Objetivo principal: conseguido! Eu só tenho pena do golo do Vardy, sinceramente, porque olho para os nossos possíveis adversários (os 1º classificados dos outros grupos) e são quase todos muito difíceis. Roma, Arsenal, Slavia/Leverkusen, Rangers, Granada/PSV, Nápoles/Real Sociedad, Lille/Milan, Villareal, Antwerp/Tottenham, Dínamo Zagreb e Hoffenheim serão os vencedores dos grupos, sendo que da Champions ainda virá o Krasnodar, At. Madrid/Salzburgo/Lokomotiv, Monchengladbach/Real/Shakhtar/Inter, Olympiakos/Marselha, Ajax/Atalanta, Lazio/Brugge, Dinamo Kiev/Ferencvaros e United/PSG/Leipzig. Destes, 4 irão para o pote 1 e 4 para o pote 2, consoante as pontuações que fizerem na Champions, sendo que, infelizmente, as equipas mais fortes são as que estão mais perto de ir para o pote 1 (grupos B, D, F e H são os mais prováveis de ter os 4 cabeças-de-série vindos da Champions). A quantidade de adversários indiscutivelmente melhor que nós é enorme, e com a nossa habitual sorte nos sorteios, o 1º lugar seria importantíssimo para evitar alguns destes. E é aqui que lamento o golo sofrido com o Leicester que nos teria posto em 1º lugar. No entanto, é sempre discutível afirmar isto, porque não sabemos se o Leicester teria abordado o jogo de ontem da mesma forma se tivesse perdido connosco.
Quanto ao jogo de ontem, foi uma entrada a matar. Mas a reação ao 2º golo fez-me lembrar o jogo da Ucrânia, onde marcamos 2 golos cedo e depois deixamos o adversário ter a iniciativa. Pode parecer estranho, mas se calhar foi bom termos sofrido o 1-2, porque voltamos a acordar e a mandar no jogo até ao fim. Talvez isso não tenha acontecido na Ucrânia porque só sofremos quase no fim.
Gostava de salientar o péssimo estado da relva, e acho estranho não ser mencionado mais vezes. A bola simplesmente nunca estava rasteira, ia sempre aos saltinhos como num pelado. Daí o R. Horta ter dito que precisavam sempre de mais toques para controlar a bola. Por exemplo, o falhanço de baliza aberta do Nélson Oliveira nasce dum mau domínio do Sequeira provocado pela relva, claramente, sendo que o Bruno Viana ainda fica fora do lance por ter escorregado. Outro que passou o jogo todo a patinar foi o Iuri... A relva estava mesmo muito má, e até no golo do R. Horta se vê que ele chuta mal porque a bola ressalta mesmo antes de lhe chegar, e o mesmo aconteceu no lance em que ele está isolado na 2ª parte.
Quanto ao 1º golo deles, para mim o erro maior é do Bruno Viana... O Matheus, ao contrário do que muitos dizem, para mim não tem culpa nenhuma. O Matheus não tem de estar subido quando os centrais estão à entrada da área, o Matheus estava ao lado da baliza (fora do enquadramento da baliza, como é suposto, mas perto da linha de fundo, para dar espaço e salvaguardar uma perda de bola) a dar linha de passe ao Tormena, como tem de fazer depois de bater um pontapé-de-baliza curto. Até acho que reagiu rápido e quase chegou a tempo de fazer a mancha. O passe do Tormena não sai bem, é um facto, e isso é um erro. Mas apesar disso, a bola passou 2m ao lado do Bruno Viana, ele podia perfeitamente ter chegado àquele passe. E não estou a dizer que podia ter chegado à bola depois de ela passar por ele, não é isso. Eu acho que, se ele tem dado 2 passos ao lado, tinha apanhado o passe tranquilamente, mas ele, inexplicavelmente, não reagiu. Dizem que ele achou que o passe não era para ele... Então era para quem? É que não é suposto ele ter nenhum colega perto, o passe é evidentemente para ele, nunca seria para o Matheus porque o Matheus estava onde tinha de estar: na pequena área atrás do Tormena para dar linha de passe. Por isso que o Tormena fica de braços abertos a olhar para ele, porque apesar do passe estar longe de ter sido perfeito, era perfeitamente alcançável e obviamente para o Bruno Viana. A juntar a isso, ficou parado, quando até podia ser que incomodasse o Nélson, que ainda tinha de fintar o GR. Atitude miserável... E eu acho que sou insuspeito, porque sempre fui dos poucos que veio defender o Bruno Viana em muitos lances onde era quase unânime por aqui que a culpa era dele. Minutos antes, fez um corte espetacular, mas depois fez isto e, pouco depois, ofereceu um canto duma maneira ridícula, com a bola controlada na linha de fundo.
