Vi o João Queirós, pela primeira vez, com olhos de ver, na final do campeonato da europa de sub-19. E, apesar de ele ter cometido o erro que acabou por custar a derrota da seleção nacional, gostei muito da sua exibição (ainda que depois do erro cometido se lhe tenha notado algum normal nervosismo). Mostrou personalidade com bola, em condução, raramente optando pelo chutão, evidenciou bom tempo de entrada aos lances (tem um corte de carrinho excecional no primeiro tempo, com algum risco, já dentro da grande área) e, não sendo um velocista, pareceu-me rápido q.b., para um muúdo com 1,90 m. Um aspeto que me chamou a atenção: grande qualidade de passe à distância. Julgo que não estarei a mentir se disser que não falhou um passe a 30-40 metros - e executou-os várias vezes durante o jogo. Pareceu-me que ainda tem alguma coisa a progredir nos duelos aéreos - raramente perdeu as disputas mas fê-lo algumas vezes em falta. Um aspeto a limar, com uma época a sério na equipa B.
Só que... na realidade, é muito difícil ao Braga não aceitar uma proposta como a que se diz que o Colónia terá feito (3 milhões + bónus?). Ninguém pode garantir que Queirós irá concretizar tudo aquilo que promete. Estou tentado a dizer que ele terá grande futuro - mas dizê-lo de um jogador de apenas 18 anos envolve sempre algum grau de incerteza.
De todo o modo, esta transferência, a concretizar-se, é importante também para a perceção que os próprios jovens das nossas escolas (e potenciais alvos) têm do clube: somos um clube com visibilidade também no estrangeiro, mesmo em relação às camadas jovens. Esta imagem é importante também para sedimentar o projeto da Academia.