Pela primeira vez desde o Braga-Feirense da época do Jardim, não pude marcar presença no Axa.
Longe de Braga mas a caminho da minha amada cidade, vi o jogo num café de bairro no Pombal, rodeado de benfiquistas e sportinguistas, que, coitados, não conseguiam disfarçar o entusiasmo pelo empate do Estoril. E que, coitados mais uma vez, diziam que, com uma arbitragem daquele nível, nenhuma vitória do Braga poderia ser tida como credível. Que o Sérgio Conceição, por festejar o golo de forma exuberante, "tem a mania de que é mau". Que, apesar daqueles golos dignos de registo, os jogadores do Braga se tinham lembrado de enveredar pela carreira futebolística por lhes terem dito que aquilo que eles jogavam era, de facto, futebol.
Por se terem apercebido da presença de um guerreiro, não se coibiram (e ainda bem que não, porque o futebol é isto mesmo) de elogiar a já longa e cimentada carreira do Vitória de Guimarães na época 2014/2015. Prova inequívoca de que, apesar excelentemente classificados, não são eles que verdadeiramente os incomodam. E isso, meus amigos, enche-me de orgulho.
Quanto ao jogo propriamente dito, diria o seguinte : fiquei verdadeiramente preocupado com a primeira parte; adorei a exibição na segunda parte, especialmente após termos sofrido o golo.
Na primeira parte, a nossa fraca exibição ficou, a meu ver, a dever-se a uma série de factores. À excessiva colagem de Custódio aos centrais, provavelmente tendo em vista acautelar as subidas dos laterais que, por sua vez, estiveram desinspirados no momento atacante. À excessiva dependência do Tiba, que, algo desapoiado pelo Custódio, não conseguiu assumir, sozinho, as despesas do jogo. Ainda para mais, tendo Alan revelado alguma dificuldade para, a partir do centro terreno, organizar jogo. À desinspiração do Rafa, que mais uma vez revelou não estar talhado para jogar na linha.
Da primeira parte apenas guardo como positivas as exibições do Tiba, sempre voluntarioso, e do Pedro Santos, que aqui e ali demonstrou o porquê de tantos nós termos criticado Jesualdo aquando do seu empréstimo, primeiro ao Astra, depois ao Rio Ave, que com ele em campo nos eliminou de duas meias-finais.
Na segunda parte parte melhoramos imenso. Baiano passou a ser mais consistente no apoio aos extremos. André Pinto e Santos estiveram a bom nível, mas agora, felizmente, menos preocupados em "organizar" o jogo. Custódio e Tiba entenderam-se muito bem. Alan pegou no jogo com a mestria que todos lhe reconhecemos. Pedro Santos deu continuidade à boa exibição da primeira parte e, demonstrando inteligência e visão de jogo, fez uma assistência sublime para o Rafa (não percebo o que querem dizer quando o acusam de falta de inteligência a jogar).
Precisamente quando o Rafa estava a entrar no jogo, alternando de vez em quando com Alan, e aparecendo no centro do terreno, o Sérgio Conceição decide retirá-lo. Percebi a ideia. Com a entrada do Agra, o Braga teria maior capacidade para explorar a exposição do Estoril, que iria, previsivelmente, correr atrás do 2-2. Podia ter corrido mal, mas correu muito bem. Louvo ao Sérgio a coragem e a audácia. E a capacidade para, a partir do banco, mexer com o jogo.
Temos de dar continuidade à exibição da segunda parte. Apesar da consistência defensiva, falta-nos ainda a capacidade para assumir o jogo durante os 90 minutos. Algo que é, à 3ª jornada, perfeitamente compreensível.
De qualquer modo, agradeço ao Éder o facto de me ter permitido festejar tão saborosa vitória. Rodeado, ainda por cima, de tanto benfiquista e sportinguista. Soube bem. E tornou ainda mais saboroso o regresso a Braga.
Estamos juntos!