Pois é, meus amigos, aí está o Verão! Chegou o tempo da canícula (não sei porquê mas sempre gostei desta palavra). Chegou o tempo do ciclismo, dos incêndios, da praia e das moscas. Por isso, este espaço vai de férias e só volta em Setembro. Nesta época é costume os jornais trazerem uns passatempos mais ou menos patetas com perguntas e repostas. Por isso cá vai também a minha contribuição:
Sabe o caro leitor qual a semelhança entre um talho e uma repartição de finanças? Não sabe? Pois… esta é, realmente, um pouco difícil. Não, não vá já procurar a solução na última página; eu digo-lhe já a resposta: em ambos os sítios se esquartejam carnes, peles e ossos (uns com os bichos, outros com os pobres).
Bem, mas aí vai uma mais fácil: o que é que os talhos e repartição de finanças têm que a secretaria do Primeiro de Maio não tem? Vá, puxe lá pela cabeça que esta é fácil. Então? Não vou ficar aqui eternamente à espera que descubra! Pronto, eu digo-lhe: é aquela geringonça de onde se tira um papelinho com um número e umas letras a dizer assim: “a sua vez”. Pois é, esta semana, para renovar o assentalho no tribunal do estádio “AXA” (ui, ui…) tive de ir lá tantas vezes como Pedro negou Cristo porque tinha aí sempre uma fila medonha, mau grado a simpatia e profissionalismo do senhor Adão e seus pares! Claro, ao ver aquela serpentina espalhada pelo aposento, qualquer coitado como eu prefere deixar para amanhã o que podia fazer hoje. É que além da fila (não sei porquê não gosto da palavra “bicha”) há ainda o problema da canícula. Sim, a famosa canícula! Lá até tem aparelho de ar condicionado mas provavelmente está a funcionar em “modo lareira”. Mas se tivesse lá a tal geringonça de que falei acima, a malta podia recolher o papelinho e ir jogar uma suecazinha ou uma bisca-lambida com os amigos debaixo dos plátanos do parque da Ponte, enquanto a bicha encolhia. Assim não, temos de ficar lá a penar como um deputado na Assembleia, a sonhar com uma praiazinha tropical. Bem, neste ponto a canícula do aposento até ajuda a criar clima.
Mas à terceira vez lá consegui chegar à renovação da tão desejada cadeirinha. O pior é que fiquei a saber uma coisa terrível: que o meu pai não é da família! Era meu propósito renovar os lugares de meu pai e do meu filho, além do meu, ao abrigo do descontozinho do pacote “família nascente triplo”. Mas, para meu espanto, fui informado que… não dá! “Só dava se fosse a sua senhora”, informou-me um camarada que estava atrás de mim na fileira. Ora essa! Então a minha “senhora”, que nem sabe se a bola é esférica ou parecida com um paralelo da calçada, é da família e o meu pai, que é bracarense do tempo dos irmãos Mendonça, não é? Bem, que remédio tive eu senão pagar por inteiro; não seria por isso que deixava o meu pai à porta do estádio AXA (ui outra vez…). Desculpem lá estas irritantes (e irritadas) interjeições sempre que falo do estádio da Pedreira mas, por mais que me convença que a modernidade (leia-se os euros) assim o exige, não consigo deixar de sentir este novo nome como um som parecido com o da esferovite roçada num vidro… mas pronto, o euro comanda a vida. Para mim, no entanto, aquele será sempre o estádio Bracara Augusta ou, simplesmente, a Pedreira. Porque os estádios são o que a gente quiser que eles sejam… “axo” eu…
Sabe o caro leitor qual a semelhança entre um talho e uma repartição de finanças? Não sabe? Pois… esta é, realmente, um pouco difícil. Não, não vá já procurar a solução na última página; eu digo-lhe já a resposta: em ambos os sítios se esquartejam carnes, peles e ossos (uns com os bichos, outros com os pobres).
Bem, mas aí vai uma mais fácil: o que é que os talhos e repartição de finanças têm que a secretaria do Primeiro de Maio não tem? Vá, puxe lá pela cabeça que esta é fácil. Então? Não vou ficar aqui eternamente à espera que descubra! Pronto, eu digo-lhe: é aquela geringonça de onde se tira um papelinho com um número e umas letras a dizer assim: “a sua vez”. Pois é, esta semana, para renovar o assentalho no tribunal do estádio “AXA” (ui, ui…) tive de ir lá tantas vezes como Pedro negou Cristo porque tinha aí sempre uma fila medonha, mau grado a simpatia e profissionalismo do senhor Adão e seus pares! Claro, ao ver aquela serpentina espalhada pelo aposento, qualquer coitado como eu prefere deixar para amanhã o que podia fazer hoje. É que além da fila (não sei porquê não gosto da palavra “bicha”) há ainda o problema da canícula. Sim, a famosa canícula! Lá até tem aparelho de ar condicionado mas provavelmente está a funcionar em “modo lareira”. Mas se tivesse lá a tal geringonça de que falei acima, a malta podia recolher o papelinho e ir jogar uma suecazinha ou uma bisca-lambida com os amigos debaixo dos plátanos do parque da Ponte, enquanto a bicha encolhia. Assim não, temos de ficar lá a penar como um deputado na Assembleia, a sonhar com uma praiazinha tropical. Bem, neste ponto a canícula do aposento até ajuda a criar clima.
Mas à terceira vez lá consegui chegar à renovação da tão desejada cadeirinha. O pior é que fiquei a saber uma coisa terrível: que o meu pai não é da família! Era meu propósito renovar os lugares de meu pai e do meu filho, além do meu, ao abrigo do descontozinho do pacote “família nascente triplo”. Mas, para meu espanto, fui informado que… não dá! “Só dava se fosse a sua senhora”, informou-me um camarada que estava atrás de mim na fileira. Ora essa! Então a minha “senhora”, que nem sabe se a bola é esférica ou parecida com um paralelo da calçada, é da família e o meu pai, que é bracarense do tempo dos irmãos Mendonça, não é? Bem, que remédio tive eu senão pagar por inteiro; não seria por isso que deixava o meu pai à porta do estádio AXA (ui outra vez…). Desculpem lá estas irritantes (e irritadas) interjeições sempre que falo do estádio da Pedreira mas, por mais que me convença que a modernidade (leia-se os euros) assim o exige, não consigo deixar de sentir este novo nome como um som parecido com o da esferovite roçada num vidro… mas pronto, o euro comanda a vida. Para mim, no entanto, aquele será sempre o estádio Bracara Augusta ou, simplesmente, a Pedreira. Porque os estádios são o que a gente quiser que eles sejam… “axo” eu…