Fomos ontem confrontados com a notícia que a 27 de Julho o governo irá tomar uma decisão acerca do regresso do público aos estádios. Lembramos que as competições oficiais iniciam-se a 23 de Julho e, no dia 31 de Julho, 4 dias apenas após a tomada de posição do governo, disputa-se a Supertaça Cândido Oliveira, jogo onde o nosso mágico Sporting Clube de Braga irá em busca do troféu nunca por nós reclamado.
É com estupefacção que recebemos este anúncio, quer pelo facto de ainda se colocar em causa a presença de público nos estádios, quer pela proximidade da data de decisão em relação ao dia de realização da Supertaça. Recordamos que em Maio, a final da Liga dos Campeões, decorreu no Porto com milhares de adeptos ingleses nas bancadas. Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, disse à época: “Mais uma vez, voltámo-nos para os nossos amigos em Portugal para ajudarem a UEFA e a Champions. De facto, em Portugal, os nossos representantes governativos são grandes compinchas dos forasteiros, contudo revelam-se amigos da onça para com o adepto de futebol português. Continua o adepto em Portugal a viver numa bolha de discriminação, quer em relação ao público frequentador de eventos culturais, religiosos, políticos que se vão realizando de acordo com as normas previamente estipuladas (e bem diga-se de passagem), quer em relação às suas liberdades e garantias atacadas através do quadro legislativo em vigor, sendo o seu último capítulo o cartão do adepto (não estamos esquecidos)!
Volvidas 24H, nenhum clube que milita nas divisões profissionais se manifestou publicamente sobre esta notícia. Este silêncio ensurdecedor demonstra que o adepto vive isolado nesta conjuntura. Possivelmente, por lhe chamar desporto e não indústria, continua órfão de defesa neste ambiente mercantil e de marginalização.
O contexto pandémico em que (ainda) vivemos, abriu de vez caminho ao lobby das cadeias televisivas no futebol. O adepto, cada vez mais, assemelha-se a um adorno dentro do estádio e não como parte integrante do jogo, sucumbindo aos interesses dos DDT do futebol. Este é o caminho que desejam para o desporto-rei, boicotando a simbiose entre campo e bancada que tanto o engrandeceu. Porém, não se esqueçam, o futebol sem adeptos, não vale 1 cêntimo!
Comunicado Bracara Legion
Lembrar que em maio havia muito menos vacinados e não havia o certificado de vacinação. A vacinação tem vindo a fazer-se a bom ritmo e nestes dois meses foram vacinadas mais de 5 milhões de pessoas.