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Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
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Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #220 em: 07 de Fevereiro de 2021, 20:09 »
Começando pelo fim, a Croácia já foi moda antes de Portugal e continua a ser.
No resto essa é só uma visão do turismo em Portugal, a pessimista, diria mesmo a de velho de restelo (sem que consideres isto um insulto).O que seria de Lisboa e Porto sem o turismo que teve nos últimos anos. Como estava o centro de Lisboa e Porto ali pelos anos 2000 ou no caso do Porto antes da chegada da Ryanair? Falar das pessoas e dos cafés e lojas antigas? Quantas existiam ali por 2010 que foi quando se deu o crescimento do turismo?  Uma insignificância? Diria que muitas dessas lojas e cafés antigos só se aguentaram durante a crise de 2011 graças e muito ao turismo, sendo que muitos se foram até remodelando.
E em Braga o que existia? Quantas pessoas viviam no centro? (na rua do souto  e rua dom diogo de sousa nos censos de 2011 penso que era 10 pessoas ou coisa parecida), quantas lojas estavam encerradas nos últimos anos, algumas há mais de 10 anos? Quantos prédios abandonados e degradados? Que vida tinha a cidade à noite? E diria mesmo de dia. Ali por 2010 que noticias saiam da cidade nos jornais? Como estavam os edifícios da zona da Sé? diria que é fácil criticar o turismo, pela parte má, esquecendo a parte boa. Tal como todo o mundo Portugal também gostava de ter a parte boa do turismo (€€€) sem ter as pessoas na rua e as lojas de lembranças dos paquistaneses, ou mesmo as famosas barraquinhas no centro da cidade, mas isso não é possível. Há 10 anos no centro em pleno agosto para encontrar cafés abertos era como uma agulha no palheiro!
Portugal tem um número de turistas que mesmo no seu auge em 2019, é normal, diria que face ao país que é. (turismo representou 8% do PIB em 2019)
Braga tem um número de turistas completamente normal, se tirarmos os espanhóis que moram aqui ao lado e os franceses que na realidade são muitos emigrantes (ou filhos destes) Braga tem um turismo completamente residual ainda. Em 2019 penso que nem 400mil em 25 milhões que teve Portugal. Isto dá pouco mais de 1000 pessoas dia. 600mil dormidas, 2 mil por dia. Sendo que se tirarmos nestes dados os picos, como Páscoa, São João, noite branca, esse número reduz-se radicalmente.

Quanto à votação acho que em tempos normais seria fundamental para Braga, para uma cidade que se queria impor no contexto nacional e até europeu, nestes tempos de pandemia diria que é uma oportunidade única de alcançar visibilidade num mundo dos mais concorrenciais que existe e que será de quase guerra nos próximos tempos.
LeonelP
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #221 em: 07 de Fevereiro de 2021, 23:48 »
Também eu mas neste caso acho que não é disso que se trata. Estas votações valem o que valem... mas os próximos tempos não se adivinham fáceis economicamente falando, pode ser que isto ajude a cidade, os bracarenses e o país.
A única coisa que pode ajudar a cidade e o país, principalmente agora, é perceber que o turismo devia ser uma fonte de rendimento, mas nunca a principal.

Portugal esqueceu-se dos portugueses durante muito tempo, para dar prioridade aos turistas. Aconteceu no Porto e em Lisboa, e estava a começar a acontecer em cidades como Braga, Guimarães ou Aveiro.

Essencial não é Braga virar-se para o turismo outra vez, mas sim perceber o que poderá melhorar a qualidade de vida dos que cá estão.

Em Lisboa e no Porto despacharam os habitantes locais e fecharam sítios de interesse para dar lugar a hotéis e air bnb's. Perderam a essência da cidade, apagaram Lisboa e Porto, e ficaram capitais europeias iguais a todas as outras sem alma nem características únicas. Agora não têm turistas (mesmo sem pandemia, os turistas de agora já não têm o mesmo encanto pelas cidades como tinham há 10 anos), e não têm locais porque os preços de arrendamento e de esplanada com impraticáveis para o salário português. Ficam apenas os hotéis às moscas e lojas cheias de galos de Barcelos por vender.

É isso que se quer em Braga? Hosteis onde durante décadas se viu uma Vista Alegre, ou edifícios como o da antiga Bertrand ao abandono?

Invistam nos negócios e na cultura local, e façam com que Braga seja autosuficiente entre Braga e os seus cidadãos. Uma cidade feliz com habitantes felizes é o que atrai um negócio (que devia ser visto como um acrescento da economia local e não a base) como o turismo.

P.S - Espero que Braga (e Portugal) aproveitem a pandemia para perceber que o valor de Portugal está nos portugueses, nos cafés históricos, nas casas de fado, e em toda a sua cultura, e não em excursões de estrangeiros, restaurantes de sushi em todas as esquinas e lojas de recordações com gin bar nas traseiras, q. Mais cedo ou mais tarde, os turistas descobrem um país novo (como a Croácia, que é a nova moda) e fica Portugal cheio de lojas e cafés para ninguém, e sem aquilo que faz de Portugal, Portugal

Bom comentário. Subscrevo.
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #222 em: 08 de Fevereiro de 2021, 01:09 »
Também eu mas neste caso acho que não é disso que se trata. Estas votações valem o que valem... mas os próximos tempos não se adivinham fáceis economicamente falando, pode ser que isto ajude a cidade, os bracarenses e o país.
A única coisa que pode ajudar a cidade e o país, principalmente agora, é perceber que o turismo devia ser uma fonte de rendimento, mas nunca a principal.

Portugal esqueceu-se dos portugueses durante muito tempo, para dar prioridade aos turistas. Aconteceu no Porto e em Lisboa, e estava a começar a acontecer em cidades como Braga, Guimarães ou Aveiro.

Essencial não é Braga virar-se para o turismo outra vez, mas sim perceber o que poderá melhorar a qualidade de vida dos que cá estão.

Em Lisboa e no Porto despacharam os habitantes locais e fecharam sítios de interesse para dar lugar a hotéis e air bnb's. Perderam a essência da cidade, apagaram Lisboa e Porto, e ficaram capitais europeias iguais a todas as outras sem alma nem características únicas. Agora não têm turistas (mesmo sem pandemia, os turistas de agora já não têm o mesmo encanto pelas cidades como tinham há 10 anos), e não têm locais porque os preços de arrendamento e de esplanada com impraticáveis para o salário português. Ficam apenas os hotéis às moscas e lojas cheias de galos de Barcelos por vender.

É isso que se quer em Braga? Hosteis onde durante décadas se viu uma Vista Alegre, ou edifícios como o da antiga Bertrand ao abandono?

Invistam nos negócios e na cultura local, e façam com que Braga seja autosuficiente entre Braga e os seus cidadãos. Uma cidade feliz com habitantes felizes é o que atrai um negócio (que devia ser visto como um acrescento da economia local e não a base) como o turismo.

P.S - Espero que Braga (e Portugal) aproveitem a pandemia para perceber que o valor de Portugal está nos portugueses, nos cafés históricos, nas casas de fado, e em toda a sua cultura, e não em excursões de estrangeiros, restaurantes de sushi em todas as esquinas e lojas de recordações com gin bar nas traseiras, q. Mais cedo ou mais tarde, os turistas descobrem um país novo (como a Croácia, que é a nova moda) e fica Portugal cheio de lojas e cafés para ninguém, e sem aquilo que faz de Portugal, Portugal

Percebo o ponto de vista e concordo com alguns pontos, penso que o ideal é a cidade ter a capacidade de atrair turistas, internos e externos, mas que o faça de forma equilibrada sem se descaraterizar, sendo que nem sempre é fácil fazer esta gestão.

