Rúben Amorim precisa ativar o laboratório
Por António Henriques
Foi de forma inequívoca e avassaladora que Rúben Amorim se estreou, na jornada transata, nas funções de treinador na Liga depois de 307 jogos como jogador, divididos entre Belenenses, Benfica e SC Braga. O técnico de 34 anos promoveu uma decisiva alteração tática - fez o seu onze alinhar num arrojado 3x4x3 - e introduziu ainda algumas pedras há muito afastadas da titularidade, trazendo agressividade, alegria e alguma surpresa que redundaram em arrasadores 7-1 frente ao Belenenses, o mais dilatado resultado como visitante no seu historial no campeonato.
Mas há um departamento no qual o antigo internacional português em 14 ocasiões vai ter que atuar e depressa, pois aproximam-se duros compromissos, já que nas próximas seis jornadas a equipa defronta só FC Porto, Sporting e Benfica: o SC Braga tem o sexto melhor ataque da Liga (23 golos) mas é a única equipa que ainda não marcou qualquer golo através de lance de bola parada, o que não encontra paralelo nas principais oito Ligas europeias!
Penáltis, livres diretos ou indiretos, pontapés de canto ou até mesmo lançamentos de linha lateral ainda não resultaram em golos arsenalistas. E não é por falta de tentarem, pois os bracarenses até dispuseram de um penálti na prova, mas Paulinho permitiu a defesa de Amir no empate caseiro diante do Marítimo (2-2).
Geralmente fruto de intenso trabalho de laboratório, as bolas paradas servem cada vez mais para abrir ferrolhos, escancarando defesas que se mostravam inexpugnáveis de outra forma. Com Abel Ferreira ao leme nas últimas duas épocas os bracarenses fizeram, respetivamente, 18 e 20 golos de bola parada na Liga (27 e 32 por cento do total de golos em 2017/2018 e 2018/2019). Muitos jogos renhidos são resolvidos com recurso a esses lances e neste caso específico o SC Braga versão Sá Pinto mostrou grande inépcia. E o panorama não mudou com a goleada no Jamor…
Talvez no plantel escasseiem jogadores com essas necessárias características de finalizador. Mas se é verdade que jogadores imaginativos como Galeno, Ricardo Horta, Trincão ou André Horta não fazem das bolas paradas a principal fonte para atingir as redes contrárias, centrais como Raul Silva (só agora de regresso aos relvados após prolongada lesão), que nas duas anteriores épocas em Braga marcou por seis vezes (quatro de canto e dois de livres indiretos), ou Bruno Viana (quatro na temporada anterior) são peritos neste tipo de lances, tal como Paulinho, Rui Fonte ou até Hassan, de partida da pedreira. E com especialistas capazes de efetuar cruzamentos teleguiados como Wilson Eduardo, Ricardo Esgaio ou Sequeira, o esforço de Rúben Amorim e sua equipa técnica para ativar o laboratório bracarense até não será muito complicado.
em: https://www.abola.pt/Clubes/2020-01-11/sc-braga-ruben-amorim-precisa-ativar-o-laboratorio/823619/471
Nenhum golo de bola parada é efectivamente um registo que que urge ultrapassar.
Por António Henriques
Foi de forma inequívoca e avassaladora que Rúben Amorim se estreou, na jornada transata, nas funções de treinador na Liga depois de 307 jogos como jogador, divididos entre Belenenses, Benfica e SC Braga. O técnico de 34 anos promoveu uma decisiva alteração tática - fez o seu onze alinhar num arrojado 3x4x3 - e introduziu ainda algumas pedras há muito afastadas da titularidade, trazendo agressividade, alegria e alguma surpresa que redundaram em arrasadores 7-1 frente ao Belenenses, o mais dilatado resultado como visitante no seu historial no campeonato.
Mas há um departamento no qual o antigo internacional português em 14 ocasiões vai ter que atuar e depressa, pois aproximam-se duros compromissos, já que nas próximas seis jornadas a equipa defronta só FC Porto, Sporting e Benfica: o SC Braga tem o sexto melhor ataque da Liga (23 golos) mas é a única equipa que ainda não marcou qualquer golo através de lance de bola parada, o que não encontra paralelo nas principais oito Ligas europeias!
Penáltis, livres diretos ou indiretos, pontapés de canto ou até mesmo lançamentos de linha lateral ainda não resultaram em golos arsenalistas. E não é por falta de tentarem, pois os bracarenses até dispuseram de um penálti na prova, mas Paulinho permitiu a defesa de Amir no empate caseiro diante do Marítimo (2-2).
Geralmente fruto de intenso trabalho de laboratório, as bolas paradas servem cada vez mais para abrir ferrolhos, escancarando defesas que se mostravam inexpugnáveis de outra forma. Com Abel Ferreira ao leme nas últimas duas épocas os bracarenses fizeram, respetivamente, 18 e 20 golos de bola parada na Liga (27 e 32 por cento do total de golos em 2017/2018 e 2018/2019). Muitos jogos renhidos são resolvidos com recurso a esses lances e neste caso específico o SC Braga versão Sá Pinto mostrou grande inépcia. E o panorama não mudou com a goleada no Jamor…
Talvez no plantel escasseiem jogadores com essas necessárias características de finalizador. Mas se é verdade que jogadores imaginativos como Galeno, Ricardo Horta, Trincão ou André Horta não fazem das bolas paradas a principal fonte para atingir as redes contrárias, centrais como Raul Silva (só agora de regresso aos relvados após prolongada lesão), que nas duas anteriores épocas em Braga marcou por seis vezes (quatro de canto e dois de livres indiretos), ou Bruno Viana (quatro na temporada anterior) são peritos neste tipo de lances, tal como Paulinho, Rui Fonte ou até Hassan, de partida da pedreira. E com especialistas capazes de efetuar cruzamentos teleguiados como Wilson Eduardo, Ricardo Esgaio ou Sequeira, o esforço de Rúben Amorim e sua equipa técnica para ativar o laboratório bracarense até não será muito complicado.
em: https://www.abola.pt/Clubes/2020-01-11/sc-braga-ruben-amorim-precisa-ativar-o-laboratorio/823619/471
Nenhum golo de bola parada é efectivamente um registo que que urge ultrapassar.