Talento de Irven Ávila desperta interesse
As exibições que Irven Ávila vem (na foto) realizando pelo Sport Huancayo, clube do principal campeonato peruano, têm sido seguidas atentamente pelos responsáveis do Braga nos últimos meses. Atraídos pelos muitos golos que o avançado, de 21 anos, marcou nas últimas temporadas - foram 40 em cerca de cem jogos -, os arsenalistas estudam agora a possibilidade de partir para a sua contratação já em Janeiro. O negócio, contudo, pode não ser fácil de concretizar. É que os bracarenses não serão os únicos a seguir o jovem internacional pelo Peru. Durante o defeso, Sporting e Benfica também foram apontados como possíveis destinos de Ávila, que terá permanecido no país natal devido às alegadas exigências financeiras, noticiadas pela Imprensa local, efectuadas pelos responsáveis do Huancayo.
Não obstante a baixa estatura (1,65m), Ávila é descrito como um dos maiores talentos do campeonato do Peru e um dos principais candidatos a dar o salto para o futebol europeu. O Braga parece disponível a abrir-lhe as portas, até porque o avançado insere-se numa política do clube de aposta em jovens "craques" que possam crescer na futura equipa B, que já resultou na contratação do mexicano Rivera.
Hugo Viana arranca risos
O treino de ontem do Braga corria sem aparentes alaridos quando, num lance do jogo que os jogadores realizavam, Hugo Viana vê o adjunto Miguel Moita, que jogava para compor o grupo, fazer a bola passar-lhe por entre as pernas. A gargalhada foi geral, e o médio, o primeiro a soltar o riso, imediatamente perseguido pelos companheiros.
Ofendidos têm um mês para apresentar queixa
O dia seguinte às bombásticas declarações de Alan e Djamal a acusar Javi García de alegadamente os ter insultado com frases de índole racista foi calmo. Exposto publicamente o caso que durante a noite de segunda-feira lhe roubou o sono, o capitão do Braga seguiu o exemplo de Djamal e remeteu-se novamente ao silêncio, pois o período é de ponderação em relação à apresentação de uma queixa na Liga de Clubes. Em termos disciplinares, o luso-brasileiro e o líbio têm um mês após o incidente para o efectuar, levando a que a Comissão Disciplinar (CD) tenha de abrir um processo de inquérito para averiguar a veracidade dos factos.
Seja como for, a abertura de um inquérito não está exclusivamente dependente da apresentação de uma queixa por parte de Alan ou Djamal. Se os elementos que compõem a CD julgarem que as afirmações do extremo e do médio arsenalista, entretanto desmentidas em comunicado pelo espanhol do Benfica, são graves, poderão decidir-se por essa acção já na reunião de sexta-feira, pois ontem, dia em que a Liga de Clubes divulgou um comunicado oficial com os castigos resultantes da décima jornada do campeonato, o juiz de piquete limitou-se a seguir os factos reportados no relatório do árbitro (jogadores admoestados, acção dos adeptos, etc.).
Se posteriormente for provado que Javi García proferiu insultos racistas, o benfiquista será punido com uma multa entre dois a dez mil caros. Caso contrário, Alan e Djamal poderão apanhar entre um e três encontros de suspensão.
Plantel ao lado dos colegas
O plantel do Braga, por intermédio dos três subcapitães (Hugo Viana, Mossoró e Custódio), divulgou um comunicado a repudiar "todo e qualquer comportamento/manifestação racista ou xenófaba, demonstrando total e incondicional apoio" a Alan e Djamal. O grupo classifica de "deploráveis e inexplicáveis" os insultos racistas que a dupla diz ter sido vítima por parte de Javi García, bem como "incompreensíveis as ofensas à família de Alan" (outra queixa do brasileiro).
Mossoró
"Se o Artur falou, agora que prove"
BRUNO FILIPE MONTEIRO
O comunicado que o plantel havia divulgado no sítio do clube ao início da tarde, no qual manifestou apoio a Alan e Djamal (ver peça à parte), já tinha sido bem claro. Surpreendidos pelos comentários efectuados por Artur logo após o Braga-Benfica, via Imprensa e Twitter, referindo-se aos acontecimentos do encontro de domingos (falha de energia e falta de água quente) como "truques" e "jogos sujos", os capitães desafiaram o guarda-redes das águias a "revelar ou contar qualquer 'truque'" idealizado pelo clube. Contudo, Mossoró, que já havia assinado o documento juntamente com Hugo Viana e Custódio, reforçou ainda mais esse desejo. "Queremos que Artur prove o que diz. Se ele falou, agora que prove", referiu um dos três subcapitães do Braga à margem de uma visita à Escola EB2/3 de Celeirós.
Bombardeado com perguntas sobre as acusações de racismo de Alan e Djamal a Javi Garcia e as afirmações de Artur, Mossoró classificou de "estranho" um regulamento que penaliza mais o acusador, se este não conseguir provar o que diz, do que o alegado prevaricador. A revolta do grupo, contudo, é outra. "Estamos revoltados pelo resultado final, porque poderíamos estar agora com os três pontos e essas coisas nem se falariam. Eles falam nisto porque empataram o jogo, mas se tivessem saído com a derrota, seria um resultado mais justo", afirmou o médio.
Como águas passadas não movem moinhos, Mossoró prefere concentrar-se já no jogo com o Sporting, da Taça de Portugal, uma competição na qual o clube tem fortes aspirações. A verdade é que, à semelhança da época passada, o sorteio da IV Eliminatória voltou a colocar um grande no caminho dos arsenalistas. Será azar? "Não é azar; é o sorteio. Também não podemos escolher os adversários. Da mesma forma que será difícil para nós, também o será para o Sporting", vincou.
Duas estrelas concretizam o grande sonho de Ricardo
Ao contrário de outras ocasiões, a visita de Mossoró e Berni à Escola EB2/3 de Celeirós também teve uma vertente solidária. Tudo por causa de Ricardo, um jovem aluno com uma distrofia muscular congénita que sonhava conhecer alguns jogadores do plantel do Braga, em especial Nuno Gomes. O avançado não pôde estar presente por estar na Selecção, mas enviou uma camisola autografada para Ricardo, que, mesmo numa cadeira de rodas eléctrica, marcou um penálti a Berni.
O Jogo