HISTÓRIA GARANTE APURAMENTOOBJETIVO O Braga pode assegurar a qualificação na Liga Europa já em Marselha; nunca uma equipa que venceu os primeiros três jogos da fase de grupos acabou eliminada“Estamos num grupo muito perigoso. Todas as equipas podem ganhar os jogos”
Ricardo Ferreira
Defesa-central do BragaO Braga está muito perto de cumprir o primeiro grande objetivo anunciado para esta época, a qualificação para os “16 avos” da Liga Europa. E um empate na visita a Marselha até pode ser suficiente...
Está tudo a favor do Braga na presente edição da Liga Europa, até a história mais ou menos recente das competições europeias: os factos contam que nunca uma equipa que venceu os primeiros três jogos de uma fase de grupos da Liga dos Campeões ou da Liga Europa acabou eliminada. No atual formato das duas mais importantes competições de clubes da UEFA (Champions arrancou em 2003/04 e a Liga Europa em 2009/10) foram já 59 os exemplos imitados, esta época, pelo Braga – três triunfos logo a abrir – e todos os clubes, com maior ou menor dificuldade, seguiram sempre em frente.
Em Braga, acredita-se que a história dos finais felizes se vai repetir, mesmo que, no jogo de palavras, se continue a apostar numa postura mais defensiva. Foi o caso de Ricardo Ferreira, quando lhe foi pedida uma análise à atual situação do grupo. “Nada está ainda garantido. Estamos num grupo difícil, muito perigoso, e em que todas as equipas podem vencer qualquer jogo. A prova disso está na vitória do Slovan Liberec em Marselha. Tudo pode acontecer nos jogos das competições europeias, ainda mais neste grupo, e, por isso, teremos de estar concentrados até ao final”, afirmou o defesa-central.
O Braga lidera o Grupo F com nove pontos conquistados, e em caso de vitória em Marselha garante, já esta quinta-feira, o apuramento para os 16 avos de final da competição, um dos objetivos assumidos publicamente para esta temporada. No entanto, até um empate pode ser suficiente, mas apenas se o Groningen não conseguir vencer na receção ao Slovan Liberec, que segue atualmente no segundo lugar do grupo com quatro pontos – Marselha soma três e o Groningen apenas um.
Nesta época, apenas mais duas equipas conseguiram vencer os primeiros três jogos da fase de grupos da Liga Europa, o Nápoles e o Rapid Viena, enquanto na Liga dos Campeões só o Zenit, de André Villas-Boas, conquistou todos os pontos em disputa. O brilhante arranque do Braga nas competições europeias, o melhor de sempre na história do clube, ganha ainda maior relevância se somado à atual série de nove jogos consecutivos
sem perder em todas as competições: são sete vitórias e apenas dois empates, um deles na deslocação ao Estádio do Dragão – a última derrota aconteceu há quase dois meses, a 12 de setembro, na visita ao terreno do Estoril, numa partida em que o Braga até acabou reduzido a nove jogadores devido às expulsões de Mauro e Boly.
Para já, continua de pé o “sonho” anunciado por Alan antes do início da competição, o de ver o Braga repetir o feito de 2010/11 e chegar à final de uma competição europeia. O primeiro passo está praticamente dado.
Sporting é o rei na Europa das três vitórias logo a abrirO Braga foi o terceiro clube português a entrar a ganhar nos primeiros três jogos de uma fase de grupos das competições europeias, depois de FC Porto e Sporting. Aliás, o clube de Alvalade é, a nível europeu, o que mais vezes conseguiu tamanho feito, por três vezes, sempre na Liga Europa (2009/10, 2010/11 e 2011/12). Já o FC Porto garantiu três vitórias consecutivas na competição em 2010/11, curiosamente na época em que até venceu a prova depois de derrotar o Braga na final de Dublin. Os dragões também já conseguiram esse feito na Liga dos Campeões, em 2012/13, sendo uma das poucas equipas a nível europeu que já venceram os três primeiros jogos da fase de grupos da Champions e da Liga Europa – as outras duas são o Atlético de Madrid e o Lyon.
