Tese levada à prática
PEDRO ROCHA
Vale a pena recuar 15 anos para perceber a actual vocação do Braga para marcar golos no seguimento de cantos. Para o campeonato, já lá vão quatro e todos de cabeça (lidera e só o Marítimo fez igual); já na Liga Europa, três dos cinco disparos certeiros com que o Maribor foi brindado no Estádio AXA tiveram a mesma origem, por suspeita influência de Leonardo Jardim. Tudo começou no Europeu de 1996, disputado em Inglaterra, que perdeu toda a piada possível só pela monotonia do vencedor. A República Checa, de Poborsky, Berger e Nedved, responsável pela eliminação de Portugal, era a grande surpresa no jogo da final e, provavelmente, a selecção que colhia mais simpatias, mas no fim ganharam os do "costume" (2-1): a Alemanha, com dois golos de Bierhoff. Era mais um triunfo da pragmática sobre o futebol rendilhado. Pela televisão, Leonardo Jardim, então um desconhecido universitário madeirense, teve uma perspectiva diferente da competição: houve pouco aproveitamento dos cantos e fez disso a sua tese do curso de Educação Física e Desporto, tirando nota elevada. Serviu, por certo, de estímulo para a sua carreira de treinador.
Finalizador (quase) perfeito de cantos na década de 1990, o ex-arsenalista Toni vê nesta saudável aptidão do Braga um "excelente trunfo" para o jogo da Taça. "O Sporting não é muito forte nas bolas paradas", justifica, elogiando o trabalho do técnico pela ausência de executantes especializados no jogo aéreo. "Lima e Nuno Gomes não são".
ABC dos cantos à Toni
1
Como se posicionam os jogadores?
"Entre quem ataca, tem de haver alguém ao primeiro e segundo postes. Esses jogadores tanto podem rematar directo para a baliza como assistir os companheiros. Os outros devem estar sempre em movimento para fugir às marcações".
2
No momento de cruzar, quem é a referência?
"Os centrais, que costumam ser os mais altos, estão sempre ao segundo poste. Os cruzamentos destinam-se, quase sempre, para eles e por isso devem ser altos. Se a ideia é servir quem ataca o primeiro poste, deve-se cruzar com tensão".
3
O Braga dispõe de várias soluções?
"Como o Zé Luís era o único avançado forte no jogo aéreo e se encontra lesionado, julgo que só os centrais Ewerton, Paulo Vinícius e Douglão e ainda o médio Djamal, pela estatura elevada, serão os jogadores mais indicados para bolas paradas".
FACTOS E NÚMEROS
67
Cantos somados pelo Braga para o campeonato
4
Desvios de Ewerton, Hélder Barbosa, Nuno Gomes e Paulo Vinícius, resultaram em golos.
57
Em remates à baliza, Braga é mais eficaz do que o Benfica (56)
Hugo Viana é meio golo
Catalogado de bola parada, um canto depende sempre de um movimento inicial bem feito. Por cada desvio para fora ou na direcção da baliza, tem de haver um cruzamento e Hugo Viana entra necessariamente nessa especialidade. "É o melhor. Com o pé esquerdo, coloca muito bem a bola na área. Em livres frontais, o Lima também executa bem em força", avaliou o cabo-verdiano Toni. No seu tempo, Barroso, Baltazar e até Karoglan eram os "cobradores de cantos" de serviço.
Paulo Vinícius à direita
O afastamento prolongado de Baiano não deverá já abrir as portas da titularidade a Rodrigo Galo. O brasileiro é a única opção de raiz disponível para a posição de lateral-direito, mas será Paulo Vinícius, mais consistente nas manobras defensivas, a preencher a vaga. Com o provável regresso de Elderson à equipa, ganha força a continuidade do central Douglão.
Vinícius fez corrida
A disponibilidade de Vinícius para o "assalto" a Alvalade não estará em risco. Condicionado por uma entorse no tornozelo esquerdo, o trinco trabalhou à parte do grupo para efectuar somente corrida, mas é possível que reintegre ainda hoje os treinos da equipa. Nuno André Coelho, Ukra, Zé Luís, Baiano, Custódio, Imorou e Carlão são baixas certas.
1200 bilhetes para Alvalade são hoje postos à venda
Começa hoje a corrida aos 1200 bilhetes cedidos pelo Sporting para o jogo da Taça. O preço das entradas para os associados é de cinco euros e de 10 para os não sócios. O pack "viagem+bilhete" custa 21 euros.