Depois acho que é também importante analisar que tipo de turismo temos e queremos ter, daqueles que hoje visitam a cidade e que poderão visitar no futuro quantos vêm só passar o dia e regressam ao final do dia ao Porto por exemplo? Quantos ficam na cidade vários dias? Sem querer comparar mas vi há uns tempos uma reportagem sobre Veneza em que debatiam o turismo da cidade, chegavam, por exemplo, muitos turistas de Cruzeiro passeavam durante o dia na cidade e no fim do dia regressavam ao navio e debatia-se as vantagens e desvantagens deste tipo de turismo, por vezes mais do que o turismo é também o tipo de turismo.
« Última modificação: 08 de Fevereiro de 2021, 01:20 por Old School »
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #223 em: 09 de Fevereiro de 2021, 03:28 »
Painéis de bronze do estádio 1.º de Maio em degradação e ao abandono

@ https://semanariov.pt/2021/02/08/braga-paineis-de-bronze-do-estadio-1-o-de-maio-em-degradacao-e-ao-abandono/
« Última modificação: 09 de Fevereiro de 2021, 04:30 por (S)oon(C)hampion(B)raga »
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #224 em: 09 de Fevereiro de 2021, 16:00 »
Boa tarde,

Gostaria de participar neste "debate" de forma construtiva dando a minha opinião como profissional na área de turismo e com dados/números oficiais.
Começando pelos dados. Os dados que tenho são os que há e são fornecidos pelo Posto de Turismo de Braga e que de certa forma são uma amostra dos números totais de visitantes de Braga. Seria importante haver um observatório de Turismo em Braga de forma a cruzar a dados mais abrangentes para termos números mais concretos. Acho que a amostra do Posto de Turismo não representa nem 20% do número de visitantes de Braga. Apesar de ser apenas uma amostra são dados muito importantes para termos uma ideia do perfil dos nossos visitantes.

Relativamente ao número de visitantes anuais só o Posto de Turismo teve:
2017 - 325,000 visitantes
2018 - 350,000 visitantes
2019 - 385,000 visitantes
Para complementar estes números em 2019 só o Bom Jesus teve mais de 1,2 milhões de visitantes (Fonte da Confraria do Bom Jesus).
Com estes números é fácil de perceber que em 2019 Braga teve mais do que 1 milhão de visitantes e é convicção de quem trabalha diretamente com o turismo em Braga  que o número de visitantes poderá superar ou rondar 1,5 milhões. Quando digo visitantes estou a referir-me a turistas e excursionistas. Basicamente os turistas ficam pelo menos uma noite no destino e o excursionistas vem e vai no mesmo dia.
Relativamente à origem dos nossos visitantes e falando só de 2019 dos 385,000 visitantes;
138 nacionalidades diferentes
Portugal - 22%
Espanha - 28%
França - 20%
Reino Unido - 9%
Brasil - 5%
Se analisarmos o mercado emissor, 4 países são responsáveis por 65% de visitantes e se juntarmos o mercado português é quase 85% de todo o bolo. Aqui certamente terá que ser feito um trabalho bem feito para diversificar e atrair outros mercados. É muito perigoso quando dependemos turisticamente de 4 ou 5 países. Tenho algumas reticências relativa a alguns mercados emissores pois há muitas nacionalidades que são residuais nos dados do Posto de Turismo mas na realidade podem ser bem maiores pois simplesmente não vão ao Posto de Turismo. Por exemplo mercado de Israel, Polónia ou Japão que chega a Braga em grandes grupos de autocarros não vão ao Posto de Turismo pois têm o próprio guia com eles. Um exemplo prático que posso dar é o mercado Polaco que nos dados representa 1,87% (cerca de 9000 visitantes) mas só por mim passaram cerca de 7000 Polacos que não foram ao Posto de Turismo. E digo o mesmo para o mercado Japonês e Israelita. Dai a importância de um observatório na área do Turismo em Braga para agregar mais dados e cruza-los de forma a termos dados mais concretos.
Alguém aqui falou e bem em minha opinião nas modas dos destinos turísticos. Existem muitos destinos e países que de facto por várias razões tanto estão no auge como desaparecem o que é perigoso para a economia de um pais. Muito sinceramente acho que Portugal ainda não está na moda mas sim numa fase de afirmação e ainda com uma margem de crescimento enorme. Não somos um fenómeno temporário e se continuarmos a fazer o trabalho que tem sido feito nos últimos 10 anos, temos tudo para conseguir uma afirmação como destino turístico de excelência.
Logicamente que Braga acaba por seguir esta linha de crescimento de Portugal. Portugal é sem dúvida um dos países da europa com maior crescimento turístico  e há várias razões para esse crescimento que pode ser debatido numa outra oportunidade, mas uma coisa é certa...muito mérito trabalho e planeamento que foi feito nos últimos 10 anos para atingirmos 28 milhões de visitantes em 2019. Muito foi feito mas muito há por fazer.
Seguindo esta linha de pensamento podemos aplicar a mesma lógica na questão da origem das nacionalidades que vêm por exemplo a Braga. Ponto assente no que se refere a mercado exterior Espanha foi é e será o maior emissor de visitantes de Braga. Acho que as razões são evidentes. Todas as outras nacionalidades são muito, muito voláteis e se analisarmos os dados da origem de visitantes dos últimos 10 anos em Braga percebemos que há nacionalidades simplesmente desaparecem ou estão a desaparecer (Itália ou até mesmo Reino Unido) e outras que estão a ganhar terreno (Brasil ou França). Mais uma vez são várias as razões para estes altos e baixos mas mesmo quando falamos em modas seria importante analisar essas "modas" ou tendências.
Para não me alongar muito relativamente ao mercado Espanhol não tenho dados concretos mas da minha experiência de 2012 até 2019 há um aumento enorme na diversidade de regiões autónomas de onde vêm esses visitantes. Enquanto à 10 anos atrás a Galiza era o grande emissor de visitantes neste momento Madrid, Castilla-Leon, Astúrias, Extremadura já têm um peso importante. Aqui já se fez um trabalho fruto da promoção de Braga em feiras de Turismo por toda a Espanha e claro o boca a boca. Não imaginam a quantidade de Espanhóis que nunca ouviram na cidade de Braga e que vieram cá por recomendações e por publicidade nessas feiras de Turismo. Atrair este tipo de mercado dá muito trabalho, tempo e é necessário investimento.
Relativamente a dormidas Braga em 2019 registou 643.000 dormidas e o número de visitantes em 2009 era de 80.000. Braga foi sem dúvida dos concelhos que mais cresceu no número de visitantes (4º maior crescimento a nível nacional se não estou em erro).

Para terem uma ideia de 2009 a 2019 o número de visitantes cresceu 370% (média 37% ao ano). Muito acima da média nacional e ao alcance de poucos concelhos.
Como Bracarense e Braguista, sinto um orgulho na nossa cidade pois o feedback que tenho com os milhares de visitantes que tenho ao longo do ano é muito bom. Devíamos dar valor ao que temos na nossa cidade pois temos muito para oferecer e que mais ninguém tem.
Nem Guimarães que cresceu alicerçado no mito de ser o berço da nacionalidade portuguesa e com um centro histórico classificado como patrimônio mundial consegue ter os nossos números, mas é certamente um excelente complemento para Braga. O produto Braga/Guimarães atrai muitos visitantes.
Temos muito património, da melhor gastronomia e sabemos bem receber mas o turismo de negócios e eventos está a assumir um papel importante de ano para ano. O Fórum, Bosch, INL, UM são sem dúvida uma mais valia para nós. O turismo religioso é um trunfo que vai muita além da Semana Santa e visitar igrejas, sim porque há uma diferença bem grande entre turismo cultural e religioso. Um produto que está a surgir e que em minha opinião vai dar cartas em Braga é o Caminho de Santiago. Braga é das poucas cidades de onde saem 2 caminhos diferentes.
Para terminar meus amigos não posso esquecer o SCB que é talvez o maior embaixador de Braga. Não imaginam a quantidade de gente que levo a visitar o nosso estádio e a quantidade de gente que devido ao SCB visitam a nossa cidade.
Se me permitem queria deixar a todos aqueles que trabalham na área do Turismo um palavra de solidariedade e força para o que ainda está para vir. Tem sido um ano difícil.  Vamos sair mais fortes desta situação e levar o nome Braga bem longe.

Cumprimentos Braguistas.  :)
« Última modificação: 10 de Fevereiro de 2021, 14:16 por boneli »
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #225 em: 09 de Fevereiro de 2021, 19:16 »
Boneli, um texto fabuloso. Muito obrigado pela partilha.

