Este comunicado permite, pelo menos, esclarecer uma dúvida, e corrigir um erro muito comum que é pensar que, como só vendeu 90% do passe do Rafa, o Braga mantém 10% do passe. O Comunicado permite facilmente concluir que não é nada disso! (infelizmente...)
Diz o Comunicado:
"As condições do acordo foram as seguintes: a Benfica Sad pagaria à SC Braga Sad a quantia líquida de 16.000.000,00€ por 90% dos direitos económicos, negociando e adquirindo em separado à Onsoccer International – Gestão de Carreiras Desportivas SA (conjuntamente com Jussara Mary da Silva Correia) os 10% dos direitos económicos que a esta pertencem."
Ou seja, o Braga negociou directamente com o Benfica 90% do passe, como sempre foi dito, mas que correspondem aos seus 80%, na íntegra, e aos 10% do Feirense; de onde resultam os 90% negociados pelo Braga (os outros 10% já não foram negociados pelo Braga, mas directamente entre o Benfica e o empresário). Ou seja, o Benfica fica com 100% do Rafa, os 10% comprados directamente ao empresário e os 90% comprados ao Braga (em seu nome e do Feirense), não tendo o Braga qualquer mais-valia futura.
Mas, por outro lado, o Braga também recebe, no imediato, mais do que o inicialmente pensado, pois recebe 90% de 16M (ou seja, 14,4M) em vez de 80% (que seriam 12,8M) - e o Benfica vai pagar 16M ao Braga + Feirense e ainda 1,6M ao empresário, logo, o Rafa vai custar 17,6M. Na prática houve um desconto de 2,4M face à cláusula mas que vai ser compensado com o passe definitivo do Rui Fonte (que valerá entre 1 e 2 M) e o empréstimo de um ou dois jogadores. Ou seja, o Rafa sai praticamente pelo valor da cláusula! E se o Braga acabar por não pagar a comissão ao empresário, recebe mais do que se o vendesse pela cláusula de rescisão a um clube arranjado pelo empresário! (20M - 2M Feirense - 2M parcela do empresario - 2M comissão do empresário = 14M).
Acho que o Salvador ainda conseguiu fazer um aceitável negócio!
(Nota: não estou a considerar uma eventual percentagem do Jorge Mendes porque ainda ninguém explicou essa "estória"; mas se foi como se diz - o Braga vendeu ao Mendes mas depois comprou pelo mesmo preço, apenas com um acréscimo de uma taxa de juro pelo tempo decorrido - também não foi muito mau...; na prática foi um empréstimo, com juros iguais ou menores do que se fosse um empréstimo bancário, em que o passe do Rafa serviu como garantia do pagamento e para "disfarçar" o empréstimo).