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O problema não é o tratamento ser diferenciado, é o tratamento ser inequivocamente discriminatório! Se, como sucede em Itália, fosse obrigatória a identificação dos detentores do bilhete para entrar num recinto desportivo, isso nunca seria encarado pelas claques da mesma maneira que esta lei, porque seria um controlo global dos espectadores. Eu tenho um cartão de cidadão, a minha situação fiscal regularizada e o registo criminal limpo
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Penso que a questão passa um pouco por aqui, daquilo que vejo as nossas claques não estão contra a identificação, estão contra a forma discriminatória como é feita o que é muito diferente. Quando se lê aqui algumas opiniões a ideia que fica é que os elementos das claques recusam-se a ser identificados, não é isso.
Orgulho-me de poder dizer que sou de um clube em que as suas claques, mostram que têm capacidade de pensar e lutar por aquilo que acreditam, e é público o que as nossas claques têm sofrido para não se venderem.
O facto de ser lei, não significa que temos de “ouvir e calar” as pessoas podem ou não concordar e assumem as consequências disso. Neste momento, no Brasil as pessoas estão nas ruas por vários motivos e um deles é precisamente para a mudança de algumas leis que protegem os corruptos, há pessoas que se recusam a escrever com o novo acordo ortográfico, só para dar uns exemplos.
Acredito que para as nossas claques seria bem mais fácil fazer como as outras, arranjava-se “meia dúzia” de elementos para ser identificados só para inglês ver, ficavam legalizadas e já podiam levar material, teriam mais apoios, já podiam entrar nos estádio com material da claque e com isso fazer mais negócio, etc, etc, etc mas preferem lutar, e isso eu dou valor.
Depois é a história da “viagem à Madeira” que vem sempre à baila quando se quer atingir as nossas claques, faz lembrar as épocas menos positivas que tivemos recentemente que sempre que um jogo corria mal alguém falava do acordo que emprestou os Mercedes aos jogadores. É certo que tiveram apoio assim como nós sócios também já tivemos por exemplo para ir a Leiria, à Naval etc, dos apoios que o clube pode dar à claque só acho que pecam por escassos tamanho é o esforço que fazem para estar em todo o lado há mais de 20 anos, sem falhar um.
Ainda recentemente houve jogo em Belém, onde a maior parte dos adeptos se estava a burrifar e pedia, e bem, para meter os B´s pois tínhamos o jogo decisivo contra o Fener a meio da semana mas a verdade é que se não fossem as nossas claques quem lá tinha ido? Teria me custado mais ver a equipa sózinha no estádio e não ter ninguém a quem agradecer no final do jogo, do que a derrota por 3 – 0.
Tudo está bem? É certo que não, mas pode melhorar, as nossas claques já tiveram momentos melhores e piores, mas parece-me que está a nascer novamente uma onda positiva, os sectores estão mais compostos, o apoio é maior e quem beneficia com isso é o Braga de todos nós, se o nosso estádio em alguns jogos já é frio e cinzento se não tivessem as claques parecia um cemitério. Vamos procurar ter uma atitude positiva, é fazer com que as nossas claques e todo o apoio ao Braga seja cada vez maior e melhor, só assim conseguiremos grandes feitos.