Ponto prévio: empatar 3-3, 11vs11, depois de estar a ganhar 3-0 ao intervalo é inadmissível para uma equipa como o Braga frente a QUALQUER equipa portuguesa. Ponto.
Tendo em conta a qualidade do nosso plantel, temos obrigação de saber gerir uma vantagem de 3 golos contra qualquer equipa do nosso campeonato, mesmo os grandes.
Sei que há muita gente farta das frases do Abel, mas na realidade há uma que ele disse várias vezes no ano passado, na altura em que estávamos na melhor fase, que explica exatamente o que tem faltado nos jogos: "Os jogadores têm que ter a mesma vontade de não sofrer e recuperar a bola que têm em marcar golos".
Sofremos uma média de 2 golos por jogo nos 4 jogos oficiais, o que, até, contrasta com os 0 golos sofridos nos últimos 3 ou 4 jogos amigáveis.
Os golos que sofremos foram todos de diferentes formas, por vezes é difícil encontrar um problema único, mas acho que todos concordarão se disser que em todos os 8 golos sofridos houve muito demérito nosso. Mais que isso, houve em todos uma clara falta de intensidade na pressão, na bola dividida, e, no meu entender, em pelo menos metade dos golos, uma claríssima falta de concentração. Aliás, o 1-3 hoje é inadmissível nesse aspecto. A equipa entrou completamente desfocada, e sofreu golo praticamente sem se ter mexido. O mesmo, já agora, aconteceu contra o Nacional, nos 2 golos sofridos. Mais do que falta de intensidade ou atitude, houve uma claríssima falta de concentração, um certo "descomprimir" depois do golo marcado.
É aqui que a equipa tem que melhorar, e muito. Na intensidade e na concentração defensivas.
Como é normal no futebol, ninguém tem memória. No ano passado sofremos golos em praticamente todos os jogos até outubro ou novembro. Aliás, até finais de setembro praticamente entramos todos os jogos a perder e sofríamos quase sempre nos primeiros 15mn. Demorou bastante até se encontrar o equilíbrio. E penso que pela mesma razão que está a faltar agora: Defesa e meio campo com novos jogadores.
No caso da defesa, nos últimos 2 jogos só Viana era titular no ano passado. Já no meio campo é tudo novo.
Para piorar, e para quem critica a falta de mudanças e a manutenção dos mesmos jogadores, na defesa e meio campo temos muita gente fora por lesão: Goiano, Raúl, Ailton, Claudemir, Eduardo. Daí que sim, jogam os mesmos porque não há mais ninguém.
A falta de intensidade e concentração também vem disto. Da falta de entrosamento nas compensações defensivas, ainda por cima quando os 2 médios que defendem melhor não têm jogado: Claudemir por lesão, Palhinha porque chegou tarde.
Mas volto ao início, é inadmissível sofrer 3 golos em 15mn e a falta de entrosamento não explica tudo. Houve uma clara falta de concentração que levou o adversário a acreditar e que por outro lado tirou clarividência à equipa. Há que treinar o aspecto mental. E muito.
A próxima semana é muito importante. Que a equipa técnica saiba bem o que fazer para que os momentos defensivos (todos eles, organização, transição e bola parada) entrem nos eixos.
Para quem pede reforços há 2 coisas que tenho a dizer:
1) É completamente absurdo vir pedir mais avançados quando temos uma média de 2,5 golos marcados por jogo. Simplesmente não faz sentido. Aliás, se há coisa que esta equipa sabe fazer é jogar bem ofensivamente, criar oportunidades e marcar.
2) Não só não deve entrar mais ninguém como obrigatoriamente terá de sair. Temos um claro excedente de jogadores que leva também a que seja mais difícil gerir o plantel. Sem a liga europa são menos 6 jogos da fase de grupos e 2 do playoff, pelo que certamente alguns sairão (talvez para serem emprestados). Provavelmente Singh, Murilo, Ryller e 1 dos GR (Tiago Sá ou Marafona isto porque já estou a assumir que Tiago Pereira irá assumir a baliza da equipa B a curto prazo).
Há que ter noção do plantel extenso que temos. Precisamos de um plantel curto que esteja focado.
Precisamos também que os lesionados voltem. Sim, não é apenas uma desculpa do Abel. Se a defesa esta mal, é preciso ter opções para mudar e neste momento todas as opções estão no estaleiro. No meio campo é preciso que Claudemir volte ou que Palhinha mostre de facto valor para substituir Vuk.