Enviado de meu POT-LX1 usando o Tapatalk

O verdadeiro adepto vê-se nas derrotas!
Pedro Bala
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #226 em: 10 de Fevereiro de 2021, 04:32 »
Painéis de bronze do estádio 1.º de Maio em degradação e ao abandono

@ https://semanariov.pt/2021/02/08/braga-paineis-de-bronze-do-estadio-1-o-de-maio-em-degradacao-e-ao-abandono/

Uma autêntica vergonha o ponto ao qual se deixou este estádio chegar. Podia e devia ter continuado como nossa casa ... enfim.
Sérgio Juniores
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #227 em: 10 de Fevereiro de 2021, 14:39 »
Boa tarde,

Gostaria de participar neste "debate" de forma construtiva dando a minha opinião como profissional na área de turismo e com dados/números oficiais.
Começando pelos dados. Os que tenho são os que há e são fornecidos pelo Posto de Turismo de Braga que de certa forma é uma pequena amostra dos números totais de visitantes na cidade de Braga. Seria importante haver um observatório de Turismo em Braga de forma a cruzar a dados mais abrangentes para termos números mais concretos. Acho que a amostra do Posto de Turismo de Braga não representa nem 20% do número de visitantes de Braga. Apesar de ser uma amostra são dados muito importantes para termos uma ideia do perfil dos nossos visitantes.

Relativamente ao número de visitantes anuais só o Posto de Turismo teve:
2017 - 325,000 visitantes
2018 - 350,000 visitantes
2019 - 385,000 visitantes
Para complementar estes números em 2019 só o Bom Jesus teve mais de 1,2 milhões de visitantes (Fonte da Confraria do Bom Jesus).
Só com estes números é fácil de perceber que em 2019 Braga teve mais do que 1 milhão de visitantes e é convicção de quem lida com visitantes (e minha também) que o número supera o 1,5 milhões. Quando digo visitantes estou a referir-me a turistas e excursionistas. Basicamente os turistas ficam pelo menos uma noite em Braga e o excursionistas vem e vai no mesmo dia.
Relativamente à origem dos nossos visitantes e falando só de 2019 dos 385,000 visitantes;
138 nacionalidades diferentes
Portugal - 22%
Espanha - 28%
França - 20%
Reino Unido - 9%
Brasil - 5%
Tenho algumas reticências relativa a alguns mercados emissores pois há muitas nacionalidades que são residuais nos dados do Posto de Turismo mas na realidade podem ser bem maiores pois simplesmente não vão ao Posto de Turismo. Por exemplo mercado de Israel, Polónia ou Japão que chega a Braga em grandes grupos de autocarros não vão ao Posto de Turismo pois têm o próprio guia com eles. Um exemplo prático que posso dar é o mercado Polaco que nos dados representa 1,87% (cerca de 9000 visitantes) mas só por mim passaram cerca de 7000 Polacos que não foram ao Posto de Turismo. E digo o mesmo para o mercado Japonês e Israelita. Dai a importância de um observatório na área do Turismo em Braga para agregar mais dados e cruza-los de forma a termos dados mais concretos.
Alguém aqui falou e bem em minha opinião nas modas dos destinos turísticos. Existem muitos destinos e países que de facto por várias razões tanto estão no auge como desaparecem o que é perigoso para a economia de um pais. Muito sinceramente acho que Portugal ainda não está na moda mas sim numa fase de afirmação e ainda com uma margem de crescimento enorme. Não somos um fenómeno temporário e se continuarmos a fazer o trabalho que tem sido feito nos últimos 10 anos, temos tudo para conseguir uma afirmação como destino turístico de excelência.
Logicamente que Braga acaba por seguir esta linha de crescimento de Portugal. Portugal é sem dúvida um dos países da europa com maior crescimento turístico  e há várias razões para esse crescimento que pode ser debatido numa outra oportunidade, mas uma coisa é certa...muito mérito trabalho e planeamento que foi feito nos últimos 10 anos para atingirmos 28 milhões de visitantes em 2019. Muito foi feito mas muito há por fazer.
Seguindo esta linha de pensamento podemos aplicar a mesma lógica na questão da origem das nacionalidades que vêm por exemplo a Braga. Ponto assente no que se refere a mercado exterior Espanha foi é e será o maior emissor de visitantes de Braga. Acho que as razões são evidentes. Todas as outras nacionalidades são muito, muito voláteis e se analisarmos os dados da origem de visitantes dos últimos 10 anos em Braga percebemos que há nacionalidades simplesmente desaparecem ou estão a desaparecer (Itália ou até mesmo Reino Unido) e outras que estão a ganhar terreno (Brasil ou França). Mais uma vez são várias as razões para estes altos e baixos mas mesmo quando falamos em modas seria importante analisar essas "modas" ou tendências.
Para não me alongar muito relativamente ao mercado Espanhol não tenho dados concretos mas da minha experiência de 2012 até 2019 há um aumento enorme na diversidade de regiões autónomas de onde vêm esses visitantes. Enquanto à 10 anos atrás a Galiza era o grande emissor de visitantes neste momento Madrid, Castilla-Leon, Astúrias, Extremadura já têm um peso importante.
Relativamente a dormidas Braga em 2019 registou 643.000 dormidas e o número de visitantes em 2009 eram 80.000 visitantes. Braga foi sem dúvida dos concelhos que mais cresceu no número de visitantes (4º maior crescimento a nível nacional).

Para terem uma ideia de 2009 a 2019 o número de visitantes cresceu 370% (média 37% ao ano). Muito acima da média nacional e ao alcance de poucos concelhos.
Como Bracarense e Braguista, sinto um orgulho na nossa cidade pois o feedback que tenho com os milhares de visitantes que tenho ao longo do ano é muito bom. Devíamos dar valor ao que temos na nossa cidade pois temos muito para oferecer e que mais ninguém tem.
Nem Guimarães que cresceu  alicerçado num mito da origem da nacionalidade portuguesa com um centro histórico classificado como patrimônio mundial consegue ter os nossos números, mas é certamente um excelente complemento para Braga. O produto Braga/Guimarães atrai muitos visitantes.
Temos muito património, gastronomia da melhor e sabemos bem receber, no entanto o turismo de negócios e eventos está a assumir um papel importante de ano para ano. O Fórum, Bosch, INL, UM são sem dúvida uma mais valia para nós. O turismo religioso é sem dúvida um trunfo e que vai muita além da Semana Santa e um produto que está a começar a aparecer é o Caminho de Santiago...Braga é das poucas cidades de onde saem 2 caminhos diferentes.
Para terminar meus amigos não posso esquecer o SCB que é talvez o maior embaixador de Braga. Não imaginam a quantidade de gente que levo a visitar o nosso estádio e a quantidade de gente que devido ao SCB visitam a nossa cidade.
Se me permitem queria deixar a todos aqueles que trabalham na área do Turismo um palavra de solidariedade e força para o que ainda está para vir. Tem sido um ano difícil.  Vamos sair mais fortes desta situação e levar o nome Braga bem longe.

Cumprimentos Braguistas.  :)

Excelente contributo sobre os dados do turismo na cidade.

Um dos maiores desafios é prolongar as estadias na cidade. Sendo uma cidade pequena e rapidamente visitável é possível a maioria das estadias serem curtas.
O que é preciso fazer é dinamizar o que já existe.

Por curiosidade, só queria acrescentar um pequeno episódio de como desvalorizar uma boa ideia para a cidade.

Ontem, em entrevista à RUM, entre vários temas abordados, o Deão da Catedral de Braga propôs a criação de circuito do romano (ideia que não deve ser nova, acredito). Sugeriu a criação de um centro interpretativo, falou durante algum tempo sobre os espaços que existem na cidade, dos custos melhoramento (alguns estão deitados ao completo abandono) e de um plano de ligação dos vários núcleos e museus. Explicou como a marca Braga Romana tem todas as condições para ser desenvolvida e explorada.  Referiu Mérida como um exemplo de uma cidade que atrai bastantes turistas devido ao passado romano.
Pessoalmente, resumir Braga Romana à semana das barraquinhas de pão com chouriço, das tendas com venda de crepes e tendinhas com tarot não faz sentido e nem sequer tem ligação histórica.

