É um patinho feio, vai continuar a ser enquanto cá estiver, e quando sair vão fazer da sua passagem muito pior do que o que está a ser (ao contrário de várias que são romantizadas sem razão)
Das duas uma, ou dizem que os resultados não interessam e que o que interessa é jogar bom futebol, com garra, à Braga, independentemente do resultado final, ou dizem que os resultados são a única coisa que interessa, e que faz sentido pedir a guilhotina quando estes não acontecem. Não se pode é fazer o bolo e comê-lo também.
Quer queiram quer não, os resultados não só estão em linha com aquilo que tem sido o Braga, como estão em linha com aquilo que fez o treinador anterior. O investimento foi maior, mas os adversários também o são, e se esta equipa tem maior investimento, também é certo que esse investimento se nota nos jogos europeus (visto que internamente está bastante idêntico, a nível europeu não só não estamos a comer 4 do Leicester como jogamos olhos nos olhos com um Real Madrid – em jogos de Champions, onde a exigência é infinitamente maior do que na Liga Europa).
Portanto, a reclamar, reclame-se com as exibições. E aí sim, há MUITO por onde melhorar, e muito por onde reclamar. E este Braga tem capacidade para fazer muito melhor do que o que tem feito, só tem que internamente admitir o que está a fazer de errado (que me parece ser o nosso maior erro neste momento – não vejo o Artur Jorge com vontade de assumir que precisamos de melhorar muito o processo defensivo, principalmente se continua com o discurso de “defendemos mal de propósito para atacarmos melhor”. Um não pode nem deve ser exclusivo do outro. Temos que atacar muito E defender melhor: não há volta a dar). Ainda assim, se golos são algum indicativo de futebol positivo, continuamos com grande caudal (sem falar em todas as reviravoltas épicas que já tivemos).
P.S – Outra coisa que eu adoro é que quando eram outros treinadores, jogar de 3 em 3 dias não dava tempo “para treinar rotinas”, e se a equipa chegasse a Janeiro com resultados satisfatórios, já com menos jogos durante a semana, aí é que ia ser (e depois treinou-se as rotinas, “destreinaram-se” as do treinador anterior... e foi o que foi). Com o Artur Jorge é ao contrário. Para já safa-se “porque ainda há Champions” (imagine-se, chegarmos ao luxo de dizer isto), quando deixar de ser é que vai ser o descalabro. Não devo perceber mesmo nada disto. É da mesma saga do "Um jogador fez asneira na defesa? A culpa é do treinador. Um jogador resolveu o jogo numa jogada individual? Grande jogador, salvou o treinador".
Fosse outro treinador e quantos textos não tínhamos aqui já lido do quão difícil é gerir um plantel, jogar de 3 em 3 dias, e o quão difícil é motivar os jogadores para o campeonato havendo Champions? Lia-se isso e era para a Liga Europa contra Wolves ou Leicester, imagine-se agora. Parece que não é normal haver quebra nos jogos do campeonato quando jogamos sempre a meio da semana, e quando de vez em quando esses jogos são contra um Nápoles ou um Real Madrid...