“Queremos controlar e vencer”A equipa está confiante após a goleada sobre o Maribor. Leonardo Jardim promete um Sporting Clube de Braga equilibrado, mas garante que a equipa quer controlar o jogo e ganhar.
Acerca do triunfo sobre os eslovenos o técnico afiançou: “foi o melhor para conseguirmos dar um passo em frente na Liga Europa. Existe sempre uma transferência de confiança para o próximo jogo. Conseguimos transformar em golos a nossa maior produção, o que é sempre benéfico”.
Para o jogo desta tarde há respeito, mas também ambição. “O Sporting de Braga pauta-se sempre por um grande equilíbrio. A equipa tem a sua forma de estar e independentemente do adversário joga sempre da mesma forma, com a ambição de vencer. Queremos controlar o jogo e vencer. Respeitamos o Benfica, que é um dos líderes, mas em casa temos de ultrapassar as dificuldades”, considerou.
Numa análise entre os dois comandantes, Jardim não escolhe a melhor equipa do momento. “À nona jornada as melhores equipas são FC Porto e Benfica, a classificação assim o diz. Em termos de jogo penso que são equipas diferentes. O Benfica é mais técnico, com um futebol de transição, muito ofensivo, é equipa que faz muitos golos e é forte no seu esquema táctico. Teremos de impor a nossa qualidade colectiva e dos nossos jogadores”.
Elderson
***** mpre um jogo de castigo e o treinador dos arsenalistas destaca que há duas opções a utilizar. “Tivemos apenas dois dias para experimentar duas soluções. Jogará o Douglão ou o Galo. O Douglão mantém os nossos níveis no jogo aéreo e capacidade defensiva. O Galo dará mais profundidade, mas perdere-mos um pouco a força do nosso jogo posicional. Tenho de gerir aquela que será, no plano teórico, a solução mais vantajosa”.
Leonardo Jardim não encontra um favorito para este desafio. “Neste jogos não há favoritismos, pauta-se sempre pelo equilíbrio e emoção. Ganhará a equipa que produzir mais e mais se empenhar”.
Nuno Gomes vai defrontar a sua antiga equipa, tal como Quim, mas Jardim não vê carimbo especial neste embate. “Não acredito nisso. O Nuno e Quim têm uma carreira que sustenta o seu valor, não têm de provar nada a ninguém. Querem jogar, sim, mas apenas porque é o jogo grande da jornada”.
Acerca da chamada de Eduardo em detrimento de Quim para a selecção nacional, o técnico destaca que “normalmente não dou opiniões sobre as escolhas do seleccionador”. “Ele melhor que ninguém sabe avaliar as suas decisões, tem a competência máxima para o fazer e espero que a selecção tenha êxito. Claro que os melhores guarda-redes são sempre os meus”, acrescentou ainda.
Elevam o nome do clube ao mais alto patamar nacionalSabia que o Sporting de Braga conta com uma equipa a competir ao mais alto nível no voleibol nacional feminino. Ainda passa um pouco ao lado de muita gente o percurso notável que o grupo de jovens atletas tem revelado no escalão da A1. Mas já vão cinco temporadas consecutivas a ombrear entre os melhores, como se um autêntico “milagre” se tratasse. Essa é a ideia defendida por João Lucas, o treinador desta equipa, e o principal impulsionador do projecto. O gru-po é totalmente amador, mas “treinam como profissionais”. A falta de apoios, naturalmente, impede de entrar em voos mais altos. O campeonato da A1 feminino conta com equipas que detém aspirações superiores, com atletas profissionais e muitas das quais estrangeiras. Em Braga, está definido que são as atletas formadas na casa que dão corpo ao projecto.
João Lucas destaca o trabalho desenvolvido por um grupo de pessoas que se dedicam a uma causa, e explica as razões que levam a dispensar sonhos mais elevados. 'As equipas com meios reduzidos não podem ter objectivos muito ambiciosos. A nossa grande meta passa pela manutenção na I divisão nacional, pelo quinto ano consecutivo, e isso por si só já é um objectivo ambicioso. As atletas estão motivadas para isso e se conseguir ficar na I divisão é muito parecido a ganhar o campeonato nacional', aponta o professor. Deixa bem patente o empenho atletas pela forma abnegada como se dedicam ao clube, a troco de uma pequena compensação financeira que “ajuda para as despesas do transporte e telemóvel”, compara João Lucas. Mas foi esta mesma equipa que, por exemplo, há dois anos levou o Sporting de Braga a uma final da Taça de Portugal. Acabou por sair vencida perante a poderosa (da altura) CA Trofa. São estas ‘meninas’ que elevam o nome do Sporting de Braga ao mais alto patamar no voleibol nacional.
Como sempre, na alta competição, o suporte financeiro está implicitamente ligado ao sucesso. Mas neste caso “não há corda sequer para esticar”. Os cálculos são bem medidos, sem entrar em loucuras. “Estamos no topo do voleibol português, é quase um milagre, perante os recursos que temos. Temos um plantel com atletas formadas nesta casa e é com elas que contamos. Este ano chegou a Catarina Mineiro porque fez gosto em vir para o Braga. Tenho muitos anos de voleibol, já passei por muitos clubes e vi muitos a acabarem, porque iam além das suas capacidades financeiras. Esse risco não se corre no Sporting de Braga, não será por aí que algum dia o Braga vai acabar com o voleibol', vincou o treinador.