Se juntarmos esta ideia às outras ofertas turisticas já existentes com certeza que as estadias em Braga se prolongariam, pelo menos, mais um dia.

Eu que sou bastante crítico e pouco ligado à Igreja fiquei a pensar .que seria positivo discutir esta ideia.

Hoje a RUM destaca que o Deão da Catedral de Braga sugere mudança dos bares da Sé para Campo da Vinha e que as multas de estacionamento aos fiéis nas manhãs de domingo suscitaram mais um desentendimento entre Igreja e CMB.
Sobre o turismo escreveu "o Cónego José Paulo Abreu questiona a estratégia turística da cidade."
« Última modificação: 10 de Fevereiro de 2021, 14:48 por Sérgio »
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #228 em: 10 de Fevereiro de 2021, 15:08 »
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #229 em: 10 de Fevereiro de 2021, 16:34 »
Boa tarde,

Gostaria de participar neste "debate" de forma construtiva dando a minha opinião como profissional na área de turismo e com dados/números oficiais.
Começando pelos dados. Os que tenho são os que há e são fornecidos pelo Posto de Turismo de Braga que de certa forma é uma pequena amostra dos números totais de visitantes na cidade de Braga. Seria importante haver um observatório de Turismo em Braga de forma a cruzar a dados mais abrangentes para termos números mais concretos. Acho que a amostra do Posto de Turismo de Braga não representa nem 20% do número de visitantes de Braga. Apesar de ser uma amostra são dados muito importantes para termos uma ideia do perfil dos nossos visitantes.

Relativamente ao número de visitantes anuais só o Posto de Turismo teve:
2017 - 325,000 visitantes
2018 - 350,000 visitantes
2019 - 385,000 visitantes
Para complementar estes números em 2019 só o Bom Jesus teve mais de 1,2 milhões de visitantes (Fonte da Confraria do Bom Jesus).
Só com estes números é fácil de perceber que em 2019 Braga teve mais do que 1 milhão de visitantes e é convicção de quem lida com visitantes (e minha também) que o número supera o 1,5 milhões. Quando digo visitantes estou a referir-me a turistas e excursionistas. Basicamente os turistas ficam pelo menos uma noite em Braga e o excursionistas vem e vai no mesmo dia.
Relativamente à origem dos nossos visitantes e falando só de 2019 dos 385,000 visitantes;
138 nacionalidades diferentes
Portugal - 22%
Espanha - 28%
França - 20%
Reino Unido - 9%
Brasil - 5%
Tenho algumas reticências relativa a alguns mercados emissores pois há muitas nacionalidades que são residuais nos dados do Posto de Turismo mas na realidade podem ser bem maiores pois simplesmente não vão ao Posto de Turismo. Por exemplo mercado de Israel, Polónia ou Japão que chega a Braga em grandes grupos de autocarros não vão ao Posto de Turismo pois têm o próprio guia com eles. Um exemplo prático que posso dar é o mercado Polaco que nos dados representa 1,87% (cerca de 9000 visitantes) mas só por mim passaram cerca de 7000 Polacos que não foram ao Posto de Turismo. E digo o mesmo para o mercado Japonês e Israelita. Dai a importância de um observatório na área do Turismo em Braga para agregar mais dados e cruza-los de forma a termos dados mais concretos.
Alguém aqui falou e bem em minha opinião nas modas dos destinos turísticos. Existem muitos destinos e países que de facto por várias razões tanto estão no auge como desaparecem o que é perigoso para a economia de um pais. Muito sinceramente acho que Portugal ainda não está na moda mas sim numa fase de afirmação e ainda com uma margem de crescimento enorme. Não somos um fenómeno temporário e se continuarmos a fazer o trabalho que tem sido feito nos últimos 10 anos, temos tudo para conseguir uma afirmação como destino turístico de excelência.
Logicamente que Braga acaba por seguir esta linha de crescimento de Portugal. Portugal é sem dúvida um dos países da europa com maior crescimento turístico  e há várias razões para esse crescimento que pode ser debatido numa outra oportunidade, mas uma coisa é certa...muito mérito trabalho e planeamento que foi feito nos últimos 10 anos para atingirmos 28 milhões de visitantes em 2019. Muito foi feito mas muito há por fazer.
Seguindo esta linha de pensamento podemos aplicar a mesma lógica na questão da origem das nacionalidades que vêm por exemplo a Braga. Ponto assente no que se refere a mercado exterior Espanha foi é e será o maior emissor de visitantes de Braga. Acho que as razões são evidentes. Todas as outras nacionalidades são muito, muito voláteis e se analisarmos os dados da origem de visitantes dos últimos 10 anos em Braga percebemos que há nacionalidades simplesmente desaparecem ou estão a desaparecer (Itália ou até mesmo Reino Unido) e outras que estão a ganhar terreno (Brasil ou França). Mais uma vez são várias as razões para estes altos e baixos mas mesmo quando falamos em modas seria importante analisar essas "modas" ou tendências.
Para não me alongar muito relativamente ao mercado Espanhol não tenho dados concretos mas da minha experiência de 2012 até 2019 há um aumento enorme na diversidade de regiões autónomas de onde vêm esses visitantes. Enquanto à 10 anos atrás a Galiza era o grande emissor de visitantes neste momento Madrid, Castilla-Leon, Astúrias, Extremadura já têm um peso importante.
Relativamente a dormidas Braga em 2019 registou 643.000 dormidas e o número de visitantes em 2009 eram 80.000 visitantes. Braga foi sem dúvida dos concelhos que mais cresceu no número de visitantes (4º maior crescimento a nível nacional).

Para terem uma ideia de 2009 a 2019 o número de visitantes cresceu 370% (média 37% ao ano). Muito acima da média nacional e ao alcance de poucos concelhos.
Como Bracarense e Braguista, sinto um orgulho na nossa cidade pois o feedback que tenho com os milhares de visitantes que tenho ao longo do ano é muito bom. Devíamos dar valor ao que temos na nossa cidade pois temos muito para oferecer e que mais ninguém tem.
Nem Guimarães que cresceu  alicerçado num mito da origem da nacionalidade portuguesa com um centro histórico classificado como patrimônio mundial consegue ter os nossos números, mas é certamente um excelente complemento para Braga. O produto Braga/Guimarães atrai muitos visitantes.
Temos muito património, gastronomia da melhor e sabemos bem receber, no entanto o turismo de negócios e eventos está a assumir um papel importante de ano para ano. O Fórum, Bosch, INL, UM são sem dúvida uma mais valia para nós. O turismo religioso é sem dúvida um trunfo e que vai muita além da Semana Santa e um produto que está a começar a aparecer é o Caminho de Santiago...Braga é das poucas cidades de onde saem 2 caminhos diferentes.
Para terminar meus amigos não posso esquecer o SCB que é talvez o maior embaixador de Braga. Não imaginam a quantidade de gente que levo a visitar o nosso estádio e a quantidade de gente que devido ao SCB visitam a nossa cidade.
Se me permitem queria deixar a todos aqueles que trabalham na área do Turismo um palavra de solidariedade e força para o que ainda está para vir. Tem sido um ano difícil.  Vamos sair mais fortes desta situação e levar o nome Braga bem longe.

Cumprimentos Braguistas.  :)

Excelente contributo sobre os dados do turismo na cidade.

Um dos maiores desafios é prolongar as estadias na cidade. Sendo uma cidade pequena e rapidamente visitável é possível a maioria das estadias serem curtas.
O que é preciso fazer é dinamizar o que já existe.

Por curiosidade, só queria acrescentar um pequeno episódio de como desvalorizar uma boa ideia para a cidade.

Ontem, em entrevista à RUM, entre vários temas abordados, o Deão da Catedral de Braga propôs a criação de circuito do romano (ideia que não deve ser nova, acredito). Sugeriu a criação de um centro interpretativo, falou durante algum tempo sobre os espaços que existem na cidade, dos custos melhoramento (alguns estão deitados ao completo abandono) e de um plano de ligação dos vários núcleos e museus. Explicou como a marca Braga Romana tem todas as condições para ser desenvolvida e explorada.  Referiu Mérida como um exemplo de uma cidade que atrai bastantes turistas devido ao passado romano.
Pessoalmente, resumir Braga Romana à semana das barraquinhas de pão com chouriço, das tendas com venda de crepes e tendinhas com tarot não faz sentido e nem sequer tem ligação histórica.

