Mas repara, se dizes que saímos com 3 atrás, então o nosso sistema tem que ser um 3-X-X. Para ser um 4-X-X tínhamos que ter os 2 centrais ao centro e os 2 laterais na linha. O Viana ficava sempre a cobrir a direita, o carmo no centro e o sequeira na esquerda, a base do sistema são estes 3. Não podes dizer que atacamos com um sistema de 4 atrás quando o esgaio andava sempre lá na frente quase como extremo...
Se em vez do Sequeira jogar lá o Tiago Sá, não deixam de ser 3 defesas atrás. O Sequeira joga ali porque dá mais qualidade na saída de bola que um central "tradicional", mas está na mesma a fazer a posição de central-esquerdo
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Carvalhal, na sua entrevista ao canal 11, disse que não iria jogar num sistema, que esse era um conceito castrador. Que a equipa se adaptaria, com boa, aos espaços que o espaço que o adversário necessariamente concede e sem bola procurando fechar os espaços que o adversário procura. Não o entendi completamente até ver o Braga a jogar.
Não acho que o Braga jogue num 3-4-3 ou num 4-4-2 por sistema. Acho que Carvalhal monta a sua equipa no sentido de ela se poder adaptar Às circunstâncias do jogo: por vezes saindo a três, outras vezes projetando ambos os laterais com os médios a aproximarem para conduzir; por vezes defendendo com uma linha de quatro, outras vezes com cinco. Claro que isso obriga a alguma adaptabilidade de alguns jogadores. No nosso caso, porque usamos um sistema assimétrico, essa versatilidade é exigida a quem joga pela esquerda. Sequeira é obrigado a ser mais conservador do que Esgaio - mas não joga tão por dentro quanto Viana. O ala esquerdo (em Tondela, Galeno) é quem dá largura ao jogo, podendo baixar para uma linha de 5 em situação defensiva se o adversário colocar muita gente na frente; noutras circunstâncias tendo liberdade de fletir para dentro (como um ala de um 4-4-2 clássico). O avançado que joga na meia esquerda (R. Horta) tem grande liberdade de movimentar-se e frequentemente junta-se ao ponta-de-lança em momento defensivo.
Sinceramente, sem que isto deva ser entendido como uma crítica, não estou seguro de que esta ideia seja a melhor opção. É muitíssimo exigente para os jogadores. Têm de ser capazes de ler os momentos do jogo para variarem o seu posicionamento. A alguns jogadores exige-se grande versatilidade (viu-se isso, por exemplo, no Dragão, com Raúl, que teve dificuldade em interpretar o seu papel). Na fase inicial da competição, talvez paguemos a dificuldade em assimilar esta ideia de jogo.
É muito diferente daquilo a que estivemos habituados com Abel e Amorim - que tinham uma sistema que nos seus momentos defensivo e ofensivo era praticamente invariável: com Abel, defendendo em 4-4-2 e atacando em 3-4-3 (por vezes em 3-5-2); com Amorim, defendendo em 5-4-1 e atacando em 3-4-3. O que é mais eficaz? ter um sistema "fico" com uma dinâmica bem oleada ou um sistema de geometria variável que possa (eventualmente) criar mais dificuldades de encaixe ao adversário mas que é mais difícil de absorver pelos jogadores? Confesso que tenho dúvidas...