é que, no fim, conseguimos aquilo que queríamos. Foi um ponto épico."
Março 2018. Antevisão do jogo com o Manchester United de Mourinho: "Há duas coisas importantes: nunca perdi contra ele e nunca perdi em Old Trafford. Porque é a primeira vez que vou lá jogar... Tenho um bom registo, não é verdade? Sabemos que este jogo vai ser difícil, mas os jogos são para serem jogados e vamos fazer o nosso melhor para sair de Old Trafford com pontos."
Abril 2018. Depois de ter distribuído bolo pelos jornalistas, lembrou que recebeu uma prenda do amigo José Mourinho: "Fiquei surpreendido, deu-me vinho português. Sim, claro! E é bem bom, é vinho de nível da Liga dos Campeões."
Novembro 2018. Entrevista 'The Guardian': "Vi os U2 em Vilar de Mouros em 1982 e também vi os The Cure lá. Os Lloyd Cole and the Commotions também deram um concerto muito bom. Mas há mais. Lembro-me dos Simple Minds, dos Echo and the Bunnymen, Nina Hagen, Elvis Costello e Duran Duran. E o melhor concerto que alguma vez vi foram os Rolling Stones, no estádio do Sporting."
Novembro 2018. Balanço das conferências 'loucas': "Nunca tive nada preparado, a não ser uma vez no Shffield Wednesday, em que fui para a conferência de imprensa com uma nota de 20 libras no bolso. Sabia que depois de perder um jogo ia enfrentar perguntas difíceis, mas normalmente não me preparo. É importante que os jogadores e os adeptos entendam a mensagem porque eu não sou treinador apenas durante alguns momentos."
Novembro 2018. Entrevista imprensa britânica: "Hoje em dia temos mais inimigos. Nas redes sociais um tipo louco ou um miúdo de 8 anos podem cravar-nos um prego. Os adeptos dizem o que pensam no Twitter e no Facebook... As redes sociais podem ser um grande inimigo dos treinadores."
Dezembro 2018: Entrevista: "O meu plano de carreira passa por continuar em Inglaterra, experimentar outro país ou cultura diferente e seleções. (...) Preparei-me para ser treinador. Estudei na faculdade e especializei-me em futebol. Hoje, sou melhor do que naquela altura. Não sou arrogante mas tenho esta expressão: 'Quando não me querem, coitadas das pessoas'. Perdem um excelente treinador e sigo em frente."
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