Primeiro, gostava só de dizer que te serviu a carapuça para tudo o que eu disse, quando eu nunca falei diretamente para ti. Algumas das coisas que critiquei, foste tu que as disseste, mas outras não...
Fizemos uma boa primeira parte, porque a equipa olhou o jogo nos olhos. Na segunda descambou porque a nossa resposta ao ver o Leicester a jogar com os titulares foi recuar o máximo e defender a medo, a ver se aguentávamos o resultado.
Em relação à equipa, na defesa não tinham o Fofana (banco), o Ricardo Pereira (lesão) e o Soyuncu (lesão); no meio campo jogaram sem Tielemans (banco), Maddison (banco) e Ndidi (lesão); na frente deixaram o Ayoze Perez e o Vardy no banco. Parecendo que não, são 8 titulares que falham, quer por lesão, quer por poupança. E das duas uma: ou a equipa que jogou era mais ou menos a titular, ou os que entraram é que eram a artilharia pesada e com esses é que o Braga não soube lidar. Mas os dois não podes ter.
Em relação ao jogo de Inglaterra, preferia que não se mandasse bitaites para o ar, sem saber do que se fala. Mas posso deixar aqui dois prints daquilo que disse na altura, só mesmo para evitar que se espalhem rumores e acusações falsas.
Não, não são 8 titulares... O Ricardo Pereira está lesionado desde Março, e não é por isso que o Leicester tem deixado de estar no topo da Premier. Falar dele para este jogo é desonesto, na minha opinião. O Soyuncu faz mais sentido, mas também ele já está lesionado há quase 2 meses e assim vai continuar. O Ndidi tem 2 jogos esta época, mais um que é desonesto falar, porque ele não tem jogado nunca, não é por ser o Braga que ele não jogou. E o Ayoze foi titular em 4 jogos dos 14 que o Leicester já fez esta época, é tão titular do Leicester como o Abel Ruiz é titular do Braga... Para analisar quantos titulares ficaram de fora, eu remeti-me a analisar os últimos jogos deles para a Liga Europa, e aí eles mantiveram 6 jogadores em relação às últimas 2 jornadas. É claro que os lesionados seriam titulares, mas o Leicester está a 2 pontos do 1º lugar na Premier sem eles também, pelo que não os considero para estas contas.
Quanto ao jogo de Inglaterra, repito: se te serviu a carapuça, não foi a minha intenção direcionar tudo para ti...
Parem de bater na mesma tecla do Leicester ser melhor, já sei que é, já o disse em cima (mais, já o disse quando lá perdemos por 4, como dá para ver nos prints), a questão não é essa, e só não percebe o que eu estou a dizer quem não quer: o problema não é o Leicester ter tido bola, é o treinador não só não ter feito nada para a recuperar, como ainda fez os possíveis para ter a certeza que o Leicester ficava mesmo com a bola. Faz-me confusão ver as pessoas a elogiar a primeira parte, e ao mesmo tempo a elogiar a mudança de estratégia da equipa na segunda.
Está aqui a chave do que eu estou a dizer. A perder o meio-campo, o nosso treinador não o refrescou nem reforçou: tirou um avançado e meteu um defesa. As dinâmicas são as mesmas, mas a estragégia muda completamente! Aqui o Braga desiste do jogo, aqui o Braga desiste da bola, aqui o Braga desiste de fazer frente. Assusta-se com a "cavalaria" do Leicester, chega-se o mais para trás que pode, desiste de ter a bola, e claro, sofreu as consequências.
Há uma diferença MUITO grande entre o Leicester ter as vedetas todas a jogar, ter bola, e o Braga por muito que tente, não conseguir enfrentar essa avalanche ofensiva, por eles serem muito melhores; e o Leicester ter bola e as vedetas todas a jogar, e o Braga ainda ajudar na posse do Leicester colocando-se a medo na retranca, desistindo completamente de qualquer hipótese de ampliar a vantagem.
Aqui é onde eu acho que estás a ver mal... Porque o que se passou foi precisamente isto que dizes no negrito: o Braga, por muito que tentasse, não conseguia enfrentar a pressão do Leicester. O Braga manteve as intenções de pressionar alto no início da segunda parte, a diferença é que na primeira parte isso obrigava o Leicester a bater bombo, na segunda, com a entrada do Tielemans e do Fofana, o Leicester estava a conseguir sempre saltar a nossa pressão, porque estava a executar demasiado rápido e bem, o que dificulta qualquer pressão que se possa fazer. E o Braga continuou a tentar ter bola, mas os jogadores do Leicester estavam muito mais pressionantes na segunda parte e asfixiavam os jogadores do Braga que, não tendo a mesma qualidade técnica e de decisão dos jogadores do Leicester, não conseguiam superar a pressão. Não me pareceu nada estratégico o recuo, muito pelo contrário. Eu continuava a ver o Paulinho, o Horta e o Iuri a pressionar os defesas, mas os médios do Leicester conseguiam sempre dar linha de passe e fugir à pressão. Quando isso acontece, e quando depois não conseguimos jogar rápido quando somos pressionados, somos empurrados para trás porque não conseguimos recuperar a bola alto e não a conseguimos manter por muito tempo quando a temos. O Braga tentou sair várias vezes, maioritariamente pelo Galeno na esquerda, mas os passes não entravam e os jogadores do Leicester ganhavam as bolas todas. E não foi 1 ou 2 vezes, foram 5 ou 6, à vontade. O que fizemos no lance do cabeceamento do Paulinho e no do golo do Fransérgio, foi o que tentamos fazer durante toda a segunda parte, mas que o adversário simplesmente não nos deixou fazer. Não me pareceu nada estratégico, de todo. Em Guimarães e na Luz, por exemplo, os recuos nas segundas partes pareceram-me estratégicos, porque o Vitória não sabe atacar em ataque organizado e o Benfica tem uma transição defensiva medonha que fica mais exposta quando jogam mais subidos. Ontem não me pareceu de todo isso, pareceu-me que tentamos manter a bola mas simplesmente não conseguimos porque o Leicester não deixou.
Dizes que o treinador a perder o meio-campo não o refrescou nem reforçou. Mas ele fez isso com a entrada do Fransérgio... Se estamos a ter dificuldades a pressionar no meio-campo com o Musrati e o Castro, não é com outro médio qualquer que vamos melhorar nesse aspeto, porque eles são os 2 melhores nesse aspeto, de longe! O treinador, ao ver que a equipa está a ser empurrada para trás, mete um jogador que se dá melhor nessas circunstâncias, libertando mais a melhor arma que tínhamos para contra-atacar, o Galeno. A mim pareceu-me que o R. Horta já estava nas últimas, convém não esquecer que vinha de lesão, e entre meter o Abel numa troca por troca ou meter o Raúl, dando mais segurança defensiva, eu naquela altura teria metido o Raúl igual. Tendo o Moura, punha o Moura, não o tendo, punha o Raúl, tal como o Carvalhal fez. A única substituição que eu teria feito diferente era a substituição do Iuri. Eu teria metido lá o Schettine... Apesar de ser um avançado, é um jogador comprometido e muito ativo na pressão, pelo que eu acho que pode bem fazer esse papel na direita e depois ser mais rápido no contra-ataque do que o Fransérgio ou o Iuri. Mas o treinador optou precisamente por aquilo que tu pedes: pôs um jogador para ter a bola, o Fransérgio, que é capaz de ser o jogador que melhor consegue proteger a bola e mantê-la em posse. Pelo que o sinal do treinador foi precisamente esse que pedes, daí eu não concordar com essa crítica.
Eu quando falo em falta de atitude, refiro-me à falta de atitude/intenção em assumir querer vencer (maioritariamente por parte do treinador), ir para a frente e marcar. Acho que fica relativamente nítido que eu quero dizer com falta de atitude (principalmente nos contextos dos comentários que tenho escrito aqui), mas que fique claro que nunca me refiro a falta de entrega, muito menos por parte dos jogadores.
Mais uma vez, não era bem a ti que me referia.
Tu falas em falta de intenção em querer vencer... Mas a verdade é que o Braga estava a vencer durante a maioria desse tempo, por isso não me parece justa essa crítica. E basta olhar para a primeira parte para se perceber que o Braga quis sempre assumir o jogo e ir para cima, mesmo nos últimos 20min da primeira parte, quando já estávamos em vantagem. O que mudou na segunda parte foram as substituições do Leicester, não foi a ideia ou a ambição do Braga. A bola na segunda parte estava a queimar, e nós não temos jogadores com qualidade suficiente para jogar a 1/2 toques desde trás. Na frente temos, mas atrás, como já se viu muitas vezes, não temos.
Obviamente, há uma diferença grande entre abordar o jogo de uma forma estratégica nos últimos 4/5 minutos, ou abordar o jogo dessa forma durante toda uma segunda parte (seja como for, aqui acho que estamos de acordo que a melhor forma de segurar o resultado não é com bate bombo mas sim com posse de bola e confiança)
Certo, se calhar não foi a melhor comparação da minha parte.
Pá, o que tenho para dizer está dito, não me vou repetir mais, quem quiser perceber, perfeito, quem não quiser, é simples, vem cá escreve uma ou duas linhas a dizer que tem nojo de quem tem opiniões contrárias (podem sempre ir um bocadinho mais longe e usar "nojentos" e "anormais" como argumentação), e ficamos por aí.
A abordagem ao jogo na segunda parte foi vergonhosa, no entanto o resultado foi muito bom contra uma equipa muito melhor (e desde que isto chegue para vocês, fico feliz por vocês), estamos em segundo na liga, se tudo correr bem passamos na Liga Europa, estamos nas taças e temos tido pelo menos 1 jogador na seleção por convocatória. Que continue assim, e que os que usam "anormais" e "nojentos" continuem a ter a opinião mais popular, porque se deixarem de ter imagino os nomes que seriam para aqui escritos.
O nojo não foi para os teus comentários... Porque os teus, apesar de eu discordar com veemência, têm nexo, argumentos e lógica. O nojo é para os clássicos "bota-abaixistas", que estão aqui SEMPRE a criticar tudo e todos, e nunca vêm nada de bom. E, normalmente, nas grandes vitórias não aparecem. São esses que dão nojo. As tuas opiniões são debatíveis, é essa a diferença. E eu e outros já tentamos desconstruir os argumentos e ripostar, não partimos para o insulto fácil...
"Que continue assim, e que os que usam "anormais" e "nojentos" continuem a ter a opinião mais popular" - o problema é mesmo esse, é que aparentemente não é a opinião mais popular.