“Se me quiser visitar até vamos ao Bom Jesus e ele acende uma velinha”
Ricardo Anselmo
António salvador respondeu, ontem, ao homólogo do Marítimo, Carlos Pereira, que levantara dúvidas sobre os valores da transferência de Dyego Sousa para a China. Desentendimento com Teodoro Fonseca, do Portimonense, explicado ao pormenor.
Carlos Pereira, presidente do Marítimo, assumiu-se “defraudado” pela transferência de Dyego Sousa para a China, mas António Salvador deseja colocar tudo em pratos limpos e mostra-se ontem disponível para falar.
“Fiquei muito surpreendido com as declarações do presidente do Marítimo. Se diz que precisa de falar comigo, estranho que não me tenha dito nada porque ainda na quarta-feira estivemos juntos várias horas e inclusive fomos jantar no fim da apresentação do canal 11. Tenho estima pessoal pelo presidente do Marítimo, temos excelentes relações institucionais também, e pela consideração que tenho por ele estou sempre disponível para falar”, atirou, prosseguindo.
“Se me quiser visitar em Braga, até vamos ao Bom Jesus e ele acende uma velinha em agradecimento por o SC Braga lhe ter permitido fazer um encaixe muito relevante com o Dyego, porque se bem se lembra o Braga assinou com o Dyego quando ele estava livre, sem contrato, e precisamente por ter pelo Marítimo e pelo seu presidente a maior consideração, decidimos creditar ao Marítimo, já depois de termos assinado com o jogador, 25% da mais-valia de uma futura transferência. Felizmente para o Marítimo, o Dyego escolheu o SC Braga numa altura em que cumpria castigo de 9 meses e em que poucos acreditavam nele, porque se tivesse ido para outro clube o Marítimo receberia zero, porque nenhum clube teria tido o gesto que o SC Braga entendeu que devia ter”, completou António Salvador.
Ora, num outro âmbito, registaram-se, poucas horas antes do Portimonense-SC Braga de anteontem, momentos de tensão entre Salvador e Theodoro Fonseca, accionista maioritário da SAD algarvia, tudo por alegados desentendimentos quanto às transferências de Tormena e... Dyego Sousa.
“O episódio com o Teodoro Fonseca foi lamentável e um ato de enorme cobardia. Eu estava tranquilamente a falar com o Sr. Joaquim Oliveira e a sua esposa no parque do estádio quando se aproxima o Teodoro, rodeado de alguns gangsters, e me começa a ofender verbalmente. Não lhe permito o tom e a agressividade que teve para comigo, como também não permito que tenham tentado apertar o Tormena antes e depois do jogo”, frisou o presidente, agastado com a situação.
“As atitudes qualificam quem as toma e por isso percebo como é que há jogadores a sair do Portimonense queixando-se de agressões por parte dos dirigentes. Não sei para onde caminha o nosso futebol e estranho que ninguém actue quando o representante do acionista maioritário de uma SAD é ao mesmo tempo alguém que distribui e controla jogadores por outras sociedades a competir nas mesmas provas e inclusive já tomou conta de outro clube. Isto é um atentado à competição, mas andamos preocupados com ‘fait divers’ e a fazer de conta que não se passa nada. A FPF e a Liga devem investigar isto, porque o que se passa é um atentado às leis da concorrência da FIFA e da UEFA”.
Ora, o esfriar das relações entre SC Braga e Portimonense aconteceu, sabe o Correio do Minho, quando a sociedade liderada por Salvador tinha já tudo alinhavado com Teodoro Fonseca para as transferências de Fabrício, Dener e Lucas, acabando o negócio por ‘cair’, por alegada influência do empresário junto dos atletas.
Já no início desta época, quando ainda Abel era o treinador arsenalista, Tormena foi um dos pedidos feitos a Salvador, mas o presidente do SC Braga, pensando que o jogador pertencia ao Portimonense, prontamente rejeitou qualquer hipótese de o contratar. Acontece que o central brasileiro esteve em Portimão, sim, mas por empréstimo do Gil Vicente. O Portimonense poderia ter exercido a opção de compra do jogador até Janeiro de 2019, mas, como não o fez, este regressou a Barcelos, tendo já em vista uma transferência quase acertada para a Turquia, por dois milhões de euros. Contudo, num encontro casual de António Salvador com Francisco Dias da Silva (Gil Vicente), o presidente arsenalista ficou a saber que, afinal, Tormena pertencia aos quadros dos galos e não ao Portimonense. Dessa forma, tentou negociar com o homólogo gilista a contratação de Tormena, a qual ficou alinhavada por 1,25 milhões de euros, mais 20% de uma futura venda. Teodoro Fonseca terá sentido que tudo foi feito por trás das suas costas e interpelou António Salvador no último sábado.
Já quanto a Dyego Sousa, que representou o Portimonense em 2013/2014 e se transferiu no final dessa época para o Marítimo, ficou acordada a partilha de 50% do passe por cada um dos clubes. Acontece que a contratação do avançado por parte do SC Braga aconteceu já depois de Dyego ter terminado contrato com os insulares e ser, portanto, um jogador livre. Como atestam as declarações de António Salvador atrás reproduzidas, o SC Braga, por cortesia, disponibilizou ao Marítimo, fruto das boas relações entre os clubes, 25% de de mais valias geradas numa futura transferência, mas o Portimonense, visto que o jogador se encontrava já sem contrato, nada teria, supostamente, a receber pelo ingresso no SC Braga.