Pegando neste golo, queria deixar aqui uma análise aos golos que sofremos nesta Liga Europa para defender que nós defendemos bem, em termos coletivos e de processo. Sofremos estes golos:
- Zorya
1-2: remate de longe, desvia no Al Musrati e torna impossível a defesa ao Matheus;
- Leicester
1-0: péssima posição do Bruno Viana, que põe o adversário em jogo, e depois fica parado em vez de sair ao Iheanacho, que ainda ganha um ressalto ao Matheus antes de marcar;
- Leicester
2-0: remate de longe, bate nas costas do Bruno Viana e vai para o lado contrário, impossibilitando a defesa do Matheus;
- Leicester
3-0: remate falhado do jogador do Leicester que acaba em assistência para o segundo poste;
- Leicester
4-0: mau posicionamento defensivo do Bruno Viana, que ainda assim consegue fazer o corte, mas o jogador do Leicester ganha o ressalto;
- Leicester 1-
1: erro do Musrati na saída de bola, e depois o jogador do Leicester ganha o ressalto do corte do Castro;
- Leicester 2-
2: grande lance individual do Maddison, cruzamento desvia no Vardy e vai ter com o Thomas;
- Leicester 3-
3: perda de bola no meio-campo ofensivo pelo A. Horta, boa transição defensiva da equipa, mas excelente definição ofensiva do Leicester;
- AEK
1-2: perda de bola na construção;
- AEK
2-4: remate que desvia no Sequeira e trai o Matheus;
Ou seja, sofremos golos por erros individuais, por ressaltos, ou uma mistura de ambos. Não consigo dizer que é o processo defensivo que é mau, pelo contrário. Mesmo nas competições nacionais, isso aconteceu, com 3 golos sofridos de penaltys que surgiram de erros individuais, outro num mau posicionamento individual numa 2ª bola num lance de bola parada defensiva, etc.
Depois, a questão Galeno... Vejo aqui muitos comentários a ironizar com as muitas críticas que o Galeno aqui foi sofrendo no último ano e meio. Eu fui um dos que criticou várias vezes o Galeno. E o que eu sempre disse foi: ele tem tudo para ser o melhor jogador desta equipa, desequilibra com uma facilidade que mais nenhum tem, mas decide muito mal. E o que o Galeno tem feito recentemente é precisamente dar-me razão a mim e a todos os que faziam a mesma crítica, não está a dar razão a quem se insurgia contra as críticas... Porque o que é que mudou de lá para cá? O nível de decisão do Galeno... Ele tem decidido bem MUITO mais vezes, e a consequência disso é esta: golos, assistências, inúmeros lances de muito perigo, etc. Ele está a mostrar que as críticas tinham razão, porque ele, com uma melhoria assinalável na decisão, está a ser, de longe, o melhor jogador do Braga na época. E aí também é preciso dar mérito ao Carvalhal, que o pôs numa posição que o favorece muitíssimo, partindo duma posição muito junto à linha e ligeiramente mais recuada, potenciando a sua melhor característica, a velocidade, quer seja com ou sem bola. Se ele jogasse no trio de ataque, era obrigado a jogar mais por dentro, de costas para a baliza, ao primeiro toque, etc. E aí ele não rende, porque não são essas as suas características. A maneira como a equipa atrai os adversários para o lado direito para depois colocar um passe longo no espaço para o Galeno aproveitar e depois encarar o 1 para 1 embalado, é intencional e muito inteligente, apesar de parecer simples. E quando a equipa sai pela esquerda, o entendimento entre o R. Horta, o Sequeira e o Paulinho com o Galeno está num nível muito bom. São vários os lances em que o R. Horta baixa para levar um defesa consigo, a bola é colocada longa no Paulinho e ele, de primeira, coloca no espaço que o R. Horta abriu, e aí aparece o Galeno embalado vindo de trás. Esta jogada é bastante bonita e eficaz, mas só funciona porque há a inteligência do R. Horta na leitura do posicionamento dos defesas, há a qualidade de passe para o Paulinho, e a qualidade de movimento e passe de primeira do Paulinho. É o nosso movimento ofensivo que eu mais gosto e mais prazer me dá de ver a equipa fazer. E é muito difícil de contrariar. Tudo isto (colegas e inteligência do treinador a montar o sistema e os movimentos), tem permitido ao Galeno estar no pico do seu rendimento, porque tem o contexto ideal para brilhar. O 1º golo nasce do primeiro movimento que falei (a equipa toda balanceada na direita, e o Castro faz um passe longo para o Galeno na esquerda), o 2º duma variação deste segundo movimento (em vez de ser o Paulinho a vir fazer de pivô e abrir de primeira para o Galeno, foi o R. Horta, com um grande passe). Apesar disto tudo, deixar uma pequena nota: no 2º golo, o Galeno decide mal. Acabou por correr bem, mas foi uma má decisão, porque o Esgaio não era uma linha de passe aberta, teve foi a sorte da bola passar pelo meio das pernas do GR.
