Enquanto os metralhas insistirem em ser "os donos disto tudo" as nossas prestações europeis serão cada vez mais à imagem das desta época.
Enquanto continuarem a olhar apenas para os seus umbigos, secando o mercado, oferendo trocos aos clubes mais pequenos pelos seus melhores jogadores e arrecadarem, a título individual, quase 80% do somatório total das receitas televisivas distribuídas pelos 18 clubes da I Liga, continuaremos a ter uma competição interna pouco competitiva, sem intensidade e com baixa percentagem de jogo útil, itens que transportados para o panorama das competições europeias resultam na mediocridade a que assistimos nos 1/16 da Liga Europa, imaginem o que seria se as quatro equipas, por um qualquer milagre, tivessem jogado os 1/8 da Liga dos Campeões com os adversários que por lá estão (no agregado das duas mãos não seria surpresa encaixarem um Score na ordem dos dois dígitos).
Todos nos quexamos do anti jogo que as equipas pequenas praticam contra os adversários mais fortes da nossa Liga mas na verdade, queimar tempo quando se adiantam no marcador, é a única arma de que dispõem para conquistar uns pontinhos contra equipas com orçamentos vinte vezes superiores aos seus, sim, vou repetir, orçamentos vinte vezes superiores aos seus, sem paralelo em qualquer Liga top 10 do Ranking da UEFA (Benfica, Sporting e Porto tem orçamentos até 20 vezes mais que várias equipas da Liga, quanto a nós são várias as equipas que defrontamos cujos orçamentos são quatro vezes inferiores ao nosso).
Não há receitas milagrosas para alterar este panorama no imediato mas há um conjunto de medidas que deveriam começar a ser implementadas para que paulanitame todos cresçam e se tornem mais competitivos, transportando-se depois essa intensidade e maior competitividade das nossas equipas para as provas europeias:
- centralização das receitas televisivas e consequente justa distribuição (venda dos direitos de TV para outros mercados como os PALOP e outros nichos com forte implementação da comunidade portuguesa como Newark, Brasil, Macau, Paris, etc...);
- as equipas mais fortes comprarem mais no mercado interno, tal como vemos acontecer nas Ligas mais fortes, pagando às menos endinheiradas o preço justo e não a ninharia que muitas vezes vemos pagar pelos seus melhores activos (chantagem via empréstimos);
Não tenho qualquer dúvida que o dinheiro (gerado e justamente distribuído tal como acima referi), mais do que quaisquer outras medidas (algumas certamente importantes e que deverão também ser implementadas), será sempre o principal motor para alavancar a qualidade, competitivide, intensidade e jogo útil da nossa Liga, sem ele podem tomar as medidas avulsas que bem entenderem que em nada melhorarão a nossa competitividade quer cá dentro quer lá fora.