Para que não restem dúvidas quanto à genuinidade do meu discurso, e porque parece ser esta uma regra introduzida com o objectivo de não ferir os mais susceptíveis, começo por dizer que é, para mim, tão adepto do Braga aquele que vota Salvador como aquele que, como eu e tantos outros, se inclina para votar em Pli.O AS não teve bem, podia ter aceitado, porque aliás na minha opinião as medidas da campanha do Pli são pouco interessantes, pouco realistas e sem um plano desportivo.
Preâmbulo feito, não posso deixar de perguntar o seguinte a quem se escuda numa alegada radicalização do discurso da lista do Pli para, por essa via, defender António Salvador:
1) Se a lista do Pli é, do ponto de vista das ideias, o tremendo vazio de que alguns falam, o que pode, então, justificar a recusa do Salvador em conceder um debate ao candidato por cujo aparecimento tantos anos suspirou?
2) É possível que Salvador, Presidente e, por isso, dono de um aprofundado conhecimento dos diversos dossiers, esteja, ao contrário do que parece sugerir, receoso? Que Salvador reconheça ao Pli a capacidade que, em entrevista ao Record, deu a entender que não tinha?
3) Se Salvador entende, como sugeriu na dita entrevista, que a candidatura do Pli não visa o bem do clube, sendo antes o resultado de uma campanha orquestrada contra a sua pessoa, não crê António Salvador que teria, nesta entrevista, a oportunidade perfeita para desmascará-lo (a ele, Pli, e aos intentos que lhe atribuiu?
4) Confirmando-se que a recusa de concessão de um debate derivou, como tudo parece indiciar, de um receio, é natural que Salvador se arrogue o direito de recusar, aos sócios do Braga (porque é destes que falamos!), a possibilidade de formação de uma vontade livre e esclarecida?
5) Admitirá Salvador que, tendo recusado o debate, fiquem alguns sócios com a sensação de que só não proíbe as entrevistas do seu opositor às demais entidades porque não pode, de facto, fazê-lo?
6) Entende Salvador, Presidente, não proprietário, do Sporting Clube de Braga, que a imagem que perpassa é, eventualmente, a de um candidato fechado sobre si mesmo e pouco aberto a discussões que se deseja sejam uma das bases de eleições verdadeiramente livres?
7) Faz sentido que, em período pré-eleitoral, se promovam visitas guiadas a obras que não se encontram ainda finalizadas?
8 ) É possível que seja a ganância eleitoralista a justificar que uma dessas visitas esteja agendada para o dia das eleições?
9) Achará Salvador que esta angariação e, há-que dizê-lo, condicionamento do sentido de voto encontra justificação no superior interesse do clube? Ou derivará, porventura, de um interesse meramente egoísta de que é, indiscutivelmente, titular?
Este sócio, que já conta com 10 votos, tem interesse em que sejam, pelo menos parcialmente, esclarecidas as questões colocadas. A ausência de resposta será, agora como em tantas ocasiões, a resposta mais reveladora.
Mas acho que o AS na sua entrevista na Radio Voz Neiva respondeu todas as dúvidas que a lista do Pli queria que fossem esclarecidas, como eu próprio fiquei muito mais esclarecido.
O grande problema do AS é a sua personalidade, mas é um grande gestor e um grande braguista.
Dia 27 que ganhe o melhor!!!