O Jogo
PEDRO ROCHA
Vale a pena recuar 15 anos para perceber a actual vocação do Braga para marcar golos no seguimento de cantos. Para o campeonato, já lá vão quatro e todos de cabeça (lidera e só o Marítimo fez igual); já na Liga Europa, três dos cinco disparos certeiros com que o Maribor foi brindado no Estádio AXA tiveram a mesma origem, por suspeita influência de Leonardo Jardim. Tudo começou no Europeu de 1996, disputado em Inglaterra, que perdeu toda a piada possível só pela monotonia do vencedor. A República Checa, de Poborsky, Berger e Nedved, responsável pela eliminação de Portugal, era a grande surpresa no jogo da final e, provavelmente, a selecção que colhia mais simpatias, mas no fim ganharam os do "costume" (2-1): a Alemanha, com dois golos de Bierhoff. Era mais um triunfo da pragmática sobre o futebol rendilhado. Pela televisão, Leonardo Jardim, então um desconhecido universitário madeirense, teve uma perspectiva diferente da competição: houve pouco aproveitamento dos cantos e fez disso a sua tese do curso de Educação Física e Desporto, tirando nota elevada. Serviu, por certo, de estímulo para a sua carreira de treinador.
Finalizador (quase) perfeito de cantos na década de 1990, o ex-arsenalista Toni vê nesta saudável aptidão do Braga um "excelente trunfo" para o jogo da Taça. "O Sporting não é muito forte nas bolas paradas", justifica, elogiando o trabalho do técnico pela ausência de executantes especializados no jogo aéreo. "Lima e Nuno Gomes não são".
ABC dos cantos à Toni
1
Como se posicionam os jogadores?
"Entre quem ataca, tem de haver alguém ao primeiro e segundo postes. Esses jogadores tanto podem rematar directo para a baliza como assistir os companheiros. Os outros devem estar sempre em movimento para fugir às marcações".
2
No momento de cruzar, quem é a referência?
"Os centrais, que costumam ser os mais altos, estão sempre ao segundo poste. Os cruzamentos destinam-se, quase sempre, para eles e por isso devem ser altos. Se a ideia é servir quem ataca o primeiro poste, deve-se cruzar com tensão".
3
O Braga dispõe de várias soluções?
"Como o Zé Luís era o único avançado forte no jogo aéreo e se encontra lesionado, julgo que só os centrais Ewerton, Paulo Vinícius e Douglão e ainda o médio Djamal, pela estatura elevada, serão os jogadores mais indicados para bolas paradas".
FACTOS E NÚMEROS
67
Cantos somados pelo Braga para o campeonato
4
Desvios de Ewerton, Hélder Barbosa, Nuno Gomes e Paulo Vinícius, resultaram em golos.
57
Em remates à baliza, Braga é mais eficaz do que o Benfica (56)
Hugo Viana é meio golo
Catalogado de bola parada, um canto depende sempre de um movimento inicial bem feito. Por cada desvio para fora ou na direcção da baliza, tem de haver um cruzamento e Hugo Viana entra necessariamente nessa especialidade. "É o melhor. Com o pé esquerdo, coloca muito bem a bola na área. Em livres frontais, o Lima também executa bem em força", avaliou o cabo-verdiano Toni. No seu tempo, Barroso, Baltazar e até Karoglan eram os "cobradores de cantos" de serviço.
Paulo Vinícius à direita
O afastamento prolongado de Baiano não deverá já abrir as portas da titularidade a Rodrigo Galo. O brasileiro é a única opção de raiz disponível para a posição de lateral-direito, mas será Paulo Vinícius, mais consistente nas manobras defensivas, a preencher a vaga. Com o provável regresso de Elderson à equipa, ganha força a continuidade do central Douglão.
Vinícius fez corrida
A disponibilidade de Vinícius para o "assalto" a Alvalade não estará em risco. Condicionado por uma entorse no tornozelo esquerdo, o trinco trabalhou à parte do grupo para efectuar somente corrida, mas é possível que reintegre ainda hoje os treinos da equipa. Nuno André Coelho, Ukra, Zé Luís, Baiano, Custódio, Imorou e Carlão são baixas certas.
1200 bilhetes para Alvalade são hoje postos à venda
Começa hoje a corrida aos 1200 bilhetes cedidos pelo Sporting para o jogo da Taça. O preço das entradas para os associados é de cinco euros e de 10 para os não sócios. O pack "viagem+bilhete" custa 21 euros.
O Jogo