Já dizia o Huxley que "cem repetições, três noites por semana, durante quatro anos (...) Sessenta e duas mil repetições criam a verdade.”
O futebol, aquele jogo onde o contacto era permitido, morreu. A última machadada foi dada, não por este tipo de lances mas pelas análises subjectivas que dele são feitas. Hoje mede-se intencionalidades e intensidades. Vê-se e revê-se frames e mais frames. Passam repetições e mais repetições sob várias perspectivas e
sucedem-se os programas bacocos durante horas e horas. O futebol morreu e no seu lugar nasceu o ruído e o barulho.
Vemos o jogo, uma coisa. Segue-se a análise, outra bem diferente. Vamos acreditar em quê?
Lances destes há desde o séc XIX aos milhares em todos os campos de futebol. Mas não se marca em qualquer campo, marca-se a determinadas equipas. Não há critério nem consistência nas decisões, não há trasnparência. Já contra o Boavista esse miúdo entrou justamente para se fazer ao mergulho.
Futebol zero, penalties às dúzias.
Alguém, em consciência, pensou que o Porto iria dado como morto para o jogo contra o Sporting?
Entretanto os castigados passam impunes. Uribe joga, o Palhinha joga...
Verdade? Justiça? Igualdade?
Vira o disco e toca o mesmo.
Por isso digo, é tão cedo para fazer contas.