www.zerozero.pt Braga derrota Benfica e conquista a Taça de Portugal!A Taça da Liga foi para o Benfica, mas a Taça de Portugal foi para o SC Braga, que assim conquistou o título que ainda faltava no palmarés. Seis dias depois da anterior final, mais uma vez em Aveiro e também na decisão de um troféu referente à época passada, as guerreiras conseguiram escrever uma história diferente com um triunfo por 3x1 e assim conquistar a sua primeira Taça de Portugal de futebol feminino, na 17ª edição da prova.
A equipa agora comandada por Miguel Santos conseguiu também algo diferente daquilo que tinha acontecido em 2017 e 2018, quando o clube bracarense foi finalista vencido desta competição, então perdendo os jogos decisivos diante do Sporting.
Nesta noite fria de Aveiro, um golo de Hannah Keane e dois de Jermaine Seoposenwe fizeram a diferença, sendo que o segundo golo da equipa bracarense foi tão espetacular como o nome da decisiva sul-africana é difícil de escrever. Pelo meio, a brasileira Nycole Raysla ainda chegou a empatar a partida, mas o Benfica não conseguiu revalidar o título, caindo aos pés de um SC Braga exemplar nas transições.
Parecido na teoria, bem diferente na práticaAs duas equipas reencontravam-se seis dias depois, sendo que o Benfica tinha jogado neste intervalo de tempo, ao contrário do SC Braga, que vinha de quase uma semana de preparação em exclusivo para esta nova final. A equipa de Miguel Santos chegou à partida com a lição bem estudada e isso notou-se em campo.
As benfiquistas alinhavam com o mesmo onze do anterior duelo entre as equipas, contra um Braga que tinha uma única mudança... que mexeria com o jogo bem cedo: Hannah Keane, regressada após longa paragem, aparecia no onze por troca com Cindy König, surgindo em campo atrás de duas jogadoras mais declaradamente ofensivas, um pouco com a tarefa de ligar o pivô defensivo ao ataque.
Com apenas oito minutos no relógio, uma dessas previstas incursões ofensivas de Keane, uma jogadora diferenciada no domínio de bola, mexeu com o marcador. As bracarenses iam acumulando lances de bola parada, sendo que foi na sequência de um canto que a bola acabou por sobrar para a californiana na entrada da grande área... e um grande remate de pé esquerdo fez o resto. Sem hipóteses para a guardiã Carolina Vilão e o golo inaugural a favor do SC Braga. O Benfica ainda não tinha sofrido sequer qualquer golo nos três jogos sob o comando de Filipa Patão.
Em desvantagem desde cedo, a equipa lisboeta mantinha o plano de querer assumir as despesas do jogo, enquanto o Braga jogava (bem) a tentar aproveitar falhas das encarnadas e a fazer valer a velocidade das jogadoras de ataque, como Jermaine e Myra Delgadillo. Para o Benfica grande parte dos ataques começavam no lado esquerdo da defesa, onde Matilde Fidalgo não era tímida nos ataques... e a lateral quase ofereceu o golo aos 19 minutos, mas Andreia Faria não conseguiu converter a jogada em golo em frente à baliza.
Também para o SC Braga grande parte das tentativas de ataque partiam da esquerda, mas num raro ataque conduzido pela lateral-direita Rayane Machado quase valia o 2x0, não tivesse Dolores Silva falhado o alvo em zona de finalização.
O Benfica via-se em apuros com o fim da primeira parte a aproximar-se e Filipa Patão ainda teve mais uma contrariedade em cima do intervalo, com a lesão de Catarina Amado que implicou um ajuste: Matilde Fidalgo passou a jogar à direita, a central adaptada Ana Seiça assumiu o lado esquerdo da linha defensiva.
Nycole reaparecida... e Jermaine a brilharSe o primeiro golo tinha surgido pouco depois do início do primeiro tempo, o segundo surgiu pouco depois do início do segundo. Nycole Raysla tinha sido protagonista na final da Taça da Liga, com um golo e duas assistências, e se na primeira parte do reencontro tinha estado desaparecida... conseguiu ainda mexer com o jogo aos 50'. O cruzamento veio da esquerda, a brasileira meteu a cabeça à bola e esta ainda desviou de forma subtil numa adversária antes de entrar na baliza de Marie Hourihan.
O jogo ficava mais partido depois da igualdade e quem mais beneficiou acabou por ser o SC Braga, não tão dependente de um futebol apoiado. A equipa de Miguel Santos aproximou-se do 2x1 num lance em que Myra Delgadillo amorteceu a bola e Dolores Silva atirou para defesa de Carolina Vilão... e o golo chegou mesmo, aos 63', num lance espetacular: de fora da grande área, Jermaine Seoposenwe atirou na perfeição, colocado e na direção do canto inferior direito. Carolina Vilão bem se esticou, mas o remate era mesmo monumental e praticamente indefensável.
Miguel Santos comandou o SC Braga rumo à conquista da Taça de PortugalFilipa Patão via-se obrigada a arriscar e as mudanças fizeram com que o Benfica passasse a defender apenas com três jogadoras, subindo as linhas e arriscando... e quem aproveitou foi o SC Braga. Com Andreia Norton a comandar a jogada - que grande segunda parte da guerreira -, Delgadillo cruzou da direita e Jermaine cabeceou para o fundo das redes, fazendo o 3x1 que seria final.
As guerreiras foram sempre mais acutilantes esta noite do que as encarnadas, demasiadas vezes perdidas em detalhes... e, assim, à terceira final da Taça de Portugal, foi mesmo de vez para o SC Braga.
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