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Roger: «Sinto-me crescido em campo, mas fora continuo a ser um miúdo»
Extremo do SC Braga quer "continuar a surpreender" e sonha conquistar o campeonato pelos minhotos Roger tem crescido no SC Braga, como se atesta pela crescente influência na equipa. "Sinto-me crescido dentro de campo, mas fora dele continuo a ser um miúdo porque rasgo-me todos os dias", atirou, num podcast do clube emitido esta tarde.
O extremo, de 18 anos, quer "continuar a surpreender", sonha conquistar o campeonato pelos minhotos e lembra o seu percurso, pela forma como se tornou "homem cedo demais".
Crescimento"No campo, posso dizer que para mim é muito bom jogar com eles, contribuir para a equipa, sempre foi um sonho e já cá estou na equipa A há 3 anos. Este ano poder somar estes minutos e ajudar a equipa é muito bom, sinto-me crescido dentro de campo, mas fora dele continuo a ser o miúdo porque rasgo-me todos os dias. [risos]"
Banza"Ele pode contar comigo, mas ainda mais pode contar com a equipa toda, temos um plantel que joga muito bem, com muita experiência. É difícil, porque tem alguém muito competitivo à frente nos ranking dos golos, mas acredito que o Banza ainda vai lá chegar, ele tem menos jogos, mas acredito que pode contar com a minha ajuda e do plantel."
Recordes pretendidos"Vários. Quero talvez jogar mais jogos aqui… O Ricardo Horta, todos sabem que é um jogador fantástico, é um finalizador incrível. Estando na área, tu sabes que ele vai fazer golo, enquadra-se com a baliza e sabe rematar. Enquanto ele estiver aqui…"
Jogar na 1.ª Liga, Champions, Liga 3, Youth League na mesma época"Falta futebol de praia [risos]. Isso para mim nunca foi confuso, sempre foi Braga. É o Braga. Jogar em qualquer equipa foi sempre mais uma oportunidade para brilhar. Tenho conseguido, entro sempre no campo para ajudar, dou-me muito bem com todos. Acabo sempre por me sentir confortável. Aquela vontade de ajudá-los vem naturalmente. Fez-me crescer muito."
Amizade com Serdar"Não perguntes como é que nós nos entendemos. [risos] Não ensino o Serdar a falar nada. Falamos por mensagem de voz, ele fala algum português e há coisas que percebes, e ele queixa-se que eu não falo inglês."
Sonhos"As dificuldades fazem de nós mais fortes. Principalmente fez-me mais forte. Digo isso a mim, às pessoas à minha volta, que eu fui homem cedo de mais. Comecei a assumir responsabilidades, comecei a fazer as coisas direitas, diferente dos miúdos da minha idade, porque eu queria ser diferente. No futebol sabia que se fizesse tudo direito, se fosse responsável, podia conseguir o que queria. Levantar a taça de campeão pelo SC Braga. Jogar um Mundial."
Seleção portuguesa ou guineense"Não me chamaram para Portugal nem Guiné. Não será decisão muito complicada, já ando a pensar nisso, vai ser uma decisão bem tomada."
O que esperar mais de Roger"Prefiro continuar a surpreender do que dizer para esperarem algo, vou continuar a ser o mesmo miúdo desta equipa, que gosto muito. Tenho pessoas aqui com quem me dou muito bem, gosto de todos."
Por Record:
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«Leite na Guiné era só uma vez por mês»: adaptação de Roger também passou pelos... cereais
Quando assinou o primeiro contrato, quis mandar todo o dinheiro para a sua mãe Os primeiros tempos de Roger em Braga foram complicados, não só porque durante dois anos não pôde jogar por causa de questões relacionadas com documentação, mas também pela adaptação e necessidade de ser responsável tão novo.
"Foi difícil, chegava a sexta-feira, sentias que treinaste bem durante a semana, mas só os colegas podiam jogar e tu não, foi uma altura difícil. Estava nos sub-15, então para mim sábado e domingo era para jogar na rua", contou. "Nunca tinha comido cereais e deram-me Chocapic, parecia bóias na minha boca. Leite era uma vez por mês na Guiné. Havia, mas eu não tinha condições para aquilo, a diferença começou logo no pequeno almoço", acrescentou, recordando um dia em que foi a um supermercado com 15 euros no bolso, mas regressou para a residência onde estava instalado quando viu as portas fechadas. "Não sabia que as portas se abriam quando te aproximavas", disse, com sorrisos à mistura.