Se juntarmos esta ideia às outras ofertas turisticas já existentes com certeza que as estadias em Braga se prolongariam, pelo menos, mais um dia.

Eu que sou bastante crítico e pouco ligado à Igreja fiquei a pensar .que seria positivo discutir esta ideia.

Hoje a RUM destaca que o Deão da Catedral de Braga sugere mudança dos bares da Sé para Campo da Vinha e que as multas de estacionamento aos fiéis nas manhãs de domingo suscitaram mais um desentendimento entre Igreja e CMB.
Sobre o turismo escreveu "o Cónego José Paulo Abreu questiona a estratégia turística da cidade."

Boa tarde,

Antes de tudo hoje é sem dúvida um dia especial para a nossa cidade ao receber o prémio de melhor destino europeu de 2021. Este prémio será uma mais valia para podermos promover Braga lá fora e atrair ainda mais visitantes. Num ano extremamente difícil para o setor do turismo esta noticia surge como um oásis no meio de tanta desgraça, mas no timing certo.
Relativamente ao roteiro romano em Braga, como o Sérgio disse e bem não é uma ideia nova. Já foi sugerido por empresas e meios académicos a elaboração de um roteiro em que se poderia visitar de uma fora integrada e com bilhete único os vestígios arqueológicos de Bracara Augusta. Há muito para ver e descobrir. O centro interpretativo seria  uma mais valia, no entanto convém não esquecer que já temos o Museu D. Diogo de Sousa que possui praticamente todo o acervo arqueológico da cidade dividida por temas. Para mim faria todo o sentido esse centro interpretativo ser no Museu para complementar o que já lá existe e o roteiro com inicio também no Museu. Não esquecer que já temos a Torre de Menagem que possui uma excelente exposição ilustrada de Brácara Augusta...muito bom mesmo.
De referir que a juntar à vasta lista de locais a visitar, nos próximos 2 anos teremos mais 3 espaços musealizados. Domus das Carvalheiras, Domus na Rua de Santo António das Travessas e para breve o Museu Pio XII que está requalificar o que já existia e vai efetuar o restauro de uma Domus que foi descoberta durante sondagens arqueológicas.
Tudo muito bonito sim senhora mas a questão que se coloca é porque não se faz esse roteiro como em Mérida ou em outras cidades?
Muito simples...estamos em Portugal. Uma vez por ano organizo através da minha empresa uma visita sobre Bracara Augusta e é complicado quando queres visitar locais tutelados pela CMB, igreja e empresas. Basicamente este o problema,,,cada um olha para o seu quintal. Este projeto necessitava de vontade politica e vontade das várias instituições de se sentarem e remarem para o mesmo lado. Ainda não perdi a esperança.

Relativamente à questão da igreja caro Sérgio. Não querendo me estender muito para não ferir suscetibilidades, a Igreja em Braga representada pelas suas variadas instituições é  proprietária de maior parte do património edificado (monumentos) da cidade. Estamos a falar de Igrejas, Capelas, Museus, edifícios civis, núcleos museológicos entre outros. Tiro o chapéu no que concerne à preservação deste património por parte da Igreja, no entanto quando falamos em transformar estes locais em atrativos/produtos turísticos já é mais complicado. São locais de culto, muitos deles sempre fechados ou com horários muito limitados. Continuo a dizer que é perigoso andar a promover Braga como destino religioso e depois queremos visitar uma Igreja da Misericórdia, Capela dos Coimbras ou a Igreja de São Marcos (apenas alguns exemplos) e estão fechadas. Há no entanto uma questão importante que não devemos esquecer...as igrejas são acima de tudo um local de culto e isso tem que ser respeitado o que não é fácil de gerir. É preciso olhar para os 2 lados...para quem visita e para quem quer rezar ou ir a missa.
A igreja é parte do problema e parte da solução, mas a igreja não é dona da cidade nem pode estar acima da lei (é a minha opinião como católico, bracarense, cidadão e empresário na área do turismo).
Relativamente aos estacionamentos  apenas digo o seguinte....basta visitar o que se faz e se tem feito um pouco por toda a  europa ou no nosso pais vizinho e cada um tira as suas conclusões. Para mim uma igreja é uma igreja seja aqui seja em Itália. Moro em Lomar, mas não vou à missa em Lomar por várias razões. Tendo em conta que em Braga existem umas 200 igrejas penso que o leque de locais e horários é bem grande. Missas ao domingo na Catedral é ver o tipo de carros carros que estão estacionados no Rossio da Sé....Igreja se São Tiago, São Paulo, Misericórdia, Pópulo e por ai fora mesmo ao lado, mas não...têm que ir à Sé. Tendo em conta que a minha esposa é da Sé conheço bem quem vai à missa lá. Quem é da Sé vai a pé, os carros que lá estão aposto o que quiserem que não são paroquianos da Sé...aquele costume de ir lá mas só não metem dentro da Catedral porque não podem. Catedral de Santiago, Léon, Oviedo, Sevilha, Málaga sempre cheias ao domingo mas os carros ficam estacionados no devido lugar.
Qualquer Catedral na Europa é proibido estacionar em frente, porque é aqui tem de ser diferente quando há tanta alternativa na paróquia da Sé? Comodismo e hábitos antigos em minha opinião. :) :)

Saudações Braguistas.
« Última modificação: 10 de Fevereiro de 2021, 16:53 por boneli »
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #230 em: 10 de Fevereiro de 2021, 16:54 »
Boneli, não poderia estar mais de acordo consigo.

Acho que são problemas antigos e transversais um pouco por toda a sociedade e em todas as áreas.
Falta de discusão de ideias/projectos onde o interesse da comunidade ganha, visão de integrada de futuro, cedência das partes e muito comodismo.

Que não se espere pela véspara de 2027.
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #231 em: 10 de Fevereiro de 2021, 17:41 »
Boa tarde,

Gostaria de participar neste "debate" de forma construtiva dando a minha opinião como profissional na área de turismo e com dados/números oficiais.
Começando pelos dados. Os que tenho são os que há e são fornecidos pelo Posto de Turismo de Braga que de certa forma é uma pequena amostra dos números totais de visitantes na cidade de Braga. Seria importante haver um observatório de Turismo em Braga de forma a cruzar a dados mais abrangentes para termos números mais concretos. Acho que a amostra do Posto de Turismo de Braga não representa nem 20% do número de visitantes de Braga. Apesar de ser uma amostra são dados muito importantes para termos uma ideia do perfil dos nossos visitantes.