O campeonato arrancou em Outubro, com o Sporting de Braga a amealhar duas vitórias, a última das quais diante do CA Trofa. 'A estrutura é praticamente a mesma', realça João Lucas, numa alusão à chegada de Catarina Mineiro, que veio do Santo Tirso. 'Temos ainda duas atletas que vieram do Vitória de Guimarães mas já foram nossas, saíram ainda juniores, e regressaram agora a casa. Temos um plantel mais alargado. O ano passado terminamos a época com nove jogadoras e limitava bastante em termos de treino e jogo. Este ano temos um plantel de 14 jogadoras que era o número que tinha definido para começar a época', vinca João Lucas.
O trabalho no dia-a-dia, a aplicação, são os trunfos que faz com que este grupo seja capaz continuar na senda do sucesso.
Época de 2009/2010: “Final da Taça foi ponto alto”A época 2009/2010 foi coroada com o sucesso mais extenso do voleibol do Sporting de Braga aquando marcou presença, pela primeira vez, numa final da Taça de Portugal, apesar de ter saído derrotado no embate com o Trofa. Mas esse feito continua a perdurar, sob a perspectiva de o repetir.
'Em todas as modalidades as equipas vivem dos momentos grandes. Esse foi o grande momento da equipa, com alguma sorte nos sorteios até chegar à final, calharam duas equipas da II divisão. Conseguimos atingir a final e foi importante viver um momento desses com transmissão televisiva e a possibilidade dos patrocinadores verem a sua marca publicitada e dá-nos oxigénio para mais alguns anos', constatou o treinador, João Lucas.
“Somos um grupo de amigas e isso facilita muito”As atletas do voleibol do Sporting de Braga quase jogam de olhos fechados. Cresceram juntas, apesar de hoje em dia já completarem o plantel atletas de três gerações distintas. Mas aqui o que reside é competência e amizade. Bárbara Julião, 26 anos, é a capitã da equipa, destaca a entrega de todas as atletas neste projecto. 'É preciso gostar muito de estar aqui e jogar voleibol. Somos um grupo de amigas e isso facilita muito esta relação. Todas vêm da formação. Mas a partir de agora há várias gerações, estamos três atletas da primeira geração, mas vão chegando as novas e integram-se bem na equipa, porque o grupo acolhe todas as atletas com muito carinho', vincou.
O objectivo passa por 'ficar na A1 e quanto mais para cima na tabela melhor', aponta Julião. Para já, o balanço é positivo. 'O campeonato começou bem, penso que está mais equilibrado, com três ou quatro equipas num nível superior, mas todas as outras estão ao nosso nível', vincou a atleta.
Bárbara Julião reforçou ainda o facto do Sporting de Braga medir forças com adversários que têm pesos diferentes, ainda assim sem recear os combates. 'Há clubes com outras condições, com atletas profissionais, mas a vontade de ganhar da nossa parte é sempre a mesma. Em todos os jogos podemos sempre adquirir coisas novas, até porque a competitividade é diferente mas é mais um pouco que conquistamos', salientou.
O ponto alto da época em curso, para já, foi a vitória sobre o CA Trofa, na terceira jornada do campeonato. 'Foi uma vitória muito boa, desde que chegamos à I divisão foi a primeira vez que conseguimos vencer, a equipa delas está diferente mas mesmo assim tem valor', referiu a atleta do Sporting de Braga.
Importa, agora, fazer com que as pessoas se apercebam da evolução da modalidade. 'Infelizmente acho que é pouco reconhecido. Não temos tantos os adeptos que gostaríamos de ter assim como os patrocinadores, que são importantes para conseguirmos outras coisas', expressou a jovem bracarense.
Chamadas à selecção nacionalO ponto mais alto de qualquer atleta na vertente competitiva passa pelas chamadas à selecção nacional e nesse patamar as o Sporting de Braga já se fez representar na equipa das 'quinas', em sinal do reconhecimento do trabalho desenvolvido no clube. Mariana Falcão e Mariana Filipa foram recentemente convocadas para a selecção, mas também a Alexandra Rodrigues já esteve selecção nacional.
E ainda dão uma 'mãozinha' na equipa universitáriaA esmagadora maioria das atletas que compõe o plantel do Sporting de Braga são estudantes universitárias e defendem, igualmente, as cores da Universidade do Minho nos Campeonatos Nacionais Universitários. Em quatro épocas sagraram-se inclusive campeãs nacionais a este nível. João Lucas considera que as provas universitárias são de reduzida qualidade, mas defende este protocolo como compensação pelo uso das instalações da UM. 'Existe um protocolo com a Universidade do Minho, podemos usufruir das instalações e 'pagamos' com as atletas e equipa-técnica para participar nos campeonatos universitários. Os torneios universitários têm uma qualidade reduzida e resumem-se a um jogo que é a final. Fomos campeões nacionais quatro anos consecutivos e o que agrada mais é disputar os Europeus Universitários e aí encontram-se um nível competitivo muito bom para as jogadoras'.
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