MAU by Luis Cirilo in blog Depois Falamos
Não há palavras boas para caracterizar situações más.
E o resultado deste Vitória-Braga foi o pior de sempre (na óptica vitoriana) em cinquenta e nove jogos disputados em Guimarães para o campeonato nacional da primeira divisão ou primeira liga como agora se chama.
Nesses 59 jogos o Vitória venceu trinta e sete, registaram-se treze empates e o Braga venceu por "apenas" nove vezes,das quais quatro nos últimos cinco anos, conseguindo ontem a terceira vitória consecutiva em deslocações ao D.Afonso Henriques.
Números e factos são números e factos e estes apontam no sentido de nestes últimos anos o Braga estar a alicerçar uma superioridade até então inexistente cujas razões não cabem esmiuçar neste texto mas são razoavelmente conhecidas pelos vitorianos.
Ontem as duas equipas encontraram-se com uma invulgar distância de dezassete pontos favorável aos visitantes (agora vinte...) mas nunca as classificações influenciaram dérbis embora traduzam o estado de cada clube e o grau daquilo a que pode ambicionar cada equipa.
E a história do jogo foi uma história conhecida.
O Vitória, inesperadamente privado de Raphinha e Konan (mas especialmente do primeiro que tem sido o abono de família), até entrou bem a pressionar o adversário e a criar duas jogadas de relativo perigo junto da baliza bracarense mas que os jogadores vitorianos não conseguiram concretizar.
Mas como quem não marca...sofre o Braga aproveitou um erro de Rafael Miranda e fez o seu primeiro golo lançando alguma intranquilidade na equipa vitoriana.
Depois...bem, depois entrou em campo Bruno Paixão.
Um dos piores árbitros dos últimos vinte anos, um péssimo árbitro seja qual for o prisma da avaliação, que transformando uma falta fora da área numa grande penalidade e um cartão amarelo em cartão vermelho "matou" o Vitória e consequentemente "matou" o jogo.
Depois disso a natural maior valia individual e colectiva do Braga, que tem no banco jogadores que seriam titulares indiscutíveis no Vitória, encarregou-se de fazer o resto elevando o marcador para números nunca vistos e que só não foram maiores porque por um lado os bracarenses geriram o cansaço do jogo europeu em Marselha (é, o Braga tinha disputado um jogo europeu na quinta feira)e por outro "aquilo" estava tão fácil que cada jogador do Braga que tinha a bola perto da área vitoriana queria ser ele a rematar esquecendo colegas em melhor posição.
A dimensão do resultado é explicável pela intervenção do árbitro, disso não tenho duvidas, mas o mérito bracarense e a convicção que ganharia mesmo com onze contra onze é algo de que também não duvido face ao que se viu ontem e ao que se tem visto desde Agosto de 2017.
Por mais que isso nos doa, e dói, o Braga é hoje superior ao Vitória em termos de valia do plantel, qualidade da equipa, categoria dos jogadores e patamares de ambição pelos quais compete.
E também nos resultados da ultima dúzia de anos!
Não querer encarar isto de frente, arranjar desculpas e álibis, fazer apelo a um bairrismo e uma clubite sem sentido é apenas uma forma de atrasar a necessária recuperação pelo Vitória de um lugar que tem de ser sempre o seu.
O de maior clube do Minho e quarto clube de Portugal.
Enquanto não puder ser mais que isso...
Depois Falamos.
P.S. De Pedro Martins já não vale a pena falar muito. A sua gestão do jogo de ontem foi igual à de tantos outros jogos quer na táctica quer nas opções iniciais quer nas substituições. Acontece é que se sabia há muito que a corda estava tão esticada que acabaria por rebentar.
Foi ontem!