O que sucedeu ultimamente é fundamentalmente da responsabilidade de António Salvador. "Queimou" um (futuro) treinador desnecessariamente, numa aposta de alto risco, sem qualquer teste no futebol sénior. Amorim já tinha sido uma aposta de risco mas, apesar de tudo, já tinha estado ao comando de equipas seniores - inclusive na equipa B do Braga. Salvador, como um jogador inveterado, após ganhar o jackpot com Amorim, aposta tudo contra todas as probabilidades. Desta vez perdeu (perdemos!) - e falta saber o quanto.
O Custódio também não deveria ter aceitado o convite mas percebo a sedução de poder comandar uma equipa como a nossa. Julgo que ainda não estaria preparado. É pena porque poderia ter continuado a crescer no clube. Assim, duvido que isso aconteça (e que ele o queira).
A minha preocupação é que parece que tudo isto é um jogo. Amorim aconteceu por acaso, é o que posso concluir. Duvido que tenha havido verdadeira avaliação prévia das suas qualidades. É tudo impulso, instinto. e, provavelmente, assim sendo, isto vai continuar a acontecer de vez em quando...
Concordo!
Nestes 18 anos que o Salvador leva como presidente do Braga, este foi sempre o calcanhar de Aquiles. Foi claramente a parte que pior foi gerida. Na era Salvador, o Braga mudou 22 vezes de treinador (se contar com Castro Santos e considerando Jesualdo e Peseiro duas vezes cada), sendo que alguns deles revelaram-se boas apostas, mas, associado a algumas boas apostas (Jesualdo I, Jesus, Leonardo Jardim, Domingos, Paulo Fonseca, Abel e Ruben Amorim), teve uma série de apostas de alto risco, tipo lotaria, o que para um clube que pretende lutar pelos primeiros lugares, não deveria acontecer. Resumindo, houve 20 treinadores diferentes, mais dois repetenes nos 18 anos. Com mudanças de treinador a este ritmo, não há equipa que resista, mas pior do que isso, não há projeto que resista, ou melhor, nem sequer há condições para haver qualquer projeto. Como disse, houve apostas que se revelaram boas, mas houve muitas que se revelaram más. Quem joga no euro milhões, às vezes ganha alguma coisa, mas são muito mais as vezes que não ganha (perde), do que as vezes que ganha.
O que ainda tem disfarçado estas apostas, muitas delas "cegas", tem sido a qualidade dos planteis que temos tido.
Seria bom que alguém dentro da estrutura do clube, fizesse ver ao Salvador, que a aposta no treinador tem que ser muito bem ponderada, evitando ao máximo apostar naqueles que ainda nada provaram. Alguns deles até pode ser que venham a dar bons treinadores, mas o Braga não pode ser um banco de ensaios, pois sempre que corre mal, as consequências são muito pesadas.