ABC vergado no final
O FC Porto impôs ontem no Pavilhão Sá Leite um derradeiro quarto de hora que o ABC não foi capaz de acompanhar. A cinco minutos do fim, os adeptos bracarenses, silenciados, já nem golos festejavam. Os portistas fizeram a festa e cantaram “Feliz Natal”.
O ABC não resistiu ontem ao derradeiro quarto de hora de superior qualidade de jogo do FC Porto. Os “azuis e brancos”, que entraram no Pavilhão Sá Leite a defender o primeiro lugar, na ponta final aceleraram e aproveitaram os erros dos bracarenses, que ao princípio até entraram melhor, e estiveram em vantagem,
embora nunca por mais de dois golos.
As duas centenas de lugares vazios nas bancadas do Pavilhão Flávio Sá Leite para assistir a um ABC-FC Porto podem ser lidas como sinal dos tempos. De início, ambas as equipas proporcionaram bons lances de
espectacularidade, tanto na procura variada de soluções de concretização, o ABC com golos pelas meias distâncias e pelas pontas. Os portistas a responder explorarando sobretudo a força do pivot Tiago Rocha.
Humberto Gomes, o guarda-redes do ABC, fez boas defesas e lançou contra-ataques. Os bracarenses estiveram na frente durante os primeiros 11 minutos, mas aos 12 minutos o FC Porto igualiou (5-5) e passou para a vantagem, que chegou a ser de três golos (7-10) aos 21 minutos. Voltou o ABC a acertar e o intervalo
chegou com o marcador igualado.
Na segunda parte, os minhotos viram o guardião Alfredo Quintana anular várias ocasiões aos seis metros e os portistas aproveitaram. O FC Porto, que cometia menos erros, entrou mais eficaz, atingindo um avanço de 13-17 aos 39 minutos. Este avanço de quatro golos favorável aos “dragões”, em boa medida devido a livres de sete metros, foi perdurando até aos 52 minutos, momento em que o imprevisível Wilson Davyes eleva para cinco (17-22).
Quando aos 56 minutos José Pedro Coelho marcou, de sete metros, o 19º para o ABC, o público bracarense já nem festejou. O FC Porto já tinha 24 golos e quem fazia a festa eram duas dezenas de ruidosos “dragões”, a cantar “Feliz Natal”.
Carlos Resende (treinador do ABC):
“Perguntam-me se o ABC durou quarenta minutos. O que aconteceu foi que nós sabíamos aquilo em que o Porto é francamente bom, que é a transição. Para haver transição tem de haver bolas oferecidas num momento em que nós não estejamos preparados para recuperar. Foram remates que a bola ficou por ali, foram maus passes, foram erros que permitiram ao Porto marcar qualquer coisa como oito golos de transição”.
Ljubomir Obradovic (treinador do FC Porto):
“Foi um bom dérbi em que o ABC não tinha nada a perder e o Porto tinha a perder o primeiro lugar. Entrámos nervosos mas na segunda parte conseguimos jogar melhor e ganhámos. Para nós é importante mantermos
o primeiro lugar”.
ABC/UMINHO 21
Humberto Gomes; Bruno Dias; José Rolo (1), Fábio Vidrago (3), João Santos, Pedro Seabra (4), João Santos,
Miguel Sarmento (1), Ricardo Pesqueira (1), Rui Lourenço , Mário Peixoto, José Ricardo Costa (1), José Pedro Coelho (9), Luis Bogas, Sérgio Caniço (1)
Treinador: Carlos Resende
FC PORTO VITALIS 26
Hugo Laurentino e Alfredo Quintana; Gilberto Duarte (4), João Ferraz, Filipe Mota, Belmiro Alves , Pedro Spinola (2), Daymaro Salina, Hugo Laurentino, Tiago Rocha (12), Ricardo Moreira (3), Elias António (2), Sergio Rola, Wilson Davyes (3) e Hugo Rosário
Treinador: Ljubomir Obradovic
Pavilhão Flávio Sá Leite (Braga)
Árbitros: Tiago Monteiro e António Trinca
Ao intervalo: 10-10
Por Rui Serapicos in Correio do Minho