Quantos destes é que são titulares?
O mais preocupante é a espinha dorsal da equipa assentar em jogadores que embora com qualidade reconhecida, já não são nada jovens...
É exactamente isto. Não podemos ter uma equipa com jogadores de primeira linha veteranos e com uma segunda linha de miúdos de 20 anos. Precisamos de mais jogadores na faixa dos 24-28 anos, ainda relativamente jovens mas com alguma experiência que garante que falhando uma das primeiras alternativas a equipa não sentirá demasiadas oscilações.
Claro que isto não significa que não devemos ter jovens jogadores também. Simplesmente, é provável que de cinco jovens entre os 18 e os 21 anos que estejam no plantel somente um singre e se torne alternativa credível para a equipa principal. A maioria dos jogadores jovens precisa de rodar em escalões mais baixos e em equipas com menos ambições para completar a sua aprendizagem. Recordo por exemplo, Ricardo Carvalho, hoje considerado por muitos um dos melhores defesas-centrais do mundo que esteve emprestado a clubes como o Leça(!) e o V. Setúbal antes de se afirmar como primeira opção no seu cube de origem. Existirão excepções, jogadores com uma maturidade precoce que poderão fazer uma transição imediata dos escalões juvenis para a equipa principal. Mas estes contar-se-ão pelos dedos de umas mão. Parece-me perigoso quando a alternativa a um veterano é um jovem de 20 anos sem provas dadas.
Exemplo do que considero equilibrado para uma equipa com as nossas ambições é a restruturação que fizemos da nossa defesa. Em teoria, a primeira linha será constituída por L.Filipe (28), Paulo Jorge (27), Ridriguez (23), César Peixoto (27). Recordemos que há dois anos atrás a mesma linha (super-defesa) era constituída por Abel (28), Nunes (30), Nem (34), Jorge Luíz (31)... (*)
É que a questão não se resume a razões meramente desportivas. Temos hoje uma SAD que depende
cada vez mais das mais-valias que for capaz de fazer com transferências de jogadores, cuja probabilidade sai altamente diminuída em jogadores com mais de 30 anos. Por outro lado, é importante que de época para época não seja necessário fazer constantes revoluções no plantel, colocando em risco a estabilidade do clube/SAD quer em termos de rendimento desportivo, quer em termos de solidez económico-financeira. Eu não quero fazer que a equipa faça um brilharete numa época para nas épocas seguintes ter a sua viabilidade económica em causa e necessariamente uma equipa a lutar por objectivos menores (vide Boavista).
(*) idades no início da próxima temporada