Médico do Sp. Braga sugere rastreios para viabilizar regresso à competição
A paragem de competição e treinos e a realidade de isolamento social são dados novos nas carreiras dos jogadores do Sp. Braga, que têm cumprido um plano de trabalho a partir de casa, devidamente monitorizados pelos responsáveis clínicos dos arsenalistas.
Vítor Moreira, médico do Sp. Braga, admitiu que os jogadores estão "alarmados e alguns até transtornados", mas ressalvou a postura destes ao longo de quase uma semana longe dos relvados. "Os jogadores estão a colaborar e a cumprir escrupulosamente as funções. Estão a mostrar-se heróis e modelos neste contexto de responsabilidade social, com alguns sacrifícios pessoais também", considerou.
Um comportamento importante numa fase de incerteza que cuja data de fim ninguém consegue prever. "Não sei se daqui a dois ou três meses vamos estar impedidos de trabalhar. Isso seria insustentável. Poderia ser adotada uma solução de equilíbrio", disse, admitindo a importância de eventuais testes de rastreio à Covid-19 aos plantéis como forma de viabilizar o regresso à competição.
"Admite-se que, a curto ou médio prazo, possa haver rastreios em contexto privado. Mas para já não irá acontecer, até porque há uma grande condicionante relativa à disponibilidade dos testes de rastreio. Não há quantidade suficiente de testes. Já coloquei essa questão para se tentar junto da Liga e até UEFA para ser feito algum trabalho para conseguir essas ferramentas que possam permitir equacionar uma retoma da atividade, mesmo com restrições", apontou. "Se os plantéis forem rastreados e surgir uma negatividade manifesta e generalizada, ficamos com outra segurança para retomar a competição, e claro que isto teria de ter um consenso muito alargado", vincou. Vítor Moreira garantiu ainda que "não há qualquer jogador suspeito nem sequer com sintomas" de coronavírus.
Plano físico e mental
Esta paragem por tempo indeterminado levanta preocupações a nível físico e mental relativamente aos jogadores do Sp. Braga. "Temos feito um trabalho com os diversos departamentos, que permite o tratamento dos jogadores que nesta altura se encontram lesionados e o trabalho dos restantes, tudo em regime domiciliário. Os jogadores têm feito diversos exercícios com bicicletas e outro material de ginásio e contam também com um apoio da parte nutricional. Até porque os gastos calóricos são diferentes nesta fase", explicou.
O plano visa manter a condição física dos atletas e sofrerá ajustes que venham a ser necessários, com Vítor Moreira a lembrar que terá de ser aplicada a premissa do "esperar e ver" perante a imprevisibilidade da evolução da pandemia. Um dado que pode gerar algum "desespero e saturação", mas o médico garante que o apoio psicológico também está acautelado por parte do clube. "Para já são feitas breves intervenções junto dos jogadores, mas se for necessário uma intervenção mais forte também será feita", disse.
Dúvidas dos jogadores
E, numa fase anormal, são comuns as questões levantadas pelos jogadores ao departamento médico do clube. "Eles vêem as notícias, de casos de colegas positivos noutros campeonatos. Preocupa-os a evolução da doença em caso de contágio. Eles são jovens saudáveis e o risco é menor. Também perguntam sobre como lidar com os familiares, sobre situações pontuais de casos de febre em elementos da família. Nós tentamos tranquiliza-los e esclarecê-los. Não podemos entrar em histeria e paranóia colectiva e achar que tudo é Covid-19", defendeu.
Por fim, Vítor Moreira subscreveu a sugestão de calendários do Sp. Braga para o que resta do campeonato, explicando a importância de "um período mínimo" de duas semanas para treinos antes do regresso da competição, uma vez que "além do aspeto tático e técnico, está ainda em causa a parte cognitiva, o reaprender os gestos".
em: https://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/liga-nos/sp--braga/detalhe/medico-do-sp-braga-sugere-rastreios-para-viabilizar-regresso-a-competicao?ref=Sp.%20Braga_DestaquesPrincipais
A paragem de competição e treinos e a realidade de isolamento social são dados novos nas carreiras dos jogadores do Sp. Braga, que têm cumprido um plano de trabalho a partir de casa, devidamente monitorizados pelos responsáveis clínicos dos arsenalistas.