SEM DJAVAN GOIANO FIXO À ESQUERDAO substituto tem estado bem e não há necessidade de apressar o regresso do lateral-esquerdo, que recupera de lesão
Djavan continua a recuperar do estiramento no joelho esquerdo sofrido frente ao FC Porto e, por isso, ainda não estará disponível para o jogo com o Marselha. O cenário mais otimista dos responsáveis do Braga apontava para o regresso na partida desta quinta-feira, mas tal não vai verificar-se. Além do mais, a resposta de Marcelo Goiano tem sido muito positiva e não justificam forçar a utilização do habitual titular no lado esquerdo da defesa, cujo regresso à competição poderá acontecer diante do U. Madeira, na segunda-feira. Da lista de 22 jogadores inscritos na Liga Europa, a outra baixa é André Pinto, embora o defesa-central já esteja a treinar no relvado. Recorde-se que Alef, Aarón, Rodrigo Pinho e Stojiljkovic não foram inscritos na competição da UEFA.
O Braga dará hoje sequência à preparação para o jogo com o Marselha e, no final do treino, Fonseca vai divulgar a lista de convocados. A viagem para França acontecerá amanhã, sendo que à tarde os arsenalistas treinam no Vélodrome.
GALA AUTARQUIA DISTINGUE SALVADORNa gala anual de desporto organizada pela Câmara Municipal de Braga, o presidente dos arsenalistas, António Salvador, recebeu a distinção de dirigente do ano. O evento realizou-se ontem à noite e o próprio clube também foi homenageado, com o prémio de excelência, isto num ano em que o momento alto foi a presença, 17 anos depois, na final da Taça de Portugal.
ELEIÇÃO ADEPTOS ESCOLHERAM RAFANa habitual votação semanal levada a cabo pelo Braga nas redes sociais, os adeptos do clube arsenalista elegeram Rafa como o melhor jogador em campo, na goleada de sábado sobre o Belenenses, repetindo a distinção de O JOGO. Nessa partida, o internacional português marcou o seu quarto golo na presente temporada, fixando o resultado final em 4-0 aos 73 minutos.
“Sou melhor jogador graças a Fonseca”VUKCEVIC Médio montenegrino considera que o treinador foi, “sem dúvida”, o seu ponto de viragem“Temos qualidade para estar entre os quatro primeiros classificados”
Vukcevic
Médio do BragaVukcevic sente que tinha “valor” para fazer parte do plantel principal na época passada, embora admitindo que a passagem pela equipa B o ajudou a tornar-se “melhor jogador”. Paulo Fonseca, diz, fez o restoApósduasépocasnaequipa B, Vukcevic está a afirmarse como uma das referências do Braga e é perentório na hora de definir o ponto de viragem no seu percurso. “Sem dúvida, o treinador”, atira, sem poupar nos elogios. “Paulo Fonseca foi a coisa mais importante que aconteceu na minha carreira. Ele não sabia quem eu era. Falou comigo na pré-época, disse que estava satisfeito e que me iria dar oportunidades. Não é fácil para um treinador apostar em alguém que estava na equipa B, poucos treinadores em Portugal o fariam, mas ele viu algo em mim e eu tento retribuir”, afirma o médio, em entrevista à nova revista do clube.
Paulo Fonseca já o apontou a voos mais altos no futebol europeu e o montenegrino, de 23 anos, não esquece essas palavras. “Foi o maior elogio que recebi na minha vida, ainda para mais vindo de um grande treinador. Foi um grande elogio, mas não vou levantar voo, não posso parar. Sei que agora muita gente fala de mim, mas vou manter os meus pés no chão, se me deixar levar pelos elogios, estou morto”, frisa.
Fã de Matic (Chelsea), encontra no trajeto do médio sérvio pontos comuns com o seu. “No primeiro ano no Benfica, ele jogou pouco. Quando estava na equipa B pensava nisso, que precisava de tempo para me adaptar, que até os grandes jogadores estão algum tempo para chegar ao patamar que merecem”, afirma, reconhecendo que essa experiência na equipa B contribuiu para a evolução. “Na primeira época, não tinha o nível necessário para jogar na primeira equipa, mas na época passada sentia que, mesmo aceitando que pudesse não ser titular, tinha valor para estar na equipa principal. Não foi essa a ideia do treinador… Foi uma época difícil para mim, mas muito importante também. A verdade é que fiz muitos jogos, somei muitos minutos na II Liga e talvez por isso esteja agora a jogar muito melhor”, diz, sentindo-se hoje num nível bem superior ao que apresentava quando chegou ao Braga, em 2013. “Sou muito muito melhor jogador e mais forte como pessoa”, revela. Longe vão os tempos dos cartões vermelhos. “Vi três no início em Portugal. Estou a tentar ser mais calmo a esse nível”, explica.
Para Vukcevic, “a calma com bola” é a sua melhor característica e o “momento mais importante” foi o golo ao Boavista. Num olhar sobre o coletivo, destaca a “união” – “somos uma família”, diz – e Alan como “chefe de equipa”.
O JOGO