Correio do Minho
Ricardo Anselmo
António salvador respondeu, ontem, ao homólogo do Marítimo, Carlos Pereira, que levantara dúvidas sobre os valores da transferência de Dyego Sousa para a China. Desentendimento com Teodoro Fonseca, do Portimonense, explicado ao pormenor.
Carlos Pereira, presidente do Marítimo, assumiu-se “defraudado” pela transferência de Dyego Sousa para a China, mas António Salvador deseja colocar tudo em pratos limpos e mostra-se ontem disponível para falar.
“Fiquei muito surpreendido com as declarações do presidente do Marítimo. Se diz que precisa de falar comigo, estranho que não me tenha dito nada porque ainda na quarta-feira estivemos juntos várias horas e inclusive fomos jantar no fim da apresentação do canal 11. Tenho estima pessoal pelo presidente do Marítimo, temos excelentes relações institucionais também, e pela consideração que tenho por ele estou sempre disponível para falar”, atirou, prosseguindo.
“Se me quiser visitar em Braga, até vamos ao Bom Jesus e ele acende uma velinha em agradecimento por o SC Braga lhe ter permitido fazer um encaixe muito relevante com o Dyego, porque se bem se lembra o Braga assinou com o Dyego quando ele estava livre, sem contrato, e precisamente por ter pelo Marítimo e pelo seu presidente a maior consideração, decidimos creditar ao Marítimo, já depois de termos assinado com o jogador, 25% da mais-valia de uma futura transferência. Felizmente para o Marítimo, o Dyego escolheu o SC Braga numa altura em que cumpria castigo de 9 meses e em que poucos acreditavam nele, porque se tivesse ido para outro clube o Marítimo receberia zero, porque nenhum clube teria tido o gesto que o SC Braga entendeu que devia ter”, completou António Salvador.
Ora, num outro âmbito, registaram-se, poucas horas antes do Portimonense-SC Braga de anteontem, momentos de tensão entre Salvador e Theodoro Fonseca, accionista maioritário da SAD algarvia, tudo por alegados desentendimentos quanto às transferências de Tormena e... Dyego Sousa.
“O episódio com o Teodoro Fonseca foi lamentável e um ato de enorme cobardia. Eu estava tranquilamente a falar com o Sr. Joaquim Oliveira e a sua esposa no parque do estádio quando se aproxima o Teodoro, rodeado de alguns gangsters, e me começa a ofender verbalmente. Não lhe permito o tom e a agressividade que teve para comigo, como também não permito que tenham tentado apertar o Tormena antes e depois do jogo”, frisou o presidente, agastado com a situação.
“As atitudes qualificam quem as toma e por isso percebo como é que há jogadores a sair do Portimonense queixando-se de agressões por parte dos dirigentes. Não sei para onde caminha o nosso futebol e estranho que ninguém actue quando o representante do acionista maioritário de uma SAD é ao mesmo tempo alguém que distribui e controla jogadores por outras sociedades a competir nas mesmas provas e inclusive já tomou conta de outro clube. Isto é um atentado à competição, mas andamos preocupados com ‘fait divers’ e a fazer de conta que não se passa nada. A FPF e a Liga devem investigar isto, porque o que se passa é um atentado às leis da concorrência da FIFA e da UEFA”.
Ora, o esfriar das relações entre SC Braga e Portimonense aconteceu, sabe o Correio do Minho, quando a sociedade liderada por Salvador tinha já tudo alinhavado com Teodoro Fonseca para as transferências de Fabrício, Dener e Lucas, acabando o negócio por ‘cair’, por alegada influência do empresário junto dos atletas.
Já no início desta época, quando ainda Abel era o treinador arsenalista, Tormena foi um dos pedidos feitos a Salvador, mas o presidente do SC Braga, pensando que o jogador pertencia ao Portimonense, prontamente rejeitou qualquer hipótese de o contratar. Acontece que o central brasileiro esteve em Portimão, sim, mas por empréstimo do Gil Vicente. O Portimonense poderia ter exercido a opção de compra do jogador até Janeiro de 2019, mas, como não o fez, este regressou a Barcelos, tendo já em vista uma transferência quase acertada para a Turquia, por dois milhões de euros. Contudo, num encontro casual de António Salvador com Francisco Dias da Silva (Gil Vicente), o presidente arsenalista ficou a saber que, afinal, Tormena pertencia aos quadros dos galos e não ao Portimonense. Dessa forma, tentou negociar com o homólogo gilista a contratação de Tormena, a qual ficou alinhavada por 1,25 milhões de euros, mais 20% de uma futura venda. Teodoro Fonseca terá sentido que tudo foi feito por trás das suas costas e interpelou António Salvador no último sábado.
Já quanto a Dyego Sousa, que representou o Portimonense em 2013/2014 e se transferiu no final dessa época para o Marítimo, ficou acordada a partilha de 50% do passe por cada um dos clubes. Acontece que a contratação do avançado por parte do SC Braga aconteceu já depois de Dyego ter terminado contrato com os insulares e ser, portanto, um jogador livre. Como atestam as declarações de António Salvador atrás reproduzidas, o SC Braga, por cortesia, disponibilizou ao Marítimo, fruto das boas relações entre os clubes, 25% de de mais valias geradas numa futura transferência, mas o Portimonense, visto que o jogador se encontrava já sem contrato, nada teria, supostamente, a receber pelo ingresso no SC Braga.
Correio do Minho