Vítor Moreira, médico do Sp. Braga, admitiu que os jogadores estão "alarmados e alguns até transtornados", mas ressalvou a postura destes ao longo de quase uma semana longe dos relvados. "Os jogadores estão a colaborar e a cumprir escrupulosamente as funções. Estão a mostrar-se heróis e modelos neste contexto de responsabilidade social, com alguns sacrifícios pessoais também", considerou.
Um comportamento importante numa fase de incerteza que cuja data de fim ninguém consegue prever. "Não sei se daqui a dois ou três meses vamos estar impedidos de trabalhar. Isso seria insustentável. Poderia ser adotada uma solução de equilíbrio", disse, admitindo a importância de eventuais testes de rastreio à Covid-19 aos plantéis como forma de viabilizar o regresso à competição.
"Admite-se que, a curto ou médio prazo, possa haver rastreios em contexto privado. Mas para já não irá acontecer, até porque há uma grande condicionante relativa à disponibilidade dos testes de rastreio. Não há quantidade suficiente de testes. Já coloquei essa questão para se tentar junto da Liga e até UEFA para ser feito algum trabalho para conseguir essas ferramentas que possam permitir equacionar uma retoma da atividade, mesmo com restrições", apontou. "Se os plantéis forem rastreados e surgir uma negatividade manifesta e generalizada, ficamos com outra segurança para retomar a competição, e claro que isto teria de ter um consenso muito alargado", vincou. Vítor Moreira garantiu ainda que "não há qualquer jogador suspeito nem sequer com sintomas" de coronavírus.
Plano físico e mental
Esta paragem por tempo indeterminado levanta preocupações a nível físico e mental relativamente aos jogadores do Sp. Braga. "Temos feito um trabalho com os diversos departamentos, que permite o tratamento dos jogadores que nesta altura se encontram lesionados e o trabalho dos restantes, tudo em regime domiciliário. Os jogadores têm feito diversos exercícios com bicicletas e outro material de ginásio e contam também com um apoio da parte nutricional. Até porque os gastos calóricos são diferentes nesta fase", explicou.
O plano visa manter a condição física dos atletas e sofrerá ajustes que venham a ser necessários, com Vítor Moreira a lembrar que terá de ser aplicada a premissa do "esperar e ver" perante a imprevisibilidade da evolução da pandemia. Um dado que pode gerar algum "desespero e saturação", mas o médico garante que o apoio psicológico também está acautelado por parte do clube. "Para já são feitas breves intervenções junto dos jogadores, mas se for necessário uma intervenção mais forte também será feita", disse.
Dúvidas dos jogadores
E, numa fase anormal, são comuns as questões levantadas pelos jogadores ao departamento médico do clube. "Eles vêem as notícias, de casos de colegas positivos noutros campeonatos. Preocupa-os a evolução da doença em caso de contágio. Eles são jovens saudáveis e o risco é menor. Também perguntam sobre como lidar com os familiares, sobre situações pontuais de casos de febre em elementos da família. Nós tentamos tranquiliza-los e esclarecê-los. Não podemos entrar em histeria e paranóia colectiva e achar que tudo é Covid-19", defendeu.
Por fim, Vítor Moreira subscreveu a sugestão de calendários do Sp. Braga para o que resta do campeonato, explicando a importância de "um período mínimo" de duas semanas para treinos antes do regresso da competição, uma vez que "além do aspeto tático e técnico, está ainda em causa a parte cognitiva, o reaprender os gestos".
em: https://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/liga-nos/sp--braga/detalhe/medico-do-sp-braga-sugere-rastreios-para-viabilizar-regresso-a-competicao?ref=Sp.%20Braga_DestaquesPrincipais