Tem conclusões interessantes e curiosas... mas tem uma que me deixa "doente"... 16% de Biclubistas?? Isso dá quase 4000 sócios... É muito!! Sei que as coisas estão a mudar e que à 10 Anos a trás os números seriam certamente mais vergonhosos, mas, mesmo assim ainda são muitos!! Valha-nos o facto de a grande maioria querer que o Braga ganhe quando joga com o tal outro clube.
Pelo contrário!!! Este trabalho até serve para desmistificar a ideia que a nossa imprensa repete à exaustão: que a massa associativa do Braga não tem identidade e que é,
na sua maioria, adepta de outro clube, em particular benfiquista. Ora este estudo diz-nos que provavelmente serão "apenas" entre 3500 a 4000 sócios que serão simpatizantes de outros clubes e que esses estão repartidos de forma mais ou menos equitativa pelos três metralhas. Mas diz-nos mais: é que destes a esmagadora maioria é mesmo adepta do Braga, uma vez que é por este que torce quando estão em confronto os clubes de sua preferência! Serão menos de 1000 os sócios que são realmente adeptos de um dos três metralhas e "apenas" simpatizantes do nosso clube.
Outra nota importante a meu ver é a nossa implantação nas faixas etárias mais jovens. É preciso insistir a acção do clube nestas faixas para que o processo de crescimento não se perca.
Outra questão importante a meu ver é a implantação no público feminino. Seria importante perceber se há diferenças de participação entre mulheres e homens (e.g., assiduidade aos jogos). Penso que o público feminino é chave para o crescimento do clube. Conquistar uma mulher para associada do clube significa muito provavelmente conquistar com ela toda a família. Toda a gente sabe (pelo menos os mais velhos sabem) que a mulher é que é o verdadeiro chefe de família...
Outra conclusão relevante deste trabalho (e que me parece óbvia): a identificação do clube com a cidade - concentrando-se os seus adeptos no concelho e em alguns concelhos limítrofes (de destacar Vila Verde). Isto implica a meu ver que a estratégia de crescimento do clube vá necessariamente no sentido de identificar o clube com a cidade, como defendo há muito. Esta estratégia não exclui ninguém. A afinidade com a cidade não se mede pelos contornos administrativos desta, mas pelas relações que as pessoas estabelecem com ela...
Parabéns ao autor do estudo! Pode ser um ponto de partida para um trabalho ainda mais pormenorizado que a SAD tem ao seu alcance através do tratamento dos inquéritos realizados aquando da renumeração dos associados.
NOTA: ainda em relação à implantação do clube no público feminino (que eu acho ser muito importante para que o nosso processo de crescimento seja acelerado) aqui fica a minha sugestão radical: criar uma nova categoria de associado exclusivo para o público feminino completamente gratuito que garantiria o acesso a grande maioria dos jogos (eventualmente exceptuando jogos frente aos metralhas e V. Guimarães, por exemplo, para os quais teriam que adquiri bilhete de público). Obviamente que as coisas devem ser pensadas de forma a que uma mulher que opte por ser sócia "sénior" garanta vantagem no acesso a todos as partidas (incluindo metralhas, UEFA, etc.)
Penso que seria um "investimento" com um potencial muito grande para ser rentável a prazo. Estou convicto que por cada mulher que aderisse a este esquema muito mais sócios ganharíamos: filhos, pais, etc...