Que tipo de perigo pode criar o Arthur com aquela movimentação? Tem um remate forte de fora da area? É um tecnicista nato que consegue assistir colegas com o adversario em linha baixa??? Neste lance nada justifica que o central descomponha por completo a linha defensiva.
O Paulo Oliveira só tem de se manter na posição e deixar o Arthur Cabral com Ricardo Horta numa troca defensiva que é um processo normal e que acontece milhares de vezes durante os jogos.
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É deixar receber e o Horta ou o Vítor Carvalho vão lá fechar. Para mim é erro claro do Paulo ou do Artur que lhe pede para fazer aquilo.
A equipa no geral também está mal posicionada. Os dois médios centros estão completamente fora do lance o que cria dúvida no Borja e no Horta. O Vítor tinha de estar entre o arsunes e o Cabral
Não estava e obrigou a ser o Borja a fazer uma pressão ao di maria que ajudou a abrir o espaço no meio.
Já não sei como começou o lance para chegarmos ali já meio desposicionados nos dois médio centro
Respondo aos dois de uma vez.
O perigo que o Cabral pode criar com aquela movimentação, caso o Paulo Oliveira não saltasse na pressão, é que ia rodar à vontade, e deixar o Paulo em 2 contra 1 com ele e o Aursnes. É por isso que o Paulo salta, tentando fechar a linha de passe e impedindo-o de rodar.
Mais uma vez, reforço: é-se preso por ter cão, e preso por não ter! Vejam o golo do Sporting em Braga esta época. O que fez o Niakaté? Contenção! Quem culparam aqui por esse golo sofrido? O Niakaté! Vejam, é bastante parecida a situação.
Deixar o Cabral com o Ricardo Horta? Quer dizer, o Horta não acompanhou o Aursnes e ia fechar ao meio no avançado deles depois por milagre, partindo bastante longe?
"A equipa no geral também está mal posicionada"
Porquê???
"Os dois médios centros estão completamente fora do lance"
Estão a acompanhar as suas referências de marcação: o Zalazar está com o Kokcu, impedindo-o de ser opção para o A. Silva, o Moutinho está aberto na direita a acompanhar o João Neves, e o Vítor Carvalho está à frente dos centrais, mas descaído para o lado do Rafa, como esteve o jogo todo, porque o Rafa era claramente a sua referência (alguém acha que não faz sentido dar atenção especial ao Rafa?).
"O Vítor tinha de estar entre o arsunes e o Cabral"
Porquê?
"Já não sei como começou o lance"
Começa com um lançamento do lado esquerdo do ataque do Benfica, o Neves roda por trás, a bola chega ao A. Silva e depois dá golo.
Aqui só havia duas maneiras de defender: ou o Horta sai no A. Silva, o Zalazar compensa nas costas dele, e o Abel recua para o Kokcu, ou o Horta acompanha o Aursnes. O Horta ficou a meio, sem pressionar ninguém e sem tapar linha de passe nenhuma. Mas pronto, continue-se a bater nos mais fracos e a achar "preocupante" que alguém veja o erro noutro jogador que não o Paulo.
Eu, como de costume, não estou a dizer que é tudo bem feito, pelo contrário. A questão é que parece-me haver claramente um padrão dos centrais saltarem demasiado na pressão, também por darmos muito espaço entre linhas quando saímos na pressão e ela não funciona. Eu penso que este risco (porque é arriscadíssimo abordar os lances assim) é intencional, também porque são centrais lentos, que na contenção podem muito bem ser comidos nas costas. E há aqui duas coisas a apontar: a primeira, é que estes centrais não são de todo adequados para jogar assim; a segunda, é que os jogadores deviam ter o discernimento de conseguir avaliar quando devem sair e quando o risco é demasiado elevado. O problema desta segunda é que eles são confrontados com lances destes demasiadas vezes, e então, por muito que decidam bem 80 ou 90% das vezes, as vezes que decidem mal são mais do que suficientes para originar uma carrada de golos sofridos. E eu já disse aqui várias vezes que entendo que isto seja a visão do AJ, este risco que nos faz sofrer tantos golos, mas ao mesmo tempo nos faz marcar tantos, uma mentalidade um pouco à Bielsa ou à futebol alemão (ainda recentemente o Gonçalo Paciência falou disso no canal 11, do facto dele ter ficado pasmado o quanto se ignora a organização defensiva na Alemanha), que é um futebol de vertigem e de jogo partido. Eu não concordo com a visão dele, e já o disse várias vezes. Só não percebo é porque é que isto causa tanta celeuma e tantos insultos ao homem. E o facto de isto ser, para mim e para quase todos, um problema, não significa que todos os golos sofridos sejam por culpa disso. A prova é o exemplo que dei do golo do Sporting, como podia falar do golo do Estoril, em que o Fonte está a correr sozinho para trás e deixa o Guitane em jogo por isso. O problema maior é os nossos centrais serem expostos a essas situações demasiadas vezes, e depois não terem a rapidez para conseguir resolver bem esses lances.
Aparte desse risco que nos leva a sofrer, a quantidade de golos sofridos esta época de maneira caricata, "ilegal", golos de uma vida ou por erros individuais grosseiros, dava uma compilação "engraçada". Assim de repente, de caricatos lembro-me do golo do Gil em que o Serdar é comido por uma bola que bate numa poça e não salta, o 1º golo do Real em Braga, em que o Niakaté corta contra o Rodrygo, a bola ia para fora, mas bate nas pernas do Matheus e desvia para a baliza, o auto-golo do Serdar em Nápoles e o auto-golo do Niakaté em casa com o Nápoles. De "ilegais", ambos os penaltis em ambos os jogos com o Casa Pia ou o golo do Vizela (para mim é falta clara sobre o Matheus). De golos de uma vida, o de sábado, os do Famalicão na primeira jornada (nenhum dos dois jogadores voltou a marcar desde então), o do Estrela de livre direto (com culpas do Matheus, é certo) e o do Topola. É certo que nós também temos uns quantos golos caricatos ou "de uma vida", faz parte. Mas acho que temos sofrido uma quantidade anormal de lances desse género.
Outro aspeto que me parece importante (tanto ou mais importa que o comportamento em transição defensiva), e quase ninguém fala, são as bolas paradas defensivas... Temos 5 golos sofridos de canto, se não me engano. Não sendo escandalosamente alto, parece-me ainda assim um número mais alto do que devia...