Relativamente ao número de visitantes anuais só o Posto de Turismo teve:
2017 - 325,000 visitantes
2018 - 350,000 visitantes
2019 - 385,000 visitantes
Para complementar estes números em 2019 só o Bom Jesus teve mais de 1,2 milhões de visitantes (Fonte da Confraria do Bom Jesus).
Só com estes números é fácil de perceber que em 2019 Braga teve mais do que 1 milhão de visitantes e é convicção de quem lida com visitantes (e minha também) que o número supera o 1,5 milhões. Quando digo visitantes estou a referir-me a turistas e excursionistas. Basicamente os turistas ficam pelo menos uma noite em Braga e o excursionistas vem e vai no mesmo dia.
Relativamente à origem dos nossos visitantes e falando só de 2019 dos 385,000 visitantes;
138 nacionalidades diferentes
Portugal - 22%
Espanha - 28%
França - 20%
Reino Unido - 9%
Brasil - 5%
Tenho algumas reticências relativa a alguns mercados emissores pois há muitas nacionalidades que são residuais nos dados do Posto de Turismo mas na realidade podem ser bem maiores pois simplesmente não vão ao Posto de Turismo. Por exemplo mercado de Israel, Polónia ou Japão que chega a Braga em grandes grupos de autocarros não vão ao Posto de Turismo pois têm o próprio guia com eles. Um exemplo prático que posso dar é o mercado Polaco que nos dados representa 1,87% (cerca de 9000 visitantes) mas só por mim passaram cerca de 7000 Polacos que não foram ao Posto de Turismo. E digo o mesmo para o mercado Japonês e Israelita. Dai a importância de um observatório na área do Turismo em Braga para agregar mais dados e cruza-los de forma a termos dados mais concretos.
Alguém aqui falou e bem em minha opinião nas modas dos destinos turísticos. Existem muitos destinos e países que de facto por várias razões tanto estão no auge como desaparecem o que é perigoso para a economia de um pais. Muito sinceramente acho que Portugal ainda não está na moda mas sim numa fase de afirmação e ainda com uma margem de crescimento enorme. Não somos um fenómeno temporário e se continuarmos a fazer o trabalho que tem sido feito nos últimos 10 anos, temos tudo para conseguir uma afirmação como destino turístico de excelência.
Logicamente que Braga acaba por seguir esta linha de crescimento de Portugal. Portugal é sem dúvida um dos países da europa com maior crescimento turístico  e há várias razões para esse crescimento que pode ser debatido numa outra oportunidade, mas uma coisa é certa...muito mérito trabalho e planeamento que foi feito nos últimos 10 anos para atingirmos 28 milhões de visitantes em 2019. Muito foi feito mas muito há por fazer.
Seguindo esta linha de pensamento podemos aplicar a mesma lógica na questão da origem das nacionalidades que vêm por exemplo a Braga. Ponto assente no que se refere a mercado exterior Espanha foi é e será o maior emissor de visitantes de Braga. Acho que as razões são evidentes. Todas as outras nacionalidades são muito, muito voláteis e se analisarmos os dados da origem de visitantes dos últimos 10 anos em Braga percebemos que há nacionalidades simplesmente desaparecem ou estão a desaparecer (Itália ou até mesmo Reino Unido) e outras que estão a ganhar terreno (Brasil ou França). Mais uma vez são várias as razões para estes altos e baixos mas mesmo quando falamos em modas seria importante analisar essas "modas" ou tendências.
Para não me alongar muito relativamente ao mercado Espanhol não tenho dados concretos mas da minha experiência de 2012 até 2019 há um aumento enorme na diversidade de regiões autónomas de onde vêm esses visitantes. Enquanto à 10 anos atrás a Galiza era o grande emissor de visitantes neste momento Madrid, Castilla-Leon, Astúrias, Extremadura já têm um peso importante.
Relativamente a dormidas Braga em 2019 registou 643.000 dormidas e o número de visitantes em 2009 eram 80.000 visitantes. Braga foi sem dúvida dos concelhos que mais cresceu no número de visitantes (4º maior crescimento a nível nacional).

Para terem uma ideia de 2009 a 2019 o número de visitantes cresceu 370% (média 37% ao ano). Muito acima da média nacional e ao alcance de poucos concelhos.
Como Bracarense e Braguista, sinto um orgulho na nossa cidade pois o feedback que tenho com os milhares de visitantes que tenho ao longo do ano é muito bom. Devíamos dar valor ao que temos na nossa cidade pois temos muito para oferecer e que mais ninguém tem.
Nem Guimarães que cresceu  alicerçado num mito da origem da nacionalidade portuguesa com um centro histórico classificado como patrimônio mundial consegue ter os nossos números, mas é certamente um excelente complemento para Braga. O produto Braga/Guimarães atrai muitos visitantes.
Temos muito património, gastronomia da melhor e sabemos bem receber, no entanto o turismo de negócios e eventos está a assumir um papel importante de ano para ano. O Fórum, Bosch, INL, UM são sem dúvida uma mais valia para nós. O turismo religioso é sem dúvida um trunfo e que vai muita além da Semana Santa e um produto que está a começar a aparecer é o Caminho de Santiago...Braga é das poucas cidades de onde saem 2 caminhos diferentes.
Para terminar meus amigos não posso esquecer o SCB que é talvez o maior embaixador de Braga. Não imaginam a quantidade de gente que levo a visitar o nosso estádio e a quantidade de gente que devido ao SCB visitam a nossa cidade.
Se me permitem queria deixar a todos aqueles que trabalham na área do Turismo um palavra de solidariedade e força para o que ainda está para vir. Tem sido um ano difícil.  Vamos sair mais fortes desta situação e levar o nome Braga bem longe.

Cumprimentos Braguistas.  :)

Excelente contributo sobre os dados do turismo na cidade.

Um dos maiores desafios é prolongar as estadias na cidade. Sendo uma cidade pequena e rapidamente visitável é possível a maioria das estadias serem curtas.
O que é preciso fazer é dinamizar o que já existe.

Por curiosidade, só queria acrescentar um pequeno episódio de como desvalorizar uma boa ideia para a cidade.

Ontem, em entrevista à RUM, entre vários temas abordados, o Deão da Catedral de Braga propôs a criação de circuito do romano (ideia que não deve ser nova, acredito). Sugeriu a criação de um centro interpretativo, falou durante algum tempo sobre os espaços que existem na cidade, dos custos melhoramento (alguns estão deitados ao completo abandono) e de um plano de ligação dos vários núcleos e museus. Explicou como a marca Braga Romana tem todas as condições para ser desenvolvida e explorada.  Referiu Mérida como um exemplo de uma cidade que atrai bastantes turistas devido ao passado romano.
Pessoalmente, resumir Braga Romana à semana das barraquinhas de pão com chouriço, das tendas com venda de crepes e tendinhas com tarot não faz sentido e nem sequer tem ligação histórica.

Se juntarmos esta ideia às outras ofertas turisticas já existentes com certeza que as estadias em Braga se prolongariam, pelo menos, mais um dia.

Eu que sou bastante crítico e pouco ligado à Igreja fiquei a pensar .que seria positivo discutir esta ideia.

Hoje a RUM destaca que o Deão da Catedral de Braga sugere mudança dos bares da Sé para Campo da Vinha e que as multas de estacionamento aos fiéis nas manhãs de domingo suscitaram mais um desentendimento entre Igreja e CMB.
Sobre o turismo escreveu "o Cónego José Paulo Abreu questiona a estratégia turística da cidade."

Boa tarde,

Antes de tudo hoje é sem dúvida um dia especial para a nossa cidade ao receber o prémio de melhor destino europeu de 2021. Este prémio será uma mais valia para podermos promover Braga lá fora e atrair ainda mais visitantes. Num ano extremamente difícil para o setor do turismo esta noticia surge como um oásis no meio de tanta desgraça, mas no timing certo.
Relativamente ao roteiro romano em Braga, como o Sérgio disse e bem não é uma ideia nova. Já foi sugerido por empresas e meios académicos a elaboração de um roteiro em que se poderia visitar de uma fora integrada e com bilhete único os vestígios arqueológicos de Bracara Augusta. Há muito para ver e descobrir. O centro interpretativo seria  uma mais valia, no entanto convém não esquecer que já temos o Museu D. Diogo de Sousa que possui praticamente todo o acervo arqueológico da cidade dividida por temas. Para mim faria todo o sentido esse centro interpretativo ser no Museu para complementar o que já lá existe e o roteiro com inicio também no Museu. Não esquecer que já temos a Torre de Menagem que possui uma excelente exposição ilustrada de Brácara Augusta...muito bom mesmo.
De referir que a juntar à vasta lista de locais a visitar, nos próximos 2 anos teremos mais 3 espaços musealizados. Domus das Carvalheiras, Domus na Rua de Santo António das Travessas e para breve o Museu Pio XII que está requalificar o que já existia e vai efetuar o restauro de uma Domus que foi descoberta durante sondagens arqueológicas.
Tudo muito bonito sim senhora mas a questão que se coloca é porque não se faz esse roteiro como em Mérida ou em outras cidades?
Muito simples...estamos em Portugal. Uma vez por ano organizo através da minha empresa uma visita sobre Bracara Augusta e é complicado quando queres visitar locais tutelados pela CMB, igreja e empresas. Basicamente este o problema,,,cada um olha para o seu quintal. Este projeto necessitava de vontade politica e vontade das várias instituições de se sentarem e remarem para o mesmo lado. Ainda não perdi a esperança.

