Copy paste do post de outro tópico:
Tendo em consideração as especificidades da nossa Liga (três equipas venceram mais de 90% dos campeonatos) se o modelo escolhido for semelhante ao Espanhol..
50% distribuídos em partes iguais, 25% baseados no mérito, ou seja, na classificação das três últimas épocas e os restantes 25% terão em conta a capacidade dos clubes para gerar receitas...o Benfica só aceitará uma fórmula que lhe permita receber mais que Porto e Sporting e o Porto só aceitará uma que lhe permita receber mais que o Sporting, portanto, seja qual for a fórmula para distribuir os outros 50% dificilmente 60%/70% desse valor deixará de entrar nos bolsos dos três metralhas.
Actualmente a nossa Liga, somando o valor que as 18 partes estão a receber, não chega a valer €190M, mas para facilitar as contas vamos arredondar para €200M...sendo 50%, €100M, distribuídos em partes iguais pelos 18 clubes cada um receberia cerca de €5,5M (só por esta via já é bem mais do que aquilo que 12/13 recebem actualmente e para alguns deles representa mesmo o dobro).
Quanto aos outros 50% - €100M - seja qual for o modelo a seguir, seja o espanhol ou o de qualquer outra Liga, ou um construído de acordo com as particulares e únicas especificidades da nossa I Liga, esse modelo/fórmula deverá ter sempre presente alguns itens relevantes vê incontornáveis como por exemplo:
- quem tem o grande Share televisivo; - quem tem os títulos (Benfica 37, Porto 28, Sporting 18, Belenenses 1 e Boavosya 1);
- quem ocupa, salvo raras excepções os três primeiros lugares, e lugares europeus, (algo que nas duas últimas décadas nos favorece, lugares europeus);
- o número de adeptos e assistências médias (ocupatemos a quarta ou quinta posição);
- capacidade para gerar receitas (seguimos logo atrás dos metralhas mas a grande distância);
- património, nomeadamente a Academia que acrescenta valor financeiro/econômico cê desportivo ao projecto;
- margem de crescimento;
- etc..
A pressão dos metralhas para a valorização de determinados itens em detrimento de outros facilmente ditará quem serão os clubes que ficarão com a fatia de leão desses 50% (não devo andar muito longe daquilo que poderá vir a acontecer quando digo que desses €100M cerca de 60%/70% serão distribuídos pelos três metralhas, ficando cerca de €30/40M para distribuir pelos outros 15 clubes).
A centralização dos direitos televisivos (sou a favor desde o primeiro dia que neste fórum começou a ser discutida) só fará entrar dinheiro a sério, dinheiro que ajude a fazer uma grande diferença na competitividade dos outros 15 clubes, se a mesma for vendida por um valor muito superior a €200M e sem a internacionalização da I Liga não estou a ver o mercado interno pagar o dinheiro que permita tal evolução (dos clubes, do futebol e da própria Liga)...o mercado nacional é muito pequeno portanto a estratégia terá que passar pela internacionalização da Liga.
O que os nossos clubes vão fazendo na Europa com tão pouco, todos eles, salvo algumas excepções, poderá ajudar à venda centralizada dos direitos televisivos para o mundo por um valor "justo" que nos colocaria noutro patamar pois temos grandes jogadores, excelente formação e bons treinadores mas falta-nos dinheiro para comprar melhor e acima de tudo para segurar talento durante mais tempo (formar sim mas vender sem darem retorno desportivo de dois a três anos, sem capacidade de recusar e adiar as propostas só poderá acontecer com muito mais dinheiro da TV).
Se o valor centralizado não for significativamente superior ao actual então será praticamente impossível o SCB receber mais do que os actuais €10M, seja qual for o modelo de distribuição adoptado (o fosso entre nós e outros será esbatido mas o fosso entre nós e os metralhas não encurtará).
A I Liga, bem trabalhada, a seu tempo, com a crise ultrapassada e terminados os actuais contratos, poderá, globalmente, valer até o triplo daquilo que vale (entre os €400M e os €600M que representam menos de 20% daquilo que as grandes Ligas valem)...estes números não fui eu que os inventei, fazem parte de uma projecção feita por um analista de mercado que mediante uma série de factores adiantou uma série de intervalos quanto ao potencial valor dos direitos televisivos centralizados em algumas ligas, entre elas a I Liga,, foi há algum tempo num debate televisivo.
Sobre a distribuição dos direitos de tv em Espanha:
https://financefootball.com/2016/02/24/direitos-televisivos-da-liga-espanhola/