Salvador exige uma resposta e Custódio tem duas semanas decisivas
A equipa continua a sofrer golos, mas agora remata menos e com pior critério. Próximos três jogos ganharam importância redobrada. O regresso do campeonato, após a paragem provocada pela pandemia, fez-se com duas derrotas consecutivas que serviram para comprometer os objetivos da equipa para esta época. O Braga desperdiçou os quatro pontos de vantagem que tinha sobre o Sporting e, pior ainda, viu-se envolvido numa luta que parecia já não ser a sua: ainda terá de garantir um lugar nas competições europeias da próxima temporada.
António Salvador exige uma resposta à altura da qualidade do plantel já no próximo jogo, que, de uma forma surpreendente, ganhou contornos quase decisivos. A visita a Famalicão, agendada para sexta-feira (21h15), será feita com a possibilidade de uma colagem do atual quinto classificado ao Braga, uma vez que as duas equipas estão agora separadas por apenas três pontos. Em virtude da final da Taça de Portugal colocar frente a frente os dois primeiros classificados, FC Porto e Benfica, o quinto lugar também dará acesso à próxima edição da Liga Europa, mas o problema é que o Rio Ave, sexto classificado, também reduziu a desvantagem para os arsenalistas nesta jornada, sendo agora de cinco pontos, enquanto o V. Guimarães está a sete pontos de distância.
Curiosamente, estes são os três próximos adversários da equipa de Custódio no campeonato, que tem, pelo menos no plano teórico, um calendário complicado pela frente, uma vez que ainda terá de defrontar o FC Porto na última jornada. Ou seja, nos oito jogos que tem pela frente, o Braga irá defrontar quatro dos sete primeiros classificados - a exceção é o Sporting e o Benfica, a quem venceu na segunda volta com Rúben Amorim no comando.
Registos baixaram desde o regresso
No entanto, ainda mais preocupante do que os resultados, que neste caso são duas derrotas, tem sido a resposta oferecida desde a retoma do campeonato. A verdade é que a equipa apresenta registos estatísticos bem mais baixos do que aqueles conseguidos por Rúben Amorim. O jogo com o Boavista foi sintomático quanto à incapacidade ofensiva revelada pela equipa, ao ponto de não ter conseguido nenhum remate enquadrado com a baliza durante toda a segunda parte. Aliás, e mesmo tendo passado todo o jogo à procura do resultado (nunca esteve em vantagem), este foi o terceiro pior registo da época no que diz respeito ao número de remates: nove no total, três enquadrados. Pior só mesmo no empate (1-1) em Barcelos, logo na terceira jornada (Sá Pinto apresentou um onze totalmente renovado), e na visita ao Estádio do Dragão, onde venceu (2-1) o FC Porto.
Em termos globais, o Braga tem uma média de 10,5 remates por jogo (2,5 enquadrados) desde o regresso da I Liga, por oposição aos 15 de média (seis enquadrados) nos nove jogos realizados sob o comando de Rúben Amorim, que incluíram, como se sabe, os confrontos com os três grandes. Em contrapartida, os minhotos voltaram aos vícios do estilo introduzido por Sá Pinto, com muitos cruzamentos para a área (foram 32 com o Boavista, terceiro registo mais alto da época) sem qualquer efeito prático - com Rúben Amorim, o Braga privilegiava mais o jogo interior e cruzava apenas 17 vezes por partida.
Por tudo isto, Custódio vai ter muito trabalho pela frente, durante os próximos dias, para recuperar a equipa, sobretudo do ponto de vista anímico, até porque a um acentuado decréscimo da produção ofensiva, o Braga juntou ainda o facto de ter voltado a consentir golos aos seus adversários (sofreu em 20 dos 26 jogos do campeonato), mesmo que o Boavista tivesse chegado à Pedreira com o pior registo de golos marcados de todas as equipas do campeonato.
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