Relativamente à questão da igreja caro Sérgio. Não querendo me estender muito para não ferir suscetibilidades, a Igreja em Braga representada pelas suas variadas instituições é  proprietária de maior parte do património edificado (monumentos) da cidade. Estamos a falar de Igrejas, Capelas, Museus, edifícios civis, núcleos museológicos entre outros. Tiro o chapéu no que concerne à preservação deste património por parte da Igreja, no entanto quando falamos em transformar estes locais em atrativos/produtos turísticos já é mais complicado. São locais de culto, muitos deles sempre fechados ou com horários muito limitados. Continuo a dizer que é perigoso andar a promover Braga como destino religioso e depois queremos visitar uma Igreja da Misericórdia, Capela dos Coimbras ou a Igreja de São Marcos (apenas alguns exemplos) e estão fechadas. Há no entanto uma questão importante que não devemos esquecer...as igrejas são acima de tudo um local de culto e isso tem que ser respeitado o que não é fácil de gerir. É preciso olhar para os 2 lados...para quem visita e para quem quer rezar ou ir a missa.
A igreja é parte do problema e parte da solução, mas a igreja não é dona da cidade nem pode estar acima da lei (é a minha opinião como católico, bracarense, cidadão e empresário na área do turismo).
Relativamente aos estacionamentos  apenas digo o seguinte....basta visitar o que se faz e se tem feito um pouco por toda a  europa ou no nosso pais vizinho e cada um tira as suas conclusões. Para mim uma igreja é uma igreja seja aqui seja em Itália. Moro em Lomar, mas não vou à missa em Lomar por várias razões. Tendo em conta que em Braga existem umas 200 igrejas penso que o leque de locais e horários é bem grande. Missas ao domingo na Catedral é ver o tipo de carros carros que estão estacionados no Rossio da Sé....Igreja se São Tiago, São Paulo, Misericórdia, Pópulo e por ai fora mesmo ao lado, mas não...têm que ir à Sé. Tendo em conta que a minha esposa é da Sé conheço bem quem vai à missa lá. Quem é da Sé vai a pé, os carros que lá estão aposto o que quiserem que não são paroquianos da Sé...aquele costume de ir lá mas só não metem dentro da Catedral porque não podem. Catedral de Santiago, Léon, Oviedo, Sevilha, Málaga sempre cheias ao domingo mas os carros ficam estacionados no devido lugar.
Qualquer Catedral na Europa é proibido estacionar em frente, porque é aqui tem de ser diferente quando há tanta alternativa na paróquia da Sé? Comodismo e hábitos antigos em minha opinião. :) :)

Saudações Braguistas.

Não podia estar mais de acordo com os dois textos que escreveu. Estou ligado ao turismo (estive inclusivamente nos últimos 3 anos muito ligado com profissionais da àrea em Coimbra, onde morei nos últimos anos), mas sou formado na área da Artes, e embora tenhamos uma cidade muito potenciada no turismo religioso, a vertente cultural da cidade (artisticamente falando) é quase vergonhosa. Organizamos eventos em grande escala (São João ou a Noite Branca), mas ignoramos completamente a cultura alternativa ou contracorrente, que acaba por ser o que dá a uma cidade uma forte identidade cultural. O Gnration ainda consegue carregar a cultura alternativa bracarense às costas, mas organizações como a TOCA ou os SMOP são deixados ao abandono, o cineclube de Braga existe à margem de qualquer tipo de divulgação por parte da cidade, e pior que tudo, qualquer atividade noturna em Braga tem, logo à partida, a vida muito dificultada (o que fizeram ao Braga Music Week na última edição foi demasiado constrangedor para uma cidade que se diz jovem).

Infelizmente o centro de Braga ainda é muito controlado pela elite mais velha de Braga (da qual não excluo a Igreja), e eu sinto nos habitantes "um jogo da corda" muito grande entre a população mais velha e religiosa (que quer manter as tradições religiosas e cancelar tudo o que for inovação e evento cultural do século XXI) e a mais nova (que ignora todo o passado histórico e religioso da cidade, muito porque sente na cidade uma falta de vontade enorme em permitir que as iniciativas culturais das gerações mais jovens se realizem, sempre em detrimento das iniciativas mais tradicionais).

E nesse equilíbrio e diversidade das atividades culturais Guimarães dá-nos 20-0, e tem por isso uma cidade muito mais jovem, e muito mais apelativa para as gerações mais jovens morarem (ainda não há muito tempo tiveram uma grande iniciativa de fazer uma espécie de "exposição aberta" em vários pontos da cidade, onde os vários artistas locais puderam expor os seus trabalhos)
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #232 em: 10 de Fevereiro de 2021, 18:25 »
Não vou estar a citar os textos atrás.
Concordo em absoluto com o que foi dito pelo Boneli e também pelo Sérgio.
Há muito ainda por caminhar, mas julgo que temos avançado na direcção correcta.
A criação de um circuito único com bilhetes únicos seria uma mais valia, porque iria potenciar a visita de monumentos com menor procura/visibilidade.

Acho que faz falta também avançar com um projecto para o período medieval, com valorização do traçado e o que ainda resta, quer da antiga muralha, quer do castelo e julgo que falta um museu da cidade, que vá para além do que cobre o D. Diogo, e para mim isso seria nos chamados armazéns do castelo, que se não estão desocupados no momento estão com uma ocupação muito incipiente. Iriam complementar a torre de menagem e permitir que Braga fosse para além da Braga Romana.

Quanto ao último post em relação à cultura tenho de discordar. Nem tudo está bem é certo, mas muito se fez nos últimos anos.
Foram dezenas de iniciativas "À Descoberta de Braga" que incluiram visitas guiadas, conferências, concertos. Tudo gratuito, bastava inscrição. A própria junta da Cividade, Maximinos e Sé chegou a ter um programa paralelo virado para os monumentos das freguesia.

Foram visitados muitos templos religiosos, obviamente, mas também sobre outro tipo de património, especialmente nas conferências (sobre a indústria, sobre os caminhos de ferro, braga medieval, o S. João).

Das restantes iniciativas culturais destaco a semana do Barroco, com várias visitas guiadas, encenações e concertos, e o festival de órgãos.
O Teatro Circo tem apostado numa oferta muito diversificada e distinta do que é possível encontrar nas proximidades, para diversos tipos de público. O Festival de teatro é outro caso de sucesso também. Só é pena que não haja mais produção de teatro em Braga (em tempos o TUM tinha produções de muita qualidade, apesar do exíguo espaço).

Do que tenho visto em Braga, o que tem qualidade acaba por ter adesão e sucesso, não importando se é novidade ao não.
Além da noite Branca, um exemplo melhor é a color run, algo totalmente diferente do que havia, e com enorme adesão.
Temos as diversas inciativas que existiram em 2018 da cidade europeia do desporto, com enorme adesão também, com imenso público jovem.

Do Gnration não posso falar dos motivos. Posso dizer que a programação nunca me atraiu atenção, e não sei se era uma visão partilhada ou não pela maioria dos bracarenses. Só quem frequentou poderá dizer ou não da adesão.

Há sempre resistência, e não podemos ignorar os defeitos do nosso centro urbano que não é tanto um centro urbano mas uma rua com algumas transversais, rodeadas de transito por tudo que é lado. Nisso em guimarães o espaço é muito mais convidativo para as pessoas, o que faz com que seja necessário planear de forma diferente, e exiga um maior esforço de quem organiza.
Quem não sente não é filho de boa gente.
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #233 em: 11 de Fevereiro de 2021, 14:06 »
Não vou estar a citar os textos atrás.
Concordo em absoluto com o que foi dito pelo Boneli e também pelo Sérgio.
Há muito ainda por caminhar, mas julgo que temos avançado na direcção correcta.
A criação de um circuito único com bilhetes únicos seria uma mais valia, porque iria potenciar a visita de monumentos com menor procura/visibilidade.

Acho que faz falta também avançar com um projecto para o período medieval, com valorização do traçado e o que ainda resta, quer da antiga muralha, quer do castelo e julgo que falta um museu da cidade, que vá para além do que cobre o D. Diogo, e para mim isso seria nos chamados armazéns do castelo, que se não estão desocupados no momento estão com uma ocupação muito incipiente. Iriam complementar a torre de menagem e permitir que Braga fosse para além da Braga Romana.

