Apesar de nesta votaçao ter indicado que ficou igual, tenho uma opiniao divergente dos demais. A alteraçao (reduçao) do numero de clubes so efectivamente se vera se trouxe ganhos ou nao ao futebol portugues daqui a uns 3/4 anos. Analisar esta medida imediatamente é um erro. Qualquer alteraçao a um modelo vigente necessita de tempo para se verificar se trouxe ou nao melhorias em relaçao ao passado. Por isso acho sensato esperarmos um pouco mais de tempo até termos a certeza se a reduçao dos clubes foi ou nao benefica para o futebol portugues.
Poderás ter razão quando afirmas que é preciso mais tempo para fazer uma análise fundamentada à redução de equipas no 1º escalão do futebol português. Mas será que é mesmo preciso? Para mim não... Porque no nosso campeonato há 3 equipas que são crónicas candidatas ao título. Com excepção de algumas equipas com historial que esporadicamente conseguem boas equipas e lutam pela ida à europa(lugares cimeiros), as restantes lutam para não descer de divisão. Quantas equipas de bom nível temos no campeonato português? Neste momento, e baseado no que vi durante o campeonato, arrisco a dizer que 5(FCP, SLB, SCP, SCB, CFB). As restantes jogaram a maior parte das vezes para o pontinho. Por exemplo, a "sensação" Paços de Ferreira nos jogos com o SCB praticou e abusou do anti-jogo... e vai esta equipa à Europa?
Zé gostaria se fosse possivel, que colocasses um link onde posso sacar esse estudo.
Acho o teu texto interessante e as tuas reflexoes tambem elas interessantes. Mas vejamos. Dizemos que ha falta de futebol no entanto antigamente tinhamos 34 jogos, se este modelo apresentado fosse para a frente teriamos 36 jogos (10 equipas, 4 voltas), ou seja mais dois jogos. Se para alem da taça tivessemos a taça da liga ficariamos com um calendario semelhante ao espanhol. Ou seja muitos jogos. Falaste na pausa de inverno, tendo a pausa de inverno reduzido os lucros dos clubes, mas entao com mais jogos os mesmo aumentariam, à partida claro esta. Quanto as diferenças de receitas, tambem entro em desacordo com a tua perspectiva. Repara se o SCBraga jogasse mais vezes contra os grandes mais receitas teriamos. Para alem do mais penso que, e isto é um exercicio apenas baseado em empirismo, se houvesse menos equipas, as melhores estariao em competiçao, ou seja possivelmente mais equilibrio. Penso entao que a diferença entre os grandes e os restantes diminuiria.
Discordo!
Suponhamos que um dito grande conseguiria arrecadar 1 milhão de euros num jogo com outro dito grande. Suponhamos que o SCB, num jogo com um dito grande conseguiria 500 mil euros.
No cenário de 4 voltas, o dito grande arrecadaria 2 milhões de euros. O SCB arrecadaria 1 milhão de euros. Em termos percentuais significaria que o dito grande conseguiria mais 100% que o SCB. No cenário de 4 voltas a percentagem mantêm-se... só que a diferença no 1º cenário cifra-se em 500 mil euros...no segundo cenário é de 1 milhão de euros.
Além disso, a situação agravar-se-ia considerando que há receitas importantes como as transmissões TV, publicidade, etc... que permitem aos clubes dtos grandes o encaixe de muitos milhões de euros em relação aos ditos clubes pequenos.
Eu ja ha algum tempo que defendo apenas 10/12 clubes no nosso principal escalao, sobretudo pelas razoes apontadas atras. Mas isto é a minha opiniao que nao se baseia em nenhum estudo.
Quanto ao outro ponto por ti abordado sobre os pequenos clubes, aqueles que com as reduçoes mais sofrem porque nunca passarao de pequenos e os sonhos sao postos de parte. Isso nao me parece de todo verdade. Repara o Vit. Setubal é um clube pelo qual nutro uma simpatia, mas reparemos num mundo competitivo, profissional eles passam por situaçoes que nao podem acontecer. Em dois anos consecutivos jogadores profissionais ficaram meses sem receber. Isto é uma situaçao que se deve evitar e mais nao pode suceder num campeonato profissional. Por isso e neste mundo de sonhos tem de haver regras e quem nao as pode cumprir tem de ficar de parte. Agora a tua pergunta é sera isto justo? É! Lamento mas nao se podem ter vicios que nao podem ser suportados e esta é a grande questao. A reduçao ira trazer exigencias que so os mais fortes, os melhores poderao suportar. E dentro dos mais fortes estarao para alem do 3G, o SCBraga e outros. Quanto aqueles clubes pequenos que tanto falas, o seu papel sera sempre importante e alem do mais penso que eles poderao é reunir ainda mais ambiçao para poderem estar ao nivel dos melhores e assim chegar tambem la acima, porque isso continuara a ser possivel. É necessario é saber trabalhar. Vejam o caso do Sevilha, em pouco mais de 10 anos passou de um clube eternamente na segunda para uma equipa de topo. Se calhar esta questao foi ja colocada aquando da transformaçao dos nossos campeonatos para profissionais. O ponto fundamental é saber-se trabalhar para ser melhor.
Repara no seguinte XPT... o acesso ao 1º escalão do futebol português significa para muitas equipas receitas na ordem dos 3 ou 4 milhões de euros/ano em receitas. Só para teres uma pequena ideia, há equipas que em transmissões TV conseguem mais dinheiro que juntando as receitas com: associados, publicidade, quotas e bilhetes... caso por exemplo do Paços, Aves, Gil...
Será que algumas equipas, sem essas receitas que mencionei, poderiam ter as infra-estruturas(as poucas que existem) ou a dimensão que actualmente têm? Será que poderiam proporcionar às populações condições e meios para a prática desportiva? será que conseguiriam ter a dimensão desportiva que hoje têm?
Por outras palavras... não fosse a 1ª divisão e clubes como o Gil, Leiria, Beira-Mar, Moreirense, Rio Ave, Amadora e muitos mais, não teriam a dimensão desportiva que têm, contribuindo, na medida do possível para o futebol e desporto de Portugal
Espero ter esclarecido o meu ponto de vista!
PS- Ferreira, penso que a Deloitte refere-se ao BFC.