Não acaba mas sim começa aí.A participação em Braga foi de 57%, 11,5% acima da média nacional e 0,7% abaixo de 2017.
A participação nestas eleições em Braga não é problema.
Não me recordo também de tamanha quantidade de opções, com diversas forças a conseguirem deputados municipais.
Quanto à qualidade, se nenhuma serve, além do voto em branco há sempre opção de avançar. Se há coisa que não faltou no país e mesmo em Braga foram movimentos independentes (uns mais, outros menos) com vitórias ou prestações muito significativas.
E como se viu existiram mudanças políticas numa parte significativa das freguesias do concelho com presidentes a falhar o 3⁰ mandato, como aconteceu também um pouco por todo o país.
Se há parte da democracia que continua a demonstrar vitalidade são as eleições autárquicas, e as críticas aqui feitas, a estas eleições, pelas razões acima expostas só podem ser entendidas como não sabendo respeitar o resultado das urnas ou má fé para servir uma agenda política muito particular.
Completamente de acordo. Se houve eleição onde existiu pluralidade e existência de alternativas foi esta.
E mais, houve um sinal claro dos eleitores em retirar do poder alguns "DDT" que achavam que podiam fazer o que quisessem que nada os tirava do poder. Estas eleições mostraram em muitos casos uma participação da sociedade civil muito grande (como falaste, nos vários movimentos independentes - há 19 câmaras lideradas por movimentos independentes de cidadãos) e uma maturidade muito interessante em remover muitos daqueles que representavam o pior do poder político.
E a democracia começa e acaba nas eleições e na pluralidade que existe nelas?
Apesar de existir um discurso que tudo está mal, a verdade é que basta olhar para a tv e os jornais e ver
1) estamos muito longe dessa falência da democracia que se anuncia aos 4 ventos
2) é o pior sistema com excepção de todos os outros. Longe com a "ditadura dos homens bons"
Não implica que as instituições em Portugal (que é que nos interessam) sofram de vícios, e precisem de ser continuamente monitorizadas e melhoradas. Mas isso só se faz com participação ativa e não postas de pescada ou mãos na cabeça.
1) a participação democrática no primeiros anos pós-25 de Abril é maior ou menor que a participação atual?
2) Ditaduras não é comigo, de certeza. Muito pelo contrário. Mas se achas que a democracia representativa atual é suficiente (muito pouco questionada/monitorizada porque os partidos do centrão continuam a ter o mesmo protagonismo), quando continuamos a ter direitos fundamentais (saúde, habitação, educação) em risco, enfim, não tenho muitos argumentos. Até em países claramente liberais vemos mais habitação pública, porque aqui em Portugal basta se falar em xuxalismo que o pessoal fica louco, quando na prática não existe socialismo. A cultura do individualismo e do lucro está à frente do bem comum coletivo e da igualdade e liberdade de oportunidades. Isto era o mínimo, podia-se fazer muito mais, porque este fetichismo da mercadoria vai continuar a manter tudo igual ou pior.