Quanto ao último post em relação à cultura tenho de discordar. Nem tudo está bem é certo, mas muito se fez nos últimos anos.
Foram dezenas de iniciativas "À Descoberta de Braga" que incluiram visitas guiadas, conferências, concertos. Tudo gratuito, bastava inscrição. A própria junta da Cividade, Maximinos e Sé chegou a ter um programa paralelo virado para os monumentos das freguesia.

Foram visitados muitos templos religiosos, obviamente, mas também sobre outro tipo de património, especialmente nas conferências (sobre a indústria, sobre os caminhos de ferro, braga medieval, o S. João).

Das restantes iniciativas culturais destaco a semana do Barroco, com várias visitas guiadas, encenações e concertos, e o festival de órgãos.
O Teatro Circo tem apostado numa oferta muito diversificada e distinta do que é possível encontrar nas proximidades, para diversos tipos de público. O Festival de teatro é outro caso de sucesso também. Só é pena que não haja mais produção de teatro em Braga (em tempos o TUM tinha produções de muita qualidade, apesar do exíguo espaço).

Do que tenho visto em Braga, o que tem qualidade acaba por ter adesão e sucesso, não importando se é novidade ao não.
Além da noite Branca, um exemplo melhor é a color run, algo totalmente diferente do que havia, e com enorme adesão.
Temos as diversas inciativas que existiram em 2018 da cidade europeia do desporto, com enorme adesão também, com imenso público jovem.

Do Gnration não posso falar dos motivos. Posso dizer que a programação nunca me atraiu atenção, e não sei se era uma visão partilhada ou não pela maioria dos bracarenses. Só quem frequentou poderá dizer ou não da adesão.

Há sempre resistência, e não podemos ignorar os defeitos do nosso centro urbano que não é tanto um centro urbano mas uma rua com algumas transversais, rodeadas de transito por tudo que é lado. Nisso em guimarães o espaço é muito mais convidativo para as pessoas, o que faz com que seja necessário planear de forma diferente, e exiga um maior esforço de quem organiza.

Quando queremos vender uma cidade lá fora, não podemos vender tudo. É simplesmente impossível. Temos que nos focar no que verdadeiramente somos fortes/diferentes e a partir dai criar uma imagem forte. Temos algum património medieval que deve ser preservado e visitável, mas o nosso forte é mesmo património religioso, barroco e romano. As alterações urbanísticas que a cidade sofreu a partir do século XVI, fizeram com o nosso centro histórico tivesse poucas características medievais comparando por exemplo com Guimarães. Não deve ser vergonha para nós, mas deve ser visto como um ponto forte ter aquilo aquilo que temos e os outros não. Não vale a pena tentar vender uma Torre de Menagem e mais 2 torres visitáveis e 3 ou 4 ruas medievais se aqui ao lado há um Castelo, Paço dos Duques, muralhas e ruas medievais 8). Como já disse anteriormente Braga e Guimarães complementam-se e é nesse sentido que também devemos trabalhar. Se temos umas 50 igrejas (qual delas a mais bonita) no centro histórico e já nem falo dos Santuários e Mosteiro de Tibães, então apostemos nesse recurso. Não podemos divagar muito, mas não quero dizer com isso que não possamos fazer um percurso medieval.
Há dois espaços medievais (para além da Catedral das antigas torres da muralha e da Torre de Menagem) que são sem dúvida uma mais valia para nós e que têm de ser bem aproveitados e divulgados, porque simplesmente são únicas. O núcleo museológico de Dume que já existe e vai ser ampliado e a Capela de São Frutuoso que vai ser requalificado. Estes dois espaços são únicos no contexto da alta idade média e que em minha opinião fazem parte da nossa identidade cultural....ou não tivesse sido Martinho de Dume o mentor dos dias da semana em português. São dois locais pouco conhecidos e visitados pelo mercado português e até mesmo por muito gente de Braga, mas são 2 diamantes por lapidar. Se tivermos em conta que ficam perto do nosso estádio e a meio caminho entre a cidade e o Mosteiro de Tibães, têm tudo para conseguir atrair  visitantes de forma a que fiquem mais tempo por cá. Todos os anos levo centenas de estrangeiros, nomeadamente espanhóis a estes 2 espaços e que vêm a Braga com o único propósito de visitar São Martinho de Dume e São Frutuoso. É tudo uma questão de planeamento e divulgação.

Relativamente a Guimarães não nos podemos esquecer que já foi Capital Europeia da Cultura. Nós temos 6 anos para nos prepararmos para esse evento e construir infraestruturas culturais (algumas já existem) para tal e que vão acabar por ser uma mais valia para depois de 2027. Não digo que neste momento Guimarães nos dá 20-0 mas estão um passo à nossa frente. Lá chegaremos meus amigos. :) :) :) :)
« Última modificação: 11 de Fevereiro de 2021, 14:12 por boneli »
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #234 em: 11 de Fevereiro de 2021, 15:39 »
Para 2027, somos ainda só candidatos ou tens informação priveligiada?

Para além de capital europeia da juventude e cidade europeia do desporto, não fomos num ano uma cidade europeia de qualquer coisa?
Lembro me que até existia uma escultura em madeira no campo da vinha, que era a mascote da cidade do ano anterior, e tinha sido vandalizada, mas não em recordo que evento e em que ano.
Quem não sente não é filho de boa gente.
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #235 em: 12 de Fevereiro de 2021, 00:20 »
Para 2027, somos ainda só candidatos ou tens informação priveligiada?

Para além de capital europeia da juventude e cidade europeia do desporto, não fomos num ano uma cidade europeia de qualquer coisa?
Lembro me que até existia uma escultura em madeira no campo da vinha, que era a mascote da cidade do ano anterior, e tinha sido vandalizada, mas não em recordo que evento e em que ano.
Só somos candidatos e pelo que sei com forte oposição, Coimbra e Ponta Delgada, provavelmente das mais fortes. (mas quase todas as grandes cidades estão candidatas para já)
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #236 em: 12 de Fevereiro de 2021, 11:24 »
Para 2027, somos ainda só candidatos ou tens informação priveligiada?

Para além de capital europeia da juventude e cidade europeia do desporto, não fomos num ano uma cidade europeia de qualquer coisa?
Lembro me que até existia uma escultura em madeira no campo da vinha, que era a mascote da cidade do ano anterior, e tinha sido vandalizada, mas não em recordo que evento e em que ano.
Só somos candidatos e pelo que sei com forte oposição, Coimbra e Ponta Delgada, provavelmente das mais fortes. (mas quase todas as grandes cidades estão candidatas para já)

Acho que neste momento são 9 cidades em Portugal com interesse.
Candidaturas ficam abertas até 23 de Novembro de 2021 e cidade vencedora será anunciada em 2023. Viana do Castelo, Funchal, Leiria, Faro, Évora, Coimbra, Aveiro, Braga, Guarda e Oeiras na corrida.
É para ganhar...mai nada!
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #238 em: 28 de Fevereiro de 2021, 17:45 »
No seguimento do tema do turismo na cidade, deixo esta reportagem que saiu na imprensa. Segundo a mesma, Braga "tem atualmente três grandes projectos arqueológicos que vão merecer a atenção dos responsáveis nos próximos tempos: por um lado, o arrojado projecto para a salvaguarda e valorização das ruínas das Carvalheiras; a requalificação do Teatro Romano e a proteção e valorização do Castelo e Basílica Visigótica de Santa Marta das Cortiças."










Fotos em https://www.facebook.com/municipiodebraga/photos/pcb.4144813465549809/4144813042216518
« Última modificação: 28 de Fevereiro de 2021, 17:55 por Legião »
Bracara Avgvsta - Fidelis et antiqva
Quim
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  Re: Bracara Augusta - Vivendo a cidade mais antiga de Portugal
« Responder #239 em: 28 de Fevereiro de 2021, 19:13 »
Boa sorte. Continuando os trabalhos disso entregues à unidade de arqueologia da UM nem daqui a 20 anos. A Câmara que olhe para os exemplos de Saragoça ou Mérida. Tínhamos potencial para ter uma zona arqueológica excepcional, mas o desinteresse no património...

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