Sobre a se pedirem cabeças, é o costume. Mais uma vez é só fazer ume exercício de memória: No ano passado depois da derrota em Setúbal já tudo pedia a cabeça do Abel. Inadmissível como a equipa jogava e a sorte que teve contra as 2 equipas nórdicas.
Pela mesma altura já se pedia a cabeça de Peseiro, mesmo estando em 3º.
Exatamente a mesma coisa com Paulo Fonseca, que teve 2 derrotas em 2 saídas pró campeonato. Já lh faziam as malas.
E o Domingos depois do Elfsborg? Ou na 2ª época quando ia em 7º em Novembro ou Dezembro?
Aqui no fórum o que menos há é gente que mude a sua forma de ser. O treinador é sempre para despedir. Desta vez, tal como Domingos em 2009, começou já em Agosto.
Haja paciência.
nem digo mais nada
tudo dito
vamos ter um tempo para criticar e pedir cabeças, mas não é este o momento
no próximo vou lá estar e vou apoiar ainda mais, logo verei se temos ou não uma equipa tão boa como apregoam e nessa altura direi de minha justiça, mas a procissão ainda vai no adro por isso tudo ao estádio
Fidelis Bracara
Braga e Basta
Subscrevo Fidelis...
Complementando o que foi dito, parece que a equipa no último jogo apresentou algum relaxamento... displicência. As lacunas vieram ao de cima e as fragilidades foram evidentes.
O estatuto granjeado pelo SCB e os objectivos pré-definidos deveriam funcionar para os jogadores, exactamente de forma contrária. Ao invés de relaxamento, os jogadores deveriam perceber que quem veste a camisola vermelha e branca tem que se agigantar. Tem que se transcender. Não podem pensar em momento algum, altiva e prepotentemente, que o jogo está ganho antes do mesmo acontecer ou que ao intervalo terminou. O estatuto granjeado pelo clube e equipa é importante se o mesmo for traduzido dentro das quatro linhas.
É importante o discurso... mas mais importante são os actos. São os exemplos. Se há jogadores a fazer birras ou revelar constante relaxamento ou mesmo a sucumbir à pressão..., objectivamente esse jogador não merece vestir a camisola do SCB. Seja ele quem for. No dia que o clubel ceder a caprichos individuais, será o dia que terá início o fim.
O espirito de Equipa, o colectivo, a capacidade de sacrifício individual em prol do conjunto deve ser sempre a prioridade. Aquele que pense que a equipa está ali para servir os seus propósitos individuais, que o clube é um mero trampolim pois ele é bom demais para o SCB... sinceramente não lhe vejo futuro! nem o SCB deve lhe proporcionar um grande futuro!
Na minha opinião, Abel é um excelente treinador e terá uma dura tarefa pela frente. Ele mesmo tem que perceber que, sem prejudicar a identidade que caracteriza a equipa, os jogos não são todos iguais nem tão pouco os adversários. Mediante o adversário, o desenrolar do jogo, a fase do jogo...o SCB tem que também jogar com manha e cinismo. O futebol positivo é fundamental mas penso que este é uma consequência dos resultados e não o contrário. Apesar de nem pensar um pouco que seja, que a bola vai começar a queimar, os próximos jogos poderão ser importantes para a época. Aqui os adeptos tem papel fundamental. Se deixarem de acreditar na equipa vai ser complicado a equipa acreditar nela.
A equipa tem cometido muitos erros, individuais e colectivos. Alguns erros escusados, outros próprios da fase da época. O busílis da questão é saber se aqueles jogadores a quem se aponta o dedo são mais valias ou não. Aceito completamente que se critique a equipa, o treinador, este ou aquele jogador- acho mesmo sinónimo que não se está indiferente ...- eu mesmo o faço- mas a não ser que trabalhem com eles ou tenham uma bola de cristal, acho prematuras algumas criticas. Temos que dar tempo ao tempo. temos que perceber que há momentos de forma numa época... se assim não fosse, o Esgaio, o Jefferson, o André Horta, por quem tanto se suspirou no fim da época, pelas criticas iniciais nunca jogariam... no plano oposto, houve jogadores que prometram tanto, tanto e esfumaram-se caindo no esquecimento...
Nós, Braguistas sentimos o emblema e vivemos o jogo de futebol com paixão e emoção. Queremos ganhar, queremos todos ganhar... mas nunca podemos esquecer as nossas origens e começar a revelar tiques de grandeza e a impaciência dos adeptos das vitórias. Temos que perceber que o futebol é um desporto e não uma batalha. Temos que interiorizar que o SCB está numa luta desigual, num campeonato minado, e nós adpetos, sempre com espírito critico e vigilantes, temos que ser um factor aglutinador e jamais de fragmentação.