O Jogo
FREDERICO BÁRTOLO
21 maio 2022
CORRUPÇÃO TENTADA NA LIGA
Decisão instrutória do Cashball aponta tentativa de suborno Funcionário dos leões tentou pagar a jogador do Chaves para facilitar frente a Bas Dost
Caso remonta a 2017, quando Bruno de Carvalho era presidente do Sporting e André Geraldes o diretor desportivo. Três arguidos vão a julgamento: um exfuncionário dos leões e dois empresários O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto decidiu ontem que os empresários Paulo Silva e João Gonçalves e Gonçalo Rodrigues, ex-funcionário do Sporting, serão julgados por crimes de corrupção ativa no caso Cashball. Paulo Silva vai responder por três crimes de corrupção ativa, dois na forma agravada, com João Gonçalves e Gonçalo Rodrigues a responderem por um, também na forma agravada. O empresário Paulo Silva terá, a mando de Gonçalo Rodrigues, que trabalhava, na altura dos factos, no gabinete de apoio ao jogador do Sporting, tentado corromper Luís Freire,defesa que militava no Chave seque agora está noGifu, no Japão, de modo a que este facilitasse na marcação a Bas Dost, mais concretamente que lhe “permitisse desenvolver livremente as suas jogadas”. Os factos remontam a janeiro de 2017 e o acórdão refere mesmo que estariam envolvidos 25 mil € no ilícito, mas que o jogador recusou prontamente: o Sporting empatou em Chaves para a Liga 2016/17, com dois golos de Bas Dost (2-2), mas seria eliminado, três dias depois, da Taça de Portugal, sem que o neerlandês tivesse marcado.
O empresário Paulo Silva terá, a mando de Gonçalo Rodrigues, na altura no gabinete de apoio ao jogador, tentado corromper Leandro Freire com 25 mil euros.
João Gonçalves, Gonçalo Rodrigues e Paulo Silva, escreve o “Expresso”, engendraram um plano segundo o qual “intercederiam junto de jogadores de futebol de outros clubes para que jogassem de modo a favorecer o Sporting nos jogos que com ele disputassem, prejudicando as suas próprias equipas, a troco de quantias em dinheiro”. Os arguidos foram acusados pelo Ministério Público (MP), mas requereram a abertura de instrução, fase à qual compete a um juiz de instrução criminal decidir em que moldes segue o processo para julgamento.
O processo Cashball agitou o panorama desportivo. A decisão instrutória descreve várias ocorrências que indiciam tentativas de corrupção de jogadores e árbitros, que agora serão julgadas, sendo que o Sporting, na altura liderado por Bruno de Carvalho, reconheceu as buscas domiciliária e também feitas às instalações da SAD. Do processo chegaram a constar outros arguidos, incluindo André Geraldes, então diretor desportivo do Sporting, mas o dirigente, que saiu recentemente da presidência da SAD do Estrela da Amadora, foi ilibado dos crimes de corrupção ativa. O Sporting manteve-se disponível durante as buscas e não foi acusado também.
O nome de Bas Dost levou a que a notícia tivesse eco, principalmente nos Países Baixos. O “VoetbalInternational” e o “Voetbalprimeur destacaram a notícia nas manchetes dos seus sites.
Suspeitas: Sporting nunca foi acusado e Geraldes foi ilibado do crime de corrupção.
em:
https://www.pressreader.com/portugal/o-jogo/20220521/281479280026221