Depois, as substituições: desta vez vieram cedo, ao contrário do costume. A saída do Bruno Viana ao intervalo, embora possa ter sido poupança e um indício de que no Domingo jogarão Viana e Carmo (45min cada um, sendo que o Tormena jogou os 90min), eu tenho a esperança que tenha sido um castigo pela má exibição, e que signifique a saída dele do 11. Espero que no Domingo tenhamos Carmo e Tormena. As substituições antes dos 60min foram bem feitas, uma porque o rendimento do Iuri estava a ser fraquíssimo (é bastante irregular o Iuri, tanto joga muito bem como muito mal), a outra porque o Musrati tinha amarelo e não havia razão para arriscar. No entanto, não concordei com as entradas. Acho que podia ter entrado um dos que entrou para o lugar do Musrati, mas depois eu tinha posto outro no lugar do Iuri. Punha o Hernani ou o Rodrigo Gomes, ou até o Abel Ruiz (passava o R. Horta para o lugar do Iuri). Estávamos a ganhar por 2 e tínhamos o jogo controlado, sendo que não entrariam com muita pressão nem com muitas responsabilidades defensivas. Compreendo que ainda faltava mais de meia hora e podia ser arriscado, mas então tinha posto um deles em vez do Novais e baixava o A. Horta para o lado do Fransérgio. Os miúdos dos nossos escalões jovens iam ganhar uma confiança enorme com uma utilização num jogo destes, e certamente dariam tudo para se mostrar, enquanto o Abel teria mais minutos num contexto favorável para levantar a moral, que parece em baixo. Acho que o Carvalhal foi demasiado conservador neste aspecto. Ah, o Esgaio está suspenso para a última jornada, estou curioso para ver quem vai jogar lá. Ou muito me engano, ou arrisco dizer que não será o Zé Carlos. Não sei porquê, mas tenho esse "feeling".
Por último, o Freitas Lobo só diz bacoradas, minha nossa! Na mesma intervenção, conseguiu dizer que o R. Horta e o Iuri formam uma dupla em terrenos interiores que forma quase um quadrado no meio com os 2 médios, mas no seguimento do raciocínio disse que o R. Horta jogava ao lado do Paulinho e o Iuri atrás dessa dupla. Depois, está constantemente a dizer que jogamos com 4 defesas, mas jogamos com 3 centrais com o Sequeira a ficar como 3º central. A seguir já diz que começamos a época com 3 centrais mas depois mudamos para apenas 2 centrais. O Esgaio é o lateral que sobe mais, mas depois afinal já é um ala como o Galeno. O Iuri é extremo direito, mas depois já joga atrás do R. Horta e do Paulinho (

). Quando saiu o Iuri, que como acabei de dizer, era extremo e número 10, jogava ao lado do Horta mas também atrás do Horta, ele diz que o A. Horta vai jogar para o meio e o R. Horta vai passar para uma das alas, onde estava o Iuri... Mas então em que ficamos? Se o Iuri jogava lado a lado com o R. Horta (aqui foi onde ele acertou), o R. Horta não podia "passar para uma das alas" com a saída do Iuri... Se o Iuri jogava atrás do Paulinho e do R. Horta, o R. Horta não podia "passar para uma das alas"... O Galeno ora é extremo esquerdo, ora é ala esquerdo, ora é defesa esquerdo... Ele tem comentado todos os nossos jogos europeus, e é isto os jogos todos: durante o jogo, diz uma coisa e o seu contrário, e assim acerta sempre, pois claro. Parece que gosta de tornar tudo muito complexo para parecer mais inteligente... Há uma altura na segunda parte, em que o A. Horta sai na pressão ao adversário e acaba por ir atrás dele até zonas centrais, e então o Paulinho compensou essa subida e fechou na direita. E ele começa "vejam a complexidade das ideias de Carvalhal, agora colocou Paulinho, o ponta-de-lança, a fechar o corredor direito, certamente terá um objetivo" e não sei que mais. A verdade é que assim que ele começou a falar, o A. Horta recuou a correr e o Paulinho rapidamente voltou para o meio. Foi uma questão completamente circunstancial e de simples cobertura defensiva à subida dum colega (como um médio faz em qualquer equipa quando um lateral sobe), mas o Freitas Lobo descortinou uma complexidade táctica do Carvalhal e não sei que mais. Oh Luís, é um 3-4-3 atacante, e uma organização defensiva que varia entre o 3-4-3/5-4-1 e o 4-4-2. Pronto, resumi tudo em meia linha, não é assim tão complexo...
Venha o Petit, com o pior ataque do campeonato (3 golos marcados), mas a melhor defesa em igualdade com o Sporting (5 golos sofridos).