Mais uma vez, o Braga surpreende... pela negativa.
Mesmo assumindo que a liga proíbe a entrada de guarda-chuvas, a organização do Braga a lidar com a situação é de deixar até a pessoa mais calma de cabelos em pé!
Então não é que a moça do bengaleiro, em vez de ter as chaves pertencentes a cada cabide no cabide, as espalhou em cima do balcão? Dou por mim a jogar uma espécie de lotaria durante 10 minutos, a berrar números que encontro nas chaves espalhadas pelo balcão, para ouvir vezes e vezes sem conta: esse está ocupado. Diz ela a meio das reclamações: "sabem que há 4 ou 5 chaves para cada cabide!". Sim senhor. Ou seja, se eu quiser levar uma dessas chaves dos cabides ocupados, posso levantar os pertences de outra pessoa, porque estão a ser facultadas chaves de cabides já ocupados. Mas isto faz algum sentido? A pobre coitada (a trabalhar sozinha, ainda por cima), ainda tentou explicar que a culpa não era dela e que as chaves nem há 10 minutos tinham chegado (isto a 5 minutos do começo do jogo - visto que foi a primeira vez que usei o bengaleiro, antes das chaves qual seria o sistema? As pessoas simplesmente guardam as coisas e depois a funcionária lembra-se das caras?), enquanto tentava chamar o segurança por ajuda, em pânico, sem efeito.
"Procurem o 110", diz ela. Tão perplexo fiquei com tamanha desorganização (fez-me lembrar aquelas festas que havia, organizadas pelas associações de estudantes do 9º ano), que ainda demorei uns bons 15 minutos a desistir e a simplesmente esconder os guarda-chuvas na relva, atrás do bengaleiro. Já passava os 7 minutos, o relógio do jogo, quando entrei, ensopado. A minha irmã já tinha ficado em casa, doente. O meu pai, depois desta molha, jurou que nunca mais. Eu que moro a 200km, não me dá vontade de fazer o esforço de vir de propósito a Braga ver um jogo da Taça da Liga, sozinho. Em casos semelhantes, são 3 que se perdem (dos já poucos 5041). Mas pronto, enquanto os VIP conseguirem levar os guarda-chuvas deles, e a escumalha entrar com very lights e petardos, é continuar como está.
Ser campeão? Era bom, era. Mas é difícil. Muito mais fácil, e importante, é tratar o sócio como prioridade nº 1. Não exijo a nenhum presidente do Braga resultados desportivos acima da capacidade do Braga. Não exijo sequer resultados desportivos correspondentes à capacidade do Braga. Exijo sim o minimo de decência e respeito por quem faz o Braga ser o Braga. Mais grave do que vender o melhor ativo por "trocos" ou ser humilhado desportivamente em casa sempre pelos mesmos clubes é este tratamento de desprezo por quem mais esforços faz pelo clube. Não há nada pior do que ver a minha família (sim, porque acredite-se ou não, ver futebol ainda é para alguns uma atividade familiar) a desistir que ir ver os jogos por causa de atitudes do clube, e para isto, não há desculpa.
O que se passou hoje foi vergonhoso, e tenho pena que, como tantas outras atitudes semelhantes, não faça a quem é responsável perder sequer 5 minutos de sono.