O Braga ganhou ao Estrela Vermelha por dois a zero e voltámos a festejar a passagem da fase de grupos, desta vez sem derrotas. Participámos num grupo bem mais difícil do que o do ano passado e ficamos mais bem classificados. Nas palavras pouco sábias de Jorge Jesus, o Braga e o Porto fazem milagres na Europa. Quanto ao Porto não me pronuncio, mas quanto ao meu clube, só quem não conhece bem a realidade bracarense é que pode usar estas palavras.
A administração de A. Salvador tem cimentado (nunca o termo veio tão a-propósito) a posição do S. C. de Braga como quarto clube português mas o que se passa está longe de ser um milagre. Pelo contrário, tem causas bem concretas. Em primeiro lugar, uma administração competente e zelosa em termos financeiros tem efectuado negócios bem proveitosos, não só ao nível da transferência de jogadores como noutros domínios; veja-se, por exemplo, o contrato celebrado com a AXA para utilização do nome do estádio.
Mas Jorge Jesus considera que dentro de alguns anos o futebol português será ultrapassado por Chipre, Bulgária e Roménia. Exactamente daqui por cinco anos. Os “Gato Fedorento” decidiram abandonar a RTP mas parece que já têm substituto à altura. A explicação que o técnico dá para este fenómeno futuro é o facto de termos cada vez menos pessoas nos estádios. É claro que isto é um problema. Mas conseguiremos nós imaginar grandes enchentes em jogos de média dimensão nos campeonatos destes países? Jorge Jesus, assim como muitos outros pessimistas que por aí ouvimos e lemos, parece esquecer que as receitas de bilheteira estão longe de ser o factor mais representativo nos orçamentos dos clubes. Com médias a rondar os dois ou três mil espectadores por jogo, como poderia a União de Leiria, por exemplo, suportar um orçamento de 3,5 milhões de euros? Como diria alguém, “é fazer as contas”.
O sucesso desportivo está longe de depender das bilheteiras e o S. C. de Braga é outro exemplo disso. Confesso que não conheço, em concreto, os números mas não andarei longe da verdade se afirmar que a duplicação do número de sócios pagantes não acrescentaria mais de dois milhões de euros ao orçamento anual do S. C. de Braga. Seria tal valor suficiente para modificar significativamente o estatuto do clube no futebol português? Não me parece. Isso equivaleria a dizer que o nosso orçamento ficaria mais próximo do Marítimo, que é o quarto orçamento da Liga.
Mais uma vez, A. Salvador ficou decepcionado com a assistência ao jogo frente ao Estrela Vermelha. Não vou aqui discutir essa polémica. Quero só lembrar que o mais grave não é a pouca presença de público: é o pouco envolvimento da cidade na vida do clube. Os clubes modernos podem não viver das bilheteiras. Mas arrecadam milhões com o marketing e merchandising. Da mesma maneira que as salas de cinema ganham mais dinheiro com as pipocas e bebidas, também os clubes, Braga incluído, têm de investir na promoção da imagem do clube e na venda dos produtos que a SAD, na sua dinâmica empresarial deve oferecer.
É neste aspecto que António Salvador não tem razão. Os bracarenses podem não ir ao estádio e podem preferir o conforto do sofá. Mas isso não significa que não possam ser “braguistas” e que não se envolvam na vida do clube. Por isso, mais importante do que criticar o seu comodismo é encontrar formas de os cativar; formas de, como já escrevi várias vezes, levar a montanha até Maomé.
A administração de A. Salvador tem cimentado (nunca o termo veio tão a-propósito) a posição do S. C. de Braga como quarto clube português mas o que se passa está longe de ser um milagre. Pelo contrário, tem causas bem concretas. Em primeiro lugar, uma administração competente e zelosa em termos financeiros tem efectuado negócios bem proveitosos, não só ao nível da transferência de jogadores como noutros domínios; veja-se, por exemplo, o contrato celebrado com a AXA para utilização do nome do estádio.
Mas Jorge Jesus considera que dentro de alguns anos o futebol português será ultrapassado por Chipre, Bulgária e Roménia. Exactamente daqui por cinco anos. Os “Gato Fedorento” decidiram abandonar a RTP mas parece que já têm substituto à altura. A explicação que o técnico dá para este fenómeno futuro é o facto de termos cada vez menos pessoas nos estádios. É claro que isto é um problema. Mas conseguiremos nós imaginar grandes enchentes em jogos de média dimensão nos campeonatos destes países? Jorge Jesus, assim como muitos outros pessimistas que por aí ouvimos e lemos, parece esquecer que as receitas de bilheteira estão longe de ser o factor mais representativo nos orçamentos dos clubes. Com médias a rondar os dois ou três mil espectadores por jogo, como poderia a União de Leiria, por exemplo, suportar um orçamento de 3,5 milhões de euros? Como diria alguém, “é fazer as contas”.
O sucesso desportivo está longe de depender das bilheteiras e o S. C. de Braga é outro exemplo disso. Confesso que não conheço, em concreto, os números mas não andarei longe da verdade se afirmar que a duplicação do número de sócios pagantes não acrescentaria mais de dois milhões de euros ao orçamento anual do S. C. de Braga. Seria tal valor suficiente para modificar significativamente o estatuto do clube no futebol português? Não me parece. Isso equivaleria a dizer que o nosso orçamento ficaria mais próximo do Marítimo, que é o quarto orçamento da Liga.
Mais uma vez, A. Salvador ficou decepcionado com a assistência ao jogo frente ao Estrela Vermelha. Não vou aqui discutir essa polémica. Quero só lembrar que o mais grave não é a pouca presença de público: é o pouco envolvimento da cidade na vida do clube. Os clubes modernos podem não viver das bilheteiras. Mas arrecadam milhões com o marketing e merchandising. Da mesma maneira que as salas de cinema ganham mais dinheiro com as pipocas e bebidas, também os clubes, Braga incluído, têm de investir na promoção da imagem do clube e na venda dos produtos que a SAD, na sua dinâmica empresarial deve oferecer.
É neste aspecto que António Salvador não tem razão. Os bracarenses podem não ir ao estádio e podem preferir o conforto do sofá. Mas isso não significa que não possam ser “braguistas” e que não se envolvam na vida do clube. Por isso, mais importante do que criticar o seu comodismo é encontrar formas de os cativar; formas de, como já escrevi várias vezes, levar a montanha até Maomé.