Certo é que Roger Fernandes foi crescendo em Braga e no SC Braga, mas sem se esquecer das raízes. "Quando assinei o primeiro contrato, lembro-me de ter falado com o Hugo Vieira, disse-lhe com tanta emoção que ele me chamou a atenção. Eu disse: 'quero que mandes esse dinheiro todo à minha mãe, em África, que ela precisa mais do que eu'. Ele disse que parte mandava, mas parte dele eu ia precisar para as minhas necessidades", prosseguiu.
"Quero trazer a minha mãe para cá, faz-me falta. Queria tê-la por perto, sempre. É diferente viver aqui. Depende se ela quer, claro. Mesmo estando lá, ela liga-me quase todos os dias", assumiu Roger.
Por Record:
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Roger é o ídolo de Bafatá: «Comprei uma televisão à minha mãe, ela fez duas salas e o bairro vai lá ver os jogos»
Extremo tem quatro irmãos, mas vive em Braga com um deles e um primo e as raízes nunca são esquecidas Está, por fim, explicada a razão que levou Roger a mandar beijinhos à dona Maria, a sua mãe, no final do jogo com o Estrela da Amadora, no início deste mês. É que até há pouco tempo, a progenitora não tinha possibilidade de ver os jogos do filho no SC Braga. Mas isso mudou em dezembro passado, quando Roger foi à terra natal, Bafatá (Guiné-Bissau).
"O meu bairro gosta muito do SC Braga, e quando fui lá - a minha mãe antes não podia assistir aos jogos - em dezembro consegui comprar uma televisão, canais, condições melhores para ela ver, agora vê todos os jogos. As pessoas do bairro vão lá para casa ver os jogos. A minha mãe fez duas salas, porque entrava muita gente, no dia de jogo, aquele bairro pára todo para ver o SC Braga", contou o jogador do SC Braga, de 18 anos, no podcast do clube.
Um menino de ouro de Bafatá, mas que não era um exemplo em termos de escolaridade. "Faltava às aulas, não controlava isso. Na Guiné tens um uniforme para a escola que é obrigatório, vais com ele e, se ficar sujo, lavas. Ia jogar com o meu até às 8 da noite, esquecia-me que era para lavar. No dia a seguir estava sujo, levantava-me de manhã, metia na água, tirava a sujidade e ia abanando até à escola até secar, mas não secava totalmente, mas dava para desenrascar", registou ainda Roger.
Por Record:
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Roger tirou a carta e já não usa o 'mata-velhos': «Enganava-me e entrava na auto-estrada...»
Extremo do SC Braga revelou que Al Musrati mudava o carro de sítio porque era leve...Roger Fernandes foi o protagonista do podcast do SC Braga, emitido este domingo na Next, o canal do clube. O jovem extremo tem 18 anos e... já tem a carta de condução. Mas antes disso, usou o célebre 'mata-velhos'.
"Vim a conduzir para cá e estacionei direitinho", começou por dizer, recordando o dia do exame de condução. "Nervoso não estava, mas não foi assim tão fácil. No fim ficou um pouco difícil. Eu já tinha um 'mata-velhos' há dois anos, mas devolvi, porque o Al Musrati complicava as coisas, o carro era muito leve... Pegavam no carro pela parte de trás e levavam para outro lado do estacionamento e eu chegava do treino e o carro não estava no sítio onde o tinha deixado. Ele pedia ajuda a alguém, ele fazia isso todos os dias. Então devolvi o 'mata-velhos'", atirou o jovem, contando outro episódio insólito.
"Tínhamos treino em Fão da equipa B, ia com esse carro a Fão, às vezes enganava-me e entrava na auto-estrada. Só que o carro não dá para andar na auto-estrada. Os camiões passavam perto de mim com tanta velocidade, buzinavam e o carro abanava. Tinha de encostar, com medo de me despistar", revelou.
"No dia do exame, contei a toda a gente, todos gozavam comigo mas preocupavam-se na mesma, mandaram mensagem para que eu os avisasse quando acabasse o exame de condução", acrescentou Roger